Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.
Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Jesus des-alienou tantos; Por que muitos alienam tantos em nome de Jesus?


Paz e Bem !


Fazendo uma reflexão sobre o texto do Evangelho de S. Mateus 10, 1-7, vemos o Senhor chamando os discípulos e dando a eles o poder " para expulsar os espíritos maus, e para curar qualquer tipo de doença e enfermidade. "

A seguir Mateus relaciona o nome dos 12 , sempre que os doze são anunciados Pedro é o primeiro a ser citado. Jesus os manda primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel. "Vão e anunciem: ‘O Reino do Céu está próximo ".

Interessante ressaltar que os os discípulos recebem o mesmo poder de Jesus: des-alienar os homens (expulsar demônios) e libertá-los de todos os males (curar doenças). Os doze apóstolos formam o núcleo da nova comunidade, chamada a continuar a palavra e ação de Jesus. 

O poder de expulsar demônios é uma metáfora para a ação de libertação integral do ser humano, não é expulsar capetas muito mal interpretados por péssimos atores, como vemos nos shows de horrores, das seitas financistas.

Expulsar o demônio é des-alienar o ser humano de tudo aquilo que o prende à insanidade, que o prende à escravidão do pecado, escravidão da opressão.

Jesus nos quer livres e sadios, isto é a salvação, para que possamos assumir integralmente nosso papel de cidadãos do Reino de Deus, por isto, a cada um que Ele curou , Ele os reenviou  à vida: O cego Bartimeu que depois de curado seguiu Jesus pelo caminho, os dez leprosos que Jesus cura e os manda aos sacerdotes para que possam ser reconhecidos como membros da comunidade , o paralítico,  que Jesus curou e mandou "levantar e andar" e seguir a vida, a mulher possuída por 7 demônios, que,  des-alienada,  passou a ser a mulher que anunciaria a Ressurreição. A mulher adúltera que liberta da maldade da lei foi e não deveria mais pecar.Etc...

Todos os milagres de Jesus são atos de libertação, de devolver ao ser humano seus plenos direitos, sua sanidade , devolvem a cada um a própria vida.

O que vemos hoje, entre aqueles que pretensamente "expulsam demônios" dos outros, colocam outros demônios no lugar, o demônio da intolerância, da soberba da arrogância e da alienação, etc .

Ou seja, trocam 6 capetas por meia dúzia de demônios.

Por que tantos alienam as pessoas que Jesus des-alienou ?

Frei Bento, irmão menor e pecador.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Por que a Igreja Católica não reescreveu, na Bíblia, as passagens polêmicas ?





Paz e Bem !

Muitas  passagens polêmicas  das escrituras,  até hoje fazem a festa dos detratores do catolicismo .

Se a Igreja existe desde o século I, se ela manteve o monopólio da Bíblia durante 15 séculos, até  Lutero rasgar a Bíblia, ou como ouvi de um protestante certa vez: até Lutero ”reescrever” a Bíblia, seria “fácil” para a Igreja retirar ou reescrever passagens que dão margens a outras interpretações, principalmente no Novo Testamento, já que o Velho poderia ser confrontado com a Bíblia dos judeus.

Teria sido fácil para ela acrescentar passagens que comprovassem a Santíssima. Trindade, a virgindade perpétua de Nossa Senhora.   Poderia ter reescrito Mateus 16 e posto lá o nome católica após a narrativa da criação da Igreja sobre Pedro. Enfim, uma série de adulterações que jamais seriam percebidas pela Historia, mesmo porque os originais dos evangelistas , nunca foram achados.
Mas o texto original, com todas as suas dificuldades,  chegou até às mãos dos que se declaram nossos inimigos através da Igreja Católica.

Aliás, o Novo Testamento foi escrito por católicos, dentro da Igreja Católica, e para a Igreja Católica.


Esta é a prova da lisura e da autenticidade de uma Igreja, nascida no Pentecostes, assistida pelo Espírito Santo , fundada sobre  Pedro e que tem em Jesus a Pedra Angular de sua construção e que não teme a Verdade por ser assistida pelo Esp. Santo que fala pela sagrada tradição.

Mas , ao contrario, as igrejas fundadas por homens, que infelicitam a Historia do mundo desde Lutero, essas sim , rasgam livros, adulteram textos, interpretam o que está escrito para confundir e disseminar o erro e a mentira.

Lutero, por exemplo, manteve como um mero apêndice  do Novo Testamento, o livro do Apocalipse, durante muito tempo, e todo livro que fosse contrário a sua heresia ele simplesmente rasgou, como os I II Macabeus que prova a existência da intercessão pelos mortos e do purgatório.


E, por causa da sua tese da justificação pela Fé, considerava a Carta de São Tiago, uma carta de menor valor, quase que a excluiu também.

Porque a Igreja Católica Romana não adulterou os textos sagrados à sua conveniência, e tantas seitas,  nascidas no interesse econômico dos homens,  o fizeram?

Frei Bento, irmão menor e pecador.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Que fizemos ao nosso irmão?


 

Paz e Bem !

Segundo Santo Tomás de Aquino, Deus jamais poderá ser ofendido, a não ser quando agimos contra o bem das pessoas.
No Genesis, na passagem onde Deus pergunta a Caim: Que fizestes ao teu irmão?(Gen.4,9) não é uma pergunta direta, familiar, pontual.
Mesmo porque, a narrativa de Adão e Eva e a sua sequência, é uma parábola , um arquétipo da criação do Homem e da desobediência ao projeto divino.
É a forma como o escritor sagrado encontrou para dizer que o ser humano escolheu o mal e o mau como caminho em detrimento do bem que Deus havia proposto.
A passagem de Deus perguntando sobre Abel, é aqui uma  forma de como Deus nos pede contas do que fizemos ao nosso irmão.
Assim , o ato de Caim não ofendeu a Deus e sim o seu pecado contra o seu irmão Abel.
Os nossos pecados são pecados não porque atingem a Deus, mas são pecados quando se tornam ações nas quais, de alguma forma, ofendemos e atingimos ao próximo.
Esta é a dimensão de Deus Pai, que Jesus irá traduzir de forma exemplar na passagem da mulher adúltera, e quando diz que a mesma medida que usarmos para medir as atitudes dos outros, será a medida que será usada contra nós, como nos ensina no Evangelho de hoje, Mc. 4, 21-25.

Esta é a dimensão misericordiosa, de como Deus zela pela falta que cometemos ao nosso irmão.

Nada ofende a Deus se não ofender antes ao nosso próximo.

E  da mesma forma, como o Senhor diz neste texto de Marcos, “tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto.”


E também nos desafia :  “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”

Por este motivo, Ele sempre estará nos perguntando: o que fizestes, ou vais fazer, ao teu irmão?

E essas são as obras das quais seremos cobrados.

O que responderemos?

Frei Bento, irmão menor e pecador

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Para anunciar o Evangelho, basta ser muito simples?



Paz e Bem  !

O Evangelho de hoje é o texto de São Lucas 10, 1-9.

Aqui, Jesus manda os 72 discípulos em missão, dois a dois, como cordeiros entre lobos, pedindo a eles que rezassem ao Pai que enviasse mais operários  para a messe, pois a messe é grande e poucos são os operários.
Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho,” nem bolsa, nem sandálias nem sacolas".

Que eles fossem aos lugares onde Ele deveria  ir...desejando a Paz aos que encontrassem nas casas, e recomendando que comessem e bebessem o que lhes fosse oferecido, porque , diz o Senhor, o operário é digno de sua paga,
E disse a eles> “  curem os doentes que nela houver. E digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês!

Vemos que esta é a missão dos discípulos, muito semelhante à dos Apóstolos que o Senhor envia, quase que com as mesmas exigências conforme lemos no início do capítulo 9 , do mesmo Lucas.

Em ambos os momentos , fica claro que é preciso muito pouco para anunciar a Boa Nova, basta se despojar de si mesmo e assumir a companhia do outro, basta não ter nada de seu ,a não ser a vontade e o Espírito Santo a guiar; basta ser muito pobre; na linguagem da época, não ter  nem as sandálias.

E não levar , nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura> é ter essa perspectiva de ser pobre no anúncio e no jeito de ser. 
 
Porque as Boas novas não são para os poderosos, elas são para os mínimos.

Já a Virgem Maria havia profetizado no Magnificat que> O Senhor despede os ricos sem nada,  mas, sacia de bens os famintos.

Mas vejam bem, não é só de dinheiro que se fala aqui.

Fala-se de valores morais e espirituais, de simplicidade e desprendimento.

Aos pobres deve ser anunciado a Esperança, porque muitos deles já não mais a possuem..

E o Evangelho é Esperança para aqueles que já não esperam muita coisa.

Neste sentido vamos nós pelas estradas e caminhos , por 2 mil anos, anunciando o Evangelho: Uns com posses e sinais externos de riqueza e de poder, outros anônimos, e pobres, por isto eficazes, anunciando um Jesus Cristo pobre, não um Rei que concede benesses se for adorado...

Esta é a reflexão que nos fica, por que anunciar um Evangelho que é caridade e doação ao próximo de vida e de amor, com técnicas e táticas de conseguir aquilo que não é o que Jesus nos dá ?

Ele nos dá o poder de expulsar espíritos impuros, e estas impurezas, são as ações que contradizem o cerne da mensagem evangélica verdadeira > a caridade , o amor ao menor dos irmãos, o socorro aos que sofrem.

Vestidos de  uma única Túnica, que é a Igreja, apoiados em uma única Esperança , o Evangelho do Senhor , e de pés descalços para que nunca percamos o senso da realidade.

E nós? Evangelizamos como pobres,com simplicidade? Ou o Evangelho para nós, é um grande negócio > impuro?

Frei Bento, irmão menor e pecador

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ser missionário , mesmo que entre serpentes e venenos....




Paz e Bem !

Lemos no Evangelho de hoje , Marcos 16, 1-18 o “ide” que Jesus fala em Marcos, que talvez tenha sido um pós-texto acrescentado pelas primeiras comunidades  ao escrito de Marcos . Porque neste texto,  aparecem duas referências estranhas aos textos evangélicos, as que se referem às serpentes e ao veneno,  dos quais os discípulos de Jesus estariam imunes > “manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal”.

Ora,  pode-se entender essa passagem como uma matáfora;  afinal , que seriam as serpentes com as quais se  encontrariam,  a opressão, a perseguição.
 E a quais venenos o Senhor se referia? Os venenos das heresias, dos cismas, das traições, etc.?

Entretanto venenos e serpentes eram , naquele tempo, coisas comuns, hoje em dia as serpentes e os venenos seriam outras coisas mortais, como o trânsito que mata a tantos, a violência urbana, as drogas, a corrupção.

E os nossos venenos vêm da poluição que mandamos para a atmosfera, para os rios que matamos com nossos esgotos e sujeiras.

Enfim, serpentes e venenos sempre existiram para causar mal ao ser humano, sob diversas formas, sob diversos aspectos estamos todos vulneráveis ás serpentes e aos venenos que deveremos superar para cumprirmos o centro da mensagem de Jesus, dita aqui em Marcos e em todos os Evangelhos o “ide”, que é o compromisso que recebemos no batismo, para sermos testemunhas do Cristo ressuscitado,  e do Evangelho, até o confins da terra.

E que nossa profissão de Fé em Cristo traga junto o compromisso com o nosso irmão o mais pobre e pequenino, aqueles a quem deveremos impor as mãos, tanto para curar como para cuidar, tanto para transmitir o amor como para apaziguar suas dores.

Tudo  isto é o que o “ide” de Jesus nos compromete em sermos discípulos e missionários Daquele que nos liberta de todo mal. Sem isto, não existe Jesus, nem cristianismo e corremos o risco de sermos as serpentes e  os  venenos que fazem tanto mal , a tantos.

Frei Bento , irmão menor e pecador.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Blasfêmias imperdoáveis contra o Espírito Santo, quem de nós comete?


Paz e Bem !

No Evangelho de hoje, Marcos 3 , 22-30, os fariseus daquele tempo interpelaram Jesus dizendo que Ele curava pelo poder de satanás.

Jesus, de onde o Espírito procede, lhes responde: Como é que Satanás pode expulsar Satanás?

E acusa os fariseus de blasfemar contra O Espírito Santo quando dizem isto , porque:


"Aquele que pecar contra o Filho do homem será perdoado, mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo será réu da Justiça Divina" (Mc 3, 28-29). 

Isto, traduzido em miúdos , significa que a misericórdia, o perdão, o acolhimento, os dons do Espírito, não podem vir de uma fonte que não seja correlata. O mal não pode gerar o bem pois o bem é a manifestação da Misericórdia divina, e não existe bem nas trevas.


Jesus dirá isto de  forma diferente,  quando disser: a boca fala do que o coração está cheio.

Ou seja, aquilo que fazemos, como fazemos, é que revela nossa verdadeira intenção.

Então é sutil esta questão das blasfêmias contra o Espírito, elas provém de nossos corações , da dureza ou da mansidão, da farsa ou da sinceridade de nossas intenções.  


Mas o que seria essa blasfêmia, como blasfemamos contra algo que é Espírito Essencial?

A grande blasfêmia é a negação do amor de Deus, e não é perdoado não porque Deus , que é misericórdia e perdão não possa perdoar, é porque quem a cometeu , de "per si" já não lhe interessa o perdão.

Mas o que seria essa blasfêmia tão horrorosa?

São 5:

1) Desespero de salvação, quando a pessoa, como Judas, não pede perdão porque considera que Deus é incapaz de perdoá-lo. E não pedindo perdão, não é perdoado.

2) Presunção de salvação sem merecimentos, quando a pessoa se julga já salva, e, por isso, se recusa a pedir perdão a Deus.

3) Negar a verdade conhecida como tal, quando o pecador de tal modo se entrega conscientemente à mentira a ponto de acabar acreditando na mentira como verdade, e, por isso, recusa até a evidência da verdade. Era o pecado dos fariseus que viam Cristo fazer milagres, e os negavam, apesar de vê-los. Não havia então modo de convertê-los.

4) Ter inveja das mercês que Deus fez a outrem. Isto é, ter raiva de que Deus, por amor, tenha dado alguma graça a outros, e não a nós. Desse modo se odeia a bondade de Deus, que é o Espírito Santo.

5) Impenitência final. Quando a pessoa recusa o perdão de Deus na hora da morte, recusando os sacramentos impiamente.

Assim sendo, o pecado contra o Espírito Santo é duplamente grave, porque primeiro blasfemou contra Deus, depois porque recusa a Graça Amorosa do Senhor, que é "dives in misericordia"= rico em misericórdia e amor.

Como é que nós estamos diante dessa negação do amor de Deus?

Frei Bento, irmão menor e pecador.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Jesus chama seu povo.




Paz e Bem !

Lemos no Evangelho de hoje, Mateus 3, 13-19 , que Jesus chama os doze apóstolos subindo um monte. O monte no Evangelho é sempre o lugar da revelação, foi no monte Tabor que ocorreu a transfiguração, foi no monte que Jesus indicou o caminho par ao céu através das bem-aventuranças, foi no monte calvário que Ele se entregou por nós.
O monte é um importante ponto de referência para Jesus, é o local humano onde somos todos elevados junto com Ele.
E neste monte Jesus escolhe seus apóstolos, como sempre ocorre nos Evangelhos onde são citados os nomes dos Apóstolos, Pedro vem em primeiro lugar, porque Jesus ao chamá-lo muda se nome e muda sua missão. De um pobre pescador de peixes  ele o faz pescador de humanidade.
Será na Barca de Pedro, que prefigura a Igreja de Jesus, que o Senhor encontrará abrigo, e é precisamente na barca de Pedro que é na Igreja que nos tornamos também pescadores de humanidade, aqueles e aquelas que são chamados para a missão de tornar as estruturas deste mundo mais humanas. Para gritar pelo direito à vida dos nossos irmãos,  nascidos e dos que Deus quer que nasçam. De lutar pelo sagrado direito à moradia digna para os nossos irmãos que se dependuram nas encostas dos nossos montes , e vem a chuva e lhes leva a vida. Lutar para que o mundo se torne fraterno, onde possamos chamar de irmãos as criaturas de Deus , os rios que deveremos despoluir, o irmão ar e o vento, que devemos lutar para que se tornem tão puros como Deus os fez. Lutar pela nossa irmã, a terra maternal, para que ela possa produzir as sementes que semeamos com alegria , para o nosso sustento, não para ser mercadoria na vil ciranda do lucro que alimenta enormes fortunas,  em detrimento da miséria e da fome de milhões.
Este é o chamado de Jesus aos doze, como lemos hoje “com o poder de expulsar demônios” .
Todos os demônios que nos escravizam e nos levam para bem longe do plano de Deus para conosco, que nos levam para bem longe do sonho de Deus quando fez  a Terra e  as águas, e as árvores e as flores , os animais, e tudo viu isso que era bom.
Que possamos dar chance a Deus de  olhar as suas criaturas, feitas à Sua Imagem e conformes à Sua Semelhança,  e ver que também “somos bons”.

Frei Bento irmão menor e pecador

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Por qual motivo devemos retirar os ciscos dos olhos alheios, quando já tivermos tirado a trave dos nossos olhos?


                                                
Paz  e Bem !

No Evangelho  de  São Lucas 6, 39-42, lemos o famoso texto que tantos de nós usamos , até mesmo para justificar nossas atitudes diante das criticas que recebemos> Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho?”

No contexto dessas palavras  podemos ver Jesus  cercado e ouvido por fariseus que queriam a qualquer custo pegar o Senhor em alguma  contradição com lei, o fazem até hoje aliás...

Por isso,  Jesus sempre fala deles, dos que   condenavam o gesto hipócrita,  vivido pelos que seguiam a lei conforme a sua vontade e conveniência.

Os fariseus tinham extrema habilidade em enxergar pequeninos erros , ciscos no olho do vizinho, mas se esqueciam das  traves que cegavam seus olhos .

São os mesmos que apedrejavam os pecados dos outros se “esquecendo” dos seus  próprios; o sentido aqui é o mesmo.

Hoje, no século XXI , somos cada vez mais pessoas , vivemos cercados de multidões.

 Somos regidos por regras sociais legais e de convívio social. Isso faz parte de estar em meio a outras pessoas. Já que não moramos mais  nas cavernas , ou numa ilha deserta , ou apenas sozinhos, precisamos dar conta das diferenças que nos são impostas.

Precisamos de gente que nos oriente, nos sugira, nos ofereça uma alternativa sadia e não alguém que decrete sobre minha vida apenas por não gostar de mim, ou por inveja ou outro motivo torpe.

Vemos a todo instante pessoas que se apegam aos erros dos outros se esquecendo dos acertos que também ocorrem; pessoas que não se resolvem consigo mesmo, mas conseguem descrever o que acontece com a vida do outro>  pessoas que não conseguem ser algo e se realizam tentando não deixar que ninguém seja.  Pessoas que muitas vezes precisam é rever sua própria vida.

Para então ter a sensibilidade de achar um pequeno cisco no olho do outro e com delicadeza, soprá-lo para longe, como acontece com quem nos tira o cisco do olho por caridade, nunca por maldade.

Este é o sentido de Jesus dizer> tire a trave do teu olho para poder aliviar o outro,  do pequeno cisco que lhe arranha os olhos.

Então nos fica a reflexão, nós sopramos o cisco dos olhos dos outros por misericórdia? 

Ou para aprofundar seu desconforto?


Frei Bento, irmão menor  e pecador.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

É permitido fazer o bem ou o mal no sábado?




Paz e Bem !

Estava o Senhor indo novamente à Sinagoga de Cafarnaum quando viu que lá estava um homem com a mão seca.
Estavam lá também os fariseus prontos para acusar Jesus de ser misericordioso no dia de Sábado.
Jesus estava lá para libertar pelo amor,  os fariseus estavam lá para escravizar pela lei e para usa-la para incriminar Jesus, porque, tanto os fariseus daquele tempo, como os dos tempos modernos, agem pela prática da Lei, ainda que se digam cristãos,  eles os são até que isto , esta pretensa fé em Jesus, não entre em choque com os preceitos judaicos aos quais ainda hoje se apegam, porque, na verdade, ainda não conseguiram ser cristãos, como gostariam. Os ódios e os preconceitos que lhes infundem, os incapacitam para serem cristãos verdadeiros.
Assim, o Sábado judaico, se transforma num improvável “Sábado cristão”, algo incongruente com o sentido que Jesus deu à sua missão, > libertar os pobres e os cativos, anunciar o ano da graça de Deus, a qualquer tempo e em qualquer dia da semana.
Aqueles fariseus, e os novos, têm o mesmo coração endurecido pela observância de preceitos que nada combinam com a realidade de Jesus de Nazaré.
Por este motivo, os olhos de Jesus ficam indignados com a dureza de seus corações, ainda hoje.
E O Senhor do Sábado e de todos os dias da semana, o Senhor da Misericórdia, chama para o meio dele o homem com a mão seca, e lhe manda que “ estenda  a mão”.
Estas duas falas de Jesus no Evangelho de Marcos que lemos hoje, Mc.3, 1-6. têm o sentido simbólico de traduzir o que é essencial par ao Senhor, a atitude que Ele também nos pede, de sairmos das sombras da maldade justificada pela lei, e vir para o centro do que interessa para o Senhor > a prática da libertação , a prática da misericórdia, a salvação, não a condenação, irmos para o lugar onde Amor  cura e sairmos do lugar onde o ódio incapacita o verdadeiro discípulo de Jesus.
E para fechar o ensinamento , Jesus manda que o homem “estenda a mão”.
É este o centro desta perícope de Marcos 3, é este o gesto que Jesus espera de cada um de nós,> estender nossas mãos, para que obtenhamos a Misericórdia para que a possamos levar aos irmãos.
Enquanto os fariseus daquele e de todos os tempos, continuam tramando com os poderosos, a destruição do que é o cristianismo verdadeiro.

Como estão os nossos corações ? Como estão nossas mãos?

Frei Bento irmão menor e pecador.



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Evangelho de São João 4,5-42 nos fala da água viva que afasta a morte.Escolhe tu, pois, a vida !



Paz e Bem !

Jesus e a Samaritana junto ao poço de Jacó.

A samaritana sabia onde estava a água, tinha um balde e uma corda.

Ela tinha a água e podia dá-la a Jesus, que não tinha nada, somente sede.

Na verdade, porém, Jesus era o único que podia dar a água da vida, a água que mata a sede para sempre.

Esta água é Ele mesmo.

Os samaritanos que foram atrás de Jesus depois da conversa com a samaritana fizeram uma bela profissão de fé:

"Sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo".

Nem podia ser diferente. Jesus não quer a perdição de ninguém, e sua Igreja, quando defende corajosamente a vida, quer apenas o bem de todos.

Algumas vezes não se defende a vida por interesses vergonhosos. Pretende-se tirar proveito próprio da vida alheia.

Outras vezes, a falta de uma visão mais abrangente dos valores da vida, faz com que algumas pessoas entrem pelo caminho da morte.

Você já escolheu a vida e a defesa da vida? Ou permanece na cultura da morte que o mundo ensina?

Frei Bento, irmão menor e pecador.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo .




Paz e Bem !

Com o  Evangelho de hoje, São João  1, 29-34 damos início ao Ano Litúrgico A que será o ano em que ouviremos proclamada a Palavra da Salvação conforme o Evangelho de São Mateus. Mas a Igreja , sabiamente,  inicia por nos propor o testemunho do Batista no Evangelho do outro João. Aqui ouvimos o Batista , que não mais clama no deserto, pois sua profecia encontrou sua realidade . João Batista reconhece em Jesus o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo.
Na língua aramaica cordeiro e servo são palavras sinônimas, ambas apontam para essa mesma realidade de entrega e de sacrifício , ambos estão postos no mundo para serem ao mesmo tempo a vitima que se imola e o que serve a si mesmo como nossa comida e nosso Salvador.
Este texto de João 1 é profundo em significados, ele nos dá conta da realidade do Messias que deveria ser, não o Messias que queriam que fosse.
João O reconhece como o Messias, e O reconhece como Cordeiro, que será imolado no altar do calvário para libertar o homem da sua condição de perseguido, de oprimido, de pecador. Assim Jesus se declarou no Evangelho do Domingo passado quando leu na Sinagoga de Nazaré o texto de Isaias que o predissera como Aquele a quem Deus enviou para libertar os pobres, os oprimidos, os pecadores do fardo de nossos pecados, assumindo Ele mesmo a condição de Servo e morrendo em morte de cruz.
João Batista se dá conta de que a missão do Messias não seria aquela que tantos esperavam, a de ser um guerreiro que libertaria o  povo da opressão do dominador estrangeiro. O Messias é o Servo de Javé , e Sua missão é aquela que o Profeta Isaias nos declara n primeira leitura de hoje, Isaias 49, 3-5.6  “Não basta que sejas meu servo, para restaurares as tribos de Jacob e reconduzires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti a luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra”
A luz das nações, a luz da qual João Batista veio para dar testemunho, segundo o mesmo Evangelista, e é este testemunho afinal que João nos dá hoje, quase como em um suspiro de admiração  quando ele nos diz:  “Eu não O conhecia”, isto é,  eu não esperava que fosse assim, eu também esperava um grande guerreiro e um grande rei humano.
Mas Ele é o Cordeiro, que como Servo lavará com o Seu sangue os pecados do mundo, e o Batista continua dizendo admirado:  “ Ora eu vi”, Ele é Aquele que existia antes de mim, Ele é o Filho de Deus e Dele dou meu testemunho.
Que este testemunho de João Batista preceda nossa vida de Fé neste ano de 2011, que começa tão tragicamente, nesses milhares  de irmãos nossos, outros Cristos,  que sofre nas pessoas dos nossos irmãos das serras do Rio de Janeiro.

Ainda que as montanhas desabem,  que a nossa Fé não se desmorone.

Frei Bento, irmão menor e pecador.

sábado, 15 de janeiro de 2011

A Misericórdia triunfa sobre o julgamento ! ( Tg.2, 13)



Paz e Bem !

Neste Sábado lemos o texto do Evangelista Marcos 2, 13-17. Um texto que cai muito bem hoje em dia,  diante da hipocrisia do mundo em que vivemos.

Jesus está na beira do mar e vê Levi, o cobrador de impostos e o convoca > Siga-me.

E Levi “levantou-se e o seguiu”,  e nós o conhecemos como Mateus.

Mais tarde Jesus vai mais além, vai até a casa de Mateus e lá é visto pelos doutores da Lei “comendo com os cobradores de impostos e os pecadores”.

E surge então no ar uma grande pergunta > Por que ele come e bebe junto com cobradores de impostos e pecadores?

Uma pergunta que não quer respostas, como todas as perguntas dos hipócritas e fariseus.

Hipócritas e fariseus são os mesmos no decorrer dos séculos, quando eles fazem indagações aos outros, fazem-nas a si mesmos, porque o horizonte de preconceitos e de ódios em que vivem,  não suporta a amplitude da vida em misericórdia.

Hipócritas e fariseus , procuram fazer perguntas o tempo todo , mas não se interessam pelas respostas que obtêm, seus ouvidos e seus corações estão  bem fechados em egoísmos e fragilidades, que a perspectiva de conviver com o diferente, de conviverem com a verdade e os caminhos que os outros trilham, e que não são os deles >  os incapacitam ao exercício da misericórdia e do acolhimento , pelo puro dever de amar, sem querer nada em troca do outro.

Esta lição Jesus dará a eles também na Parábola do Bom Samaritano e na perícope da mulher adúltera e em outras tantas passagens em que a misericórdia triunfou sobre o julgamento (conf. Tg 2,13).

Aqui, no texto do Evangelista São Marcos,  Jesus lhes responderá a pergunta tão vazia de sinceridade que Lhe fizeram,  assim :  “As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. Eu não vim para chamar justos, e sim pecadores

Excluem-se deste chamado os que já se consideram salvos, por causa de uma pretensa fé em Jesus, uma fé que não se traduz em gestos de misericórdia, caridade e perdão >os assim chamados “doutores da lei”, de todos os tempos e crenças.

Então esta reflexão também nos fica hoje >  qual é a sinceridade de nossas indagações? 

Frei Bento, frade menor e pecador

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ser cristão é ser irmão.


Paz e Bem !

Ser fraterno é ser irmão de todos por meio do Cristo.


Esta é a vocação de um frei franciscano porque foi a vocação de Francisco.


Temos o mundo por Convento e os irmãos mais pobres como Claustro,o franciscano está no mundo sem ser dele.


Esta é a nossa vocação e a nossa razão de ser na Igreja e no mundo: Os irmãos são chamados por Deus para o seguimento das pegadas de Jesus Cristo, vivendo em fraternidade, segundo a forma de vida de São Francisco, como fraternidades evangelizadoras.



Mas viver o Cristo nos irmãos, ler o Cristo nas suas vidas, e viver no Cristo pela fraternidade não é privilégio de uma vocação franciscana.



O Cristo é partilha, partilha de pão, de palavra e de amor.

Você só conhece Jesus Cristo se amar o seu irmão.



Este desafio não é só para frades, é para todos aqueles que querem ter a experiência de vida radical que o evangelho nos propõe.



Amar incondicionalmente o diferente de nós, acolhe-lo na sua alteridade, sem exigir nada dele além de que ele seja ele mesmo por meio do Cristo.



Até porque, levar Jesus ao irmão , não é nada mais do que amá-lo sem exigir nada em troca.

Frei Bento, frade menor e pecador

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O que nos trás a soberba ?





Paz e Bem !

Jesus Cristo perdoai-nos, porque hoje tentamos pregar o Evangelho usando somente de palavras, até mesmo com palavras de vileza, com ações anti-evangélicas, com soberba e com ódios.

Semeamos sementes entre espinhos, entre pedras, esperando colher com fartura, mas colhemos a amargura de anunciar um evangelho com a boca , mas não procuramos vive-lo no coração.

É preciso “decorar” o Evangelho , mas decorar não é memorizar as palavras e dizê-las como frases soltas para ferir e magoar as pessoas, destruindo o sentido salvífico  da Palavra de Deus.

“Decorar” o Evangelho é colocá-lo no nosso coração ; “conformar” nossas vidas ao Evangelho é dar uma forma evangélica às nossas atitudes de vida, é deixar de pregar o Evangelho,  para “ser”o Evangelho,  ser um Evangelho vivo.

Francisco “foi” o Evangelho, “com-formou” sua vida à Palavra de Deus, colocou-o no seu coração e viveu e morreu por ele, porque estava tremendamente apaixonado por Jesus Pobre, o Jesus dos pequeninos, o Jesus dos miseráveis.

O Jesus que estava nas ruínas da Sua Igreja e que pediu  a Francisco que a restaurasse, restaurando assim a sua vida.

Que possamos aprender com o pobrezinho de Assis a sermos mansos e humildes de coração, porque Francisco aprendeu isto do único Mestre, Jesus, que foi manso e humilde de coração.

Que nos trás a soberba?

Amado Pai Francisco de Assis, rogai por nós.

Bento, frade menor e pecador.





domingo, 9 de janeiro de 2011

Na fila dos pecadores.






Paz e Bem !


Terminamos neste Domingo, com a comemoração do Batismo de Jesus, o tempo litúrgico do Natal.

Durante toda esta semana as leituras nos falaram do Cristo que vem até nós como um pobre, aliás, celebramos no Natal o Senhor que nasce pobremente na extrema humildade de uma estrebaria. Sua primeira Epifania se deu quando foi adorado por humildes pastores de Belém. A segunda Epifania  aos magos de outras terras, uma manifestação de Jesus a todas as nações.

Agora celebramos a terceira Epifania , que é uma Teofania.

Epifania é a manifestação do Verbo de Deus em particular, como no caso dos pastores e dos magos e a iluminação particular que esta Epifania provoca em alguém em especial. A Teofania é a manifestação de Deus em Trindade ao todas as gentes, perante o Universo, a manifestação da Trindade em Sua Gloria.

Assim acontece  no Batismo de Jesus nas águas do Jordão.

Mas também aqui o Verbo de Deus aparece em Sua humildade essencial, Ele está na fila dos pecadores, no comum de todos nós. Espera Sua vez de ser  chamado por João.

Na primeira leitura, Isaias 42, 1-4, 6-7, o Profeta anuncia o Messias  chamando-O de Servo, a quem o Pai protege e sobre O Qual fará descer o Seu Espírito com uma Missão: a de levar a Justiça às nações. O Servo que não gritará pelas ruas, mas procederá a Justiça no silêncio de nossos corações. O Servo que não quebrará a cana fendida, isto é, cheio de misericórdia para com os fracos e aos que já perderam a Esperança. O Servo de Iavé que não descansará enquanto não sofrer até o sangue derramar para que a Justiça seja derramada por sobre a Terra inteira.

O Servo que lemos no Evangelho de Lucas 4, 14-22 que veio para anunciar o que Isaias nesta leitura de hoje  Dele profetizou: para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas”.

Este é o Cristo que vem a João , como narra Mateus 3, 13-17, o Evangelho de hoje, para ser batizado, do qual João não é nem digno de desatar as sandálias. 

Entretanto, está ali, na fila dos nossos pecados, companheiro de nossas dores,  Aquele que divide conosco nossas cruzes, e lava nossas culpas com a água espiritual do batismo.

E o Espírito Santo desce do céu “como” se fosse uma pomba, a mesma imagem poética que o Gênesis trata a nova terra que emerge das águas do dilúvio. Neste sentido todo o poema de Noé na Bíblia prefigura o Batismo de Cristo, e a mesma pomba, o mesmo Espírito , que desce do Novo Céu  inaugura no Batismo de Jesus, a nova terra firme , a Nova Terra da Justiça que o Cristo inaugura.

João Batista porém nos alerta  que o seu batismo não é o batismo do Cristo, pois que o do Senhor é o Batismo do Espírito Santo , simbolizado pelo Sacramento da  água que sobre nós é derramada,  a mesma água primordial sobre a qual desde o início dos tempos o Espírito do Senhor pairava.

Ao inaugurar Sua missão como um de nós, Jesus nos faz filhos de Deus aos quais Ele dará a missão de irmos também pelo mundo inteiro , batizando todos como Ele foi, na forma que  Mateus irá escrever no final de seu Evangelho> em Nome do Pai do Filho e do Espírito Santo.

Frei Bento, irmão menor e pecador.