Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.
Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

E disse Jesus - sigam-me e eu vos farei pescadores da humanidade !

Paz e Bem !





No Evangelho de hoje, Mateus 4, 18-22, Jesus se encontra com Pedro e André, nas margens do mar da Galiléia, eles eram pescadores e lançavam amo mar as suas redes .
E  Jesus  diz a eles:  Sigam-me, e eu farei de vocês pescadores de homens.
A resposta foi sem palavras, mas cheia de um gesto concreto, Mateus escreve que eles deixaram “imediatamente” as suas redes e seguiram o Cristo.
Mais a frente Jesus encontra com Tiago e João, que estavam na barca do pai deles> Zebedeu, consertando as redes
E eles deixaram a barca do pai e seguiram o Senhor.
Também somos chamados pelo nome, pelo Senhor, para que deixemos nossas redes, nossas famílias, nossas prioridades, para seguir o Senhor e fazer deste chamado o centro de nossa vida.
Deixar tudo, como Pedro e Tiago que deixaram o que faziam, como Tiago e João que deixaram seu pai , como tantos anônimos que pelos séculos do cristianismo deixaram suas redes e foram pescar com as redes do Cristo,  as redes da qual emergem novos cristãos, a partir de nosso exemplo de vida e de trabalho.
Pessoas que como os primeiros, deixaram suas seguranças e se comprometeram com uma ação transformadora.

O Senhor nos chama hoje > vem e segue-me.

Deixaremos mesmo os nossos barcos seguros para ir pescar em águas mais profundas?


Festa de Santo André Apóstolo.

Frei Bento, irmão menor e pecador.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quem de nós poderá julgar a sinceridade da fé de alguém?

Paz e Bem !




O Evangelho de hoje , Mateus 8, 5-11 nos lembra muito o mesmo texto de Lucas 7, 1-10.

Em S.Mateus  é o próprio oficial romano que pede ao Senhor que cure o seu servo.

Em  Lucas a  narrativa  nos fala que o mesmo oficial pediu a a outros para que fossem até Jesus pedir pela cura do servo.

Mas em ambas as narrativas o centro não muda>  a profissão de fé do romano que diz a Jesus: “Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e minha alma será salva.”

O mesmo que dizemos antes de receber a Eucaristia.


E outro elemento que é central e comum é  que Jesus curou o servo do romano e em ambas asa narrativas diz o mesmo: - Eu declaro a vocês que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.


A lição que nos fica é esta> Muitas vezes pode-se encontrar mais Fé em pessoas que não pertencem a uma instituição religiosa do que entre aquelas que dela fazem parte.



Para Jesus a Fé autêntica pode estar em alguém que não compartilha conosco o que acreditamos, principalmente se essa Fé for muito mais autêntica daquela que achamos que temos e grau tão elevado.



Só o Senhor conhece a nossa sinceridade, só Jesus entende nossos corações.



Por que julgamos que alguém diferente de nós possa ter uma Fé muitas vezes maior do que a nossa mesma?

Frei Bento, irmão menor e pecador

sábado, 27 de novembro de 2010

Marana thá – Vem Senhor Jesus !

Paz e Bem e bom Domingo a todos !



Entramos no Tempo do Advento do Senhor, daqui a pouco celebraremos “a plenitude dos tempos” o dia em que o Senhor  se fez  Deus conosco – O Natal.

Mas o Tempo do Advento é um Tempo de apelo à conversão, um tempo no qual devemos prestar atenção aos sinais do Senhor para que não se passe conosco aquilo que Jesus nos diz no Evangelho de hoje, Mateus 24, 37-44 > que a volta do Senhor será como no tempo de Noé,  quando todo povo se entretinha no seu dia-a-dia sem maiores cuidados, que nem perceberam que Noé entrou na Arca e veio do dia o Senhor, veio o dilúvio que fez sucumbir o  mundo de pecados.
A primeira Leitura nos apresenta Isaias 2, 1- 5 nos alentando , pois a Casa do Senhor, que é o próprio Jesus,  estará neste  Tempo  firmemente estabelecido na mais alta montanha de Sião para que todos O Vejamos, para que todos nós O procuremos na Sua Palavra que estará encarnada na nossa humanidade.
Mas , quantos de nós a rejeitamos,  para quantos de nós a Palavra veio mas muitos de nós não a recebemos ?
E tantos de  nós que não a recebemos, estamos hoje vivendo como nos tempos que São Paulo descreve na segunda leitura , Romanos 13, 11-14: “Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia”  como quem vive já agora, durante a noite deste mundo, no Dia, que é Cristo-Deus“nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário: revesti-vos do Senhor Jesus”
Não é esse tempo que vemos das nossas janelas?
Ou pior ainda. Não é  do meio deste tempo de “noite deste mundo” que  nos encontramos?  E  nem  mesmo olhamos para a Janela que se abre no Tempo do Advento , como uma nova Arca de Noé, que vem, trazendo com ele a oportunidade de conversão, como este texto paulino,  que um dia provocou a  conversão de  Santo Agostinho?
Jesus nos alerta : “ficai atentos”, porque este é o tempo da divisão, o tempo que um será levado e o outro será deixado, um será liberto, outro será encarcerado , um será salvo e outro condenado, no inevitável  Dia do Senhor, que sempre se avizinha. O dia   que irá separar o santo do pecador. O nosso dia de juízo pessoal, ou o grande dia do Juízo da História, onde nada ficará oculto, nem mesmo aquelas pequenas coisas  que são os nossos segredos.
Pois diz o Senhor: “o Filho do Homem virá na hora em que vocês menos esperarem.


Bento , frade menor e pecador.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina...

Paz e Bem !






No Evangelho de Lucas 24,13-35,  lemos a  narrativa do encontro de discípulos com Jesus, no caminho de Emaús.

Eu particularmente considero esta, uma das mais poéticas passagens do Novo Testamento.


Todo o caminhar com o Mestre na estrada que levava a Emaús foi um grande momento de oração. 

Durante todo o percurso, Cléofas e seu companheiro,  conversavam com o próprio  Deus quando falavam  e escutavam o Cristo ressuscitado. 

E assim nós também,  discípulos como os dois no caminho de Emaús, devemos agir: Conversar com Deus, falar com Deus, escutar  Deus no nosso caminho diário, na nossa labuta, no nosso trabalho, no nosso telônio... 

E, quando necessário for,  fazer também como os discípulos, que ardentemente em uma oração de súplica disseram: "Fica conosco". 
Devemos sempre pedir a Sua presença no meio de nós, mas é importante também sabermos o porquê de nossa súplica e assim como Cléofas e seu companheiro motivaram sua oração dizendo que era tarde e o dia já declinava, nós também devemos motivar nossa oração. 

E tantas são as razões que temos para pedir que o Senhor fique entre nós...



E  Deus se revela por inteiro ao partir o pão. Ali está o centro da mensagem de Emaús, partilhar o pão e ver Jesus.


A Eucaristia.


Só conseguimos ver Jesus quando nos tornamos abertos ao outro à dimensão exclusiva do outro, quando com-partilhamos o que temos, quando dividimos com o irmão o mesmo pão, que é  Jesus Cristo ressuscitado.


Ver Jesus, portanto, será sempre dividir os dons e os bens e nunca acumular.

Permanece comigo, pois cai a tarde e  o dia já declina....


Frei Bento, irmão menor e pecador.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"Effathá", é para que possamos abrir nossos ouvidos ao silêncio, e para aprendermos a falar o que devemos.

Paz e Bem a todos !




O Evangelho  de São Marcos 7 , 31-37, nos fala sobre quando Jesus  cura o surdo-mudo em território dos pagãos.


E o caráter simbólico desta cura feita em terras estrangeiras, é demonstrar que o amor do Cristo vai além de todos os limites, percorre caminhos não imaginados para alcançar aquele que não pode ouvir e nem falar das maravilhas de Deus.

Um prenúncio da mensagem do cristianismo , que seria levado a todo mundo e alcançaria a todos os  que eram surdos e mudos para ouvir a boa nova e para proclamar esta mesma boa nova de justiça e paz.

Jesus acolhe aquele homem que foi levado a Ele pela caridade da multidão e o conduz ao seu secreto, isto é, afasta-se da multidão e no silêncio ordena que "Effathá" = Abra-te, ao dom de ouvir e de falar. 


Ao levar este homem anônimo  para longe da multidão para curá-lo, O Senhor nos ensina que é no secreto e no silêncio que  aprendemos a nos abrir também à escuta da Palavra de Deus, isto é, àquilo que devemos ouvir e ao que devemos falar.

E assim  Jesus coloca Seus desígnios da boca daquele homem.

Muitas vezes conosco é assim, o Senhor quer vir ao nosso encontro, nos levar para o nosso secreto e lá, no silêncio da Oração, nos ensinar a ouvir e nos ensinar a falar, abrir os nossos sentidos necessários para que possamos acolher o que Ele tem a nos dizer.

Vejo esta passagem como a excelência da vida da oração , quando os nossos ouvidos se abrem ao Deus que nos recolhe,  e o que aprendemos Dele na nossa intimidade orante e que passamos a proclamar de forma irreprimível.

E nos fica esta reflexão: o que nossos ouvidos ouvem e o que nossa boca proclama, vem do nosso secreto com o Senhor? Ou vem do raso dos que ouvem  mas não conseguem escutar bem, que falam , mas não sabem bem o que dizem ?


O que apreendemos ao ouvir nos grandes ruídos irá transparecer nos grandes ruídos de comunicação, nos quais tantos incorrem?



Bento, frade menor e pecador.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Papa, por que o atacam? Por que o escutam?

Paz e Bem !




Nestes dias , um dos assuntos prediletos dos jornais e da internet tem sido as declarações do Papa Bento XVI publicadas no livro “ Luz do Mundo”, que é o produto de muitos dias de diálogo entre Papa Ratzinger e o escritor Peter Seewald.
Com o subtítulo “ O Papa, a Igreja e os sinais do tempo”, parece ser uma obra que pretende isso mesmo> lançar luzes sobre vários temas da sociedade humana, inclusive sobre a sexualidade.
Mas o Livro não se restringe às declarações do sumo pontífice relativas ao uso ou não do preservativo, pelo que eu li das declarações do próprio escritor, o livro:   “evoca a sobrevivência do planeta que está ameaçado, o Papa lança um apelo à humanidade, nosso mundo está no transe do colapso e a metade dos jornalistas só se interessa pela questão do preservativo."
A posição do Papa Bento no mundo, como ele mesmo se define, é a de ser um servidor , mais do que um líder, é  cumprir seu pensamento contrário ao relativismo do mundo moderno , a decadência de valores, a favor da  questão da ecologia, sobre a Igreja neste 3º Milênio , sobre temas em mais abrangentes  para a humanidade, do que apenas  o usar ou não a camisinha.
Mas o mundo anda tão sexualizado que somente extrai do texto o que se refere ao uso do preservativo.
Parece que o mundo quer ouvir apenas aquilo que parece ser  o único valor para muitos , a liberdade sexual, enquanto o livro fala do conflito que se estabelece hoje em dia entre liberdade e  a Verdade.
O Papa Bento XVI se compromete é com a verdade, o que se pode discutir neste campo da sexualidade , não é usar ou não camisinhas, mas antes, deveria ser a sexualidade e o amor.
Mas as pessoas querem insistir apenas na sexualidade sem o amor.
E aí está o cerne da questão que é banalizada pela mídia, a pergunta que devemos nos fazer , diante desta polêmica é > o que tem a sexualidade a ver com o amor?
Perde-se a noção de amor >  para a prática do sexo pelo sexo, mais uma vez a sociedade prefere ouvir o que quer, e não o que precisa.
Diante desses fatos fica a dúvida, se o mundo acusa tanto o Papa Bento XVI por suas posições que refletem o que a Igreja de Cristo sempre ensinou, por que dão tanta importância ao que ele diz?
Como perguntou o vaticanista Aldo Valli:
Por que o atacam? Por que o escutam?

Bento, frade menor e pecador.

Por que todo mundo anda atrás de ti, Pai Francisco?

Paz e Bem !




Estava uma vez S. Francisco no convento da Porciúncula com Frei Masseo de Marignano, homem de grande santidade, discrição e graça em falar de Deus; pela qual coisa S. Francisco o amava muito; um dia, voltando S. Francisco de orar no bosque, e ao sair do bosque, o dito Frei Masseo quis experimentar-lhe a humildade; foi-lhe ao encontro e, a modo de gracejo, disse:

"Por que todo o mundo anda atrás de ti e toda a gente parece que deseja ver-te e ouvir-te e obedecer-te? Não és homem belo de corpo, não és de grande ciência, não és nobre: donde vem, pois, que todo o mundo anda atrás de ti?" Ouvindo isto, S. Francisco, todo jubiloso em espírito, levantando a face para o céu por grande espaço de tempo, esteve com a mente enlevada em Deus; e depois, voltando a si, ajoelhou-se e louvou e deu graças a Deus; e depois, com grande fervor de espírito, voltou-se para Frei Masseo e disse: "Queres saber por que a mim? Queres saber por que a mim? Queres saber por que todo o mundo anda atrás de mim? Isto recebi dos olhos de Deus altíssimo, os quais em cada lugar contemplam os bons e os maus: porque aqueles olhos santíssimos não encontraram entre os pecadores nenhum mais vil nem mais insuficiente nem maior pecador do que eu; e assim, para realizar esta operação maravilhosa, a qual entendeu de fazer, não achou outra criatura mais vil sobre a terra; e por isso me escolheu para confundir a nobreza, e a grandeza e a força e a beleza e a sabedoria do mundo; para que se reconheça que toda a virtude, e todo o bem é dele e não da criatura, e para que ninguém se possa gloriar na presença dele; mas quem se gloriar se glorie no Senhor, a quem pertence toda a honra e glória na eternidade".

Essa deveria ser a nossa razão, entretanto preferimos que os outros nos sigam pelo que falamos, e não pelo que Deus faz em nós?

Frei Bento, irmão menor e pecador.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A oferta de tudo que temos

Paz e Bem !



Jesus ergueu os olhos  viu pessoas ricas que depositavam ofertas no Tesouro do Templo. Viu também uma viúva pobre que depositou duas pequenas moedas. Então disse: “Eu garanto a vocês: essa viúva pobre depositou mais do que todos. Pois todos os outros depositaram do que estava sobrando para eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo o que possuía para viver.”
Este é o texto de Lucas 21, 1-4, que lemos nesta Segunda Feira.
Jesus viu pessoas  ricas que depositavam ofertas.
Mas o que Jesus enxergou foi a pequena oferta desta viúva anônima, que nos fala à consciência.
Porque ela ofereceu tudo aquilo que tinha, apenas duas pequenas moedas, enquanto tantos fazem grandes ofertas de dinheiro e fazem questão de fazer  propagandas do quanto estão dando.
É um leilão, às vezes, é um  quem dá mais para ser mais notado por Deus.

A oferta da viúva foi muito maior do que a oferta dos milhões, porque os outros deram aquilo que lhes sobrava, ela deu tudo que ela possuía.

Por pura gratuidade, sem querer nem pensar em receber nada em troca , e foi humilde e silenciosa no que ofereceu.


As viúvas,  no tempo de Jesus,  eram  mulheres sem recursos, não havia pensão, não havia quem lhes abrigasse se não tivessem filhos para sustentá-las. Viviam da caridade dos outros, e aqui eu me lembro da Virgem  Maria, me lembro da preocupação do Cristo na cruz em deixá-la aos cuidados de alguém, para que não ficasse só e desamparada , assim Ele a entregou a São João.

Então podemos entender como foi grande a doação daquela viúva, o quanto realmente ela deu de si mesma para aquilo que ela acreditava ser o correto.

E nós, ofertamos a Deus tudo que temos, a nossa vida, ou tudo que sobra, o  dinheiro?

Bento, um irmão menor e pecador.

domingo, 21 de novembro de 2010

Eis o nosso Rei !!!!


Paz e Bem !




O Ano Litúrgico vai terminando, e já se anuncia a alvorada do Tempo do Advento....mas hoje  celebramos o  Cristo Rei do Universo.
Colocado assim como um Rei, Jesus corre o risco de ser associado ao que existe de menos cristão no mundo > o exercício do poder, da tirania, da arrogância , afinal , que foram nossos reis? Que são nossos governantes que já não são mais  reis, mas agem como os que foram antes deles, tiranos, hipócritas, mentirosos, tantos foram assassinos, enfim reis, poderosos, são sempre aqueles que exercem o poder contra o povo , contra os pobres, contra a Justiça, contra a  liberdade.

Esses são os nossos reis.

Este tipo de rei Jesus nunca foi.

O Rei Jesus é contrário disso tudo. A realeza do Cristo é a realeza do serviço aos outros, Jesus é Deus que rejeita ser servido e antes quer e veio para servir, e para dar sua vida por nós e para  garantir , também a nós, aquilo que Ele oferece ao malfeitor que Lhe pede , como lemos no Evangelho de hoje, Lucas  23, 35-43 > “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres em teu Reino”.
O que Jesus lhe oferece, e também a nós, não é uma promessa para quando Ele  “vier em seu Reino”.

Não é isso.

Jesus oferece a Dimas , e a nós, um “hoje mesmo”, não um dia que virá num futuro improvável,  mas um dia  que é um> “hoje mesmo”.

A nossa salvação é ato quotidiano , e nossa oração deve ser como a oração de Dimas, “Senhor lembra-te de mim...”

Este é o nosso Rei, como dessa constrangedora fotografia, o Rei do Universo, o Rei que nasceu em um estábulo , que seria encontrado “envolto em faixas”,  que foi pobre e humilde, que foi servo e foi ferido pelos nosso pecados. Não é um rei de tiranias, mas um Rei manso , como o  Cordeiro que O simboliza.

Jesus ,  Rei de nossa vida, lembra-te sempre dos teus pequeninos, dos pobrezinhos, dos meninos abandonados nas ruas, dos drogados nas cracolândias  do mundo, dos miseráveis que passam fome , dos que têm sede de Justiça, dos que nada mais têm na vida se não > O Senhor, o Rei dos pequeninos.

O Rei do universo dos pecadores, o Rei do universo das prostitutas e dos encarcerados, o Rei do universo dos miseráveis, o Rei do universo dos drogados, o Rei do universo de teus pobres.

A única Esperança de nós todos, pobres malfeitores que ousamos Te suplicar também nesse nosso “ hoje “, desde essas nossas cruzes pessoais : Senhor , lembra-te de mim...

Frei Bento, frade menor e pecador.

sábado, 20 de novembro de 2010

Um Deus Vivo, de vivos.

Paz e Bem !



No Evangelho de hoje, Lucas 20, 27-40 os Saduceus, que não acreditavam na ressurreição dos mortos,  apresentam a Jesus uma daquelas questões retóricas, perguntas que não querem respostas, que não são duvidas, mas afirmações em forma de pergunta:
A complicada questão dos  dos 7 irmãos que morreram, e que a única viúva dos 7 foi se casando com o irmão que sobrevivia. Até que o ultimo morre e então a pergunta:

Na ressurreição, de quem a mulher vai ser esposa? 

Jesus então responde que é uma questão inútil para ser feita, pois que na ressurreição dos mortos, ninguém mais será dado em casamento,  que os que receberem a graça da ressurreição, serão como anjos,  e os anjos não morrem.
E Jesus lhes dá a lição , a mesma que temos de dar aos que não lêem nas Escrituras aquilo que não lhes é conveniente. Jesus diz ao Saduceus, > por que vocês não lêem o que Moisés diz na Sarça ardente quando chama o Senhor de Deus de Abraão , de Isaac e de Jacó, três mortos dos quais o Senhor é Deus ?
E revela o que muitos não querem ler: não existem mortos em Deus, pois tal como do três citados por Moisés já estarem mortos, ainda assim eles têm um Deus, porque estão vivos no céu.
Também hoje em dia , quantos dizem que os mortos não tem consciência de nada, estão dormindo eternamente aguardando a ressurreição final, enquanto Jesus diz  que Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, porque todos vivem para Ele ?
Da mesma forma, Jesus irá  dizer a Marta em São João 11, 25> Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. Crês  nisso?

Mas ainda hoje muitos não acreditam nisso, e ainda se dizem cristãos, e ainda renegam a santidade de tantos homens e mulheres que como Abraão , Isaac e Jacó , que já estavam mortos ao tempo da Sarça ardente, tinham em comum um Deus de Vivos. E estes são os santos, a Virgem Maria, os Apóstolos, os mártires, os confessores, as virgens, enfim, a multidão de crentes em Cristo , porque Nele estão vivos, porque Nele creram.

Muitos ainda hoje concebem a vida eterna como uma continuação desta, enquanto que, a vida da ressurreição não pode ser imaginada como cópia do modo de vida deste mundo.

Os Saduceus , diz o Evangelho, aprenderam a lição e não mais importunaram o Senhor.

Os de hoje, nunca aprendem...

Frei Bento, frade menor e pecador.


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Etica da Alteridade é o último recurso da vitima social para reconhecimento da sua dignidade humana?


Paz e Bem !


Na nossa sociedade Deus foi trocado pelo Mercado , o novo deus pretende usurpar o lugar do antigo Deus. O Mercado tem semelhança com Deus por seu caráter transcendente, mas a radical diferença entre ambos reside em que o ídolo reclama o sacrifício/sofrimento humano para poder existir ou subsistir,e realizar o lucro, enquanto Deus defende a Vida em todas suas versões.
O sacrifício/sofrimento humano exigido pelo ídolo Mercado se depara porém com uma alteridade irredutível que desmascara a hipocrisia dos supostos mecanismos científicos que regulam a Lei do novo deus Mercado. Essa alteridade das vítimas, mesmo querendo, não pode ser negada nem reduzida ao silêncio pela propaganda enganosa. Seu sofrimento se levanta, como o clamor do sangue de Abel, contra os tecnocratas que se ocultam atrás de frias cifras e de planejamentos abstratos.
Como ética ela deve se constituir no marco referencial (teórico e vital) para qualquer modo de convivência humana. Ela deve ter o horizonte da utopia e a práxis da motivação instigadora de todo projeto político-econômico e das dinâmicas institucionais. Mas a única ética digna desse nome deve tomar como base o olhar das vítimas, e ter como compromisso inadiável seu grito por dignidade. O autêntico imperativo ético, o dever ser absoluto, emerge do clamor irredutível das vítimas para serem reconhecidas na sua alteridade, isto é, na sua dignidade humana.
Ai está o novo cristianismo,a nova ética fundamental, reconciliar o homem decaído com o Deus que o sustenta e o contempla no seu rosto.
Para Deus o ser humano sempre será um rosto de dor a ser limpo com o pano da Verônica, enquanto para seu antagônico o rosto do outro será sempre uma cifra de planejamento.


Quem acolherá o rosto do irmão apenas pelo que ele é? E não pelo que vale?


Frei Bento, frade menor e pecador.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Jesus chora por nós !



Paz e Bem !

Meus caríssimos ,  a leitura do Evangelho de Lucas 19, 41-44, desta Quinta-Feira dia 18, nos  mostra  que Jesus chorou por Jerusalém.
Nos Evangelhos  está escrito que Jesus chorou duas vezes, por Lázaro e por Jerusalém.
Outras vezes o Senhor se compadeceu, o Senhor se afligiu, o Senhor sofreu.
Mas chorar , Ele apenas chorou por Lázaro,  e por Jerusalém.
A cidade que não O reconheceu porque não renunciou à injustiça e à opressão.
Pois Ele é a Justiça e a Libertação. A cidade que renunciou à Paz que o Cristo lhe ofereceu, e O matou.
Mas Jesus amava Jerusalém, assim como amou Lázaro, assim como ama a todos nós.
Jesus chora também hoje por nossas cidades, por nossa sociedade, que tal como Jerusalém daquele tempo, também O rejeita, também renunciam à pratica da Justiça e da Libertação, também escolhem a violência à Paz .
E também chora por nós, que também trilhamos o caminho oposto à salvação e à justiça, por nós que praticamos a iniqüidade, por nós que renunciamos a Jesus e escolhemos trilhar os caminhos do mal , e assim , também poderemos ter o mesmo destino de Jerusalém o mesmo destino de nossa sociedade, a destruição pelo pecado e pela nossa renúncia pessoal  à Paz.
Parece incoerência Deus chorar por nós, mas não.
É a prova de amor de um Deus Único por seu povo, pelos seus amados.
Jesus quer nos abraçar e recolher , como a galinha que abriga seus pintinhos, como um pai e a mãe,  que acolhem seus filhos num abraço de proteção.
Mas quantos de nós recusamos esse abraço, e nos deixamos ser sitiados e destruídos por tantos inimigos que nos rondam .
Não fechemos os nossos olhos a Jesus que nos quer acolher, que nos quer amar, que é Deus em Misericórdia infinita, sempre pronto a este abraço de reconciliação e de perdão.

Não nos vemos na rebeldia de Jerusalém?

Frei Bento, frade menor e pecador.



terça-feira, 16 de novembro de 2010

A pureza do coração segundo São Francisco.

Paz e Bem !

Certa vez caminhavam Frei Leão e São Francisco. E Frei Leão perguntou a ele, pai o que fazer para ter puro o coração?
- Frei Leão, basta simplesmente nada guardar para si. Nem sequer essa percepção aguda da nossa miséria.
Desprender-se de tudo. Aceitar ser pobre. Renunciar a tudo o que é pesado, inclusive ao peso das nossas faltas. Já não ver senão a glória do Senhor e deixar-se iluminar por ela. Deus é, isto basta.
O coração deve ser como a cotovia que quer o espaço e o azul, que abandonou todo e qualquer cuidado, toda e qualquer inquietação. O seu desejo de perfeição mudou-se num simples e puro querer de Deus. E assim ela alcançou o espaço azul que tanto queria.
Frei Leão escutava com ar grave, enquanto ia caminhando adiante do pai seráfico. Porém, à medida que avançava, sentia que o coração se lhe tornava leve e que uma grande paz o invadia.

O percepção de o quanto somos pesados para nós mesmos, é que nos impede de voar...
Mas a cotovia está livre da consciência de seu peso e por isso pode voar,  confiando somente no querer de Deus.

Buscar ter um coração puro faz sentido num mundo de relativismos?



Frei Bento, irmão menor e pecador.

Quando será o nosso hoje?


Paz e Bem bom dia a todos!

O Evangelho de hoje , Lucas 19,1-10, nos falará da nossa historia dentro da historia de Zaqueu, um homem pecador para a realidade dos tempos de Cristo, o chefe dos coletores de impostos,um publicano, uma das figuras mais odiadas naquele tempo pelo oficio que tinham, o de cobrar impostos cada vez mais extorsivos dos pobres. E freqüentar a casa de um coletor de impostos seria impensável para quem se dizia o Messias.
Entretanto Jesus surpreende mais uma vez e diz a Zaqueu, lá no alto do sicômoro, “ é preciso que eu fique hoje em sua casa”.
E logicamente muitos murmuraram: “ele vai se hospedar na casa de um pecador” !!!
E lá foi Jesus para a casa de Zaqueu, que diante de tal inesperada atitude se compromete com Jesus dizendo que daria metade de seus bens aos pobres e restituiria o quatro vezes mais a alguém que houvesse defraudado.
E Jesus lhe diz: Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão.
A historia termina ai, tendo Jesus continuado contando a controversa parábola do Rei, seus 10 servos e suas 10 minas.
Mas do episódio de Zaqueu nos fica esse intrigante “Hoje”, é preciso que “hoje” eu fique em sua casa e “hoje “ a salvação entrou nesta casa.
Nos colocando no lugar de Zaqueu, na nossa pequenez, no nosso pecado, esse “hoje” assume um caráter de imediato.
Também nós precisamos de sair do nosso lugar, enfrentar a multidão de nossos pecados, subirmos em nosso sicômoro para que Jesus nos possa ver, na nossa indignidade, para que Ele venha e nesse nosso “hoje” faça a salvação entrar na nossa casa, na nossa vida, nos mudando, de pecadores a servos uns dos outros, mediante nosso compromisso de repartir o que temos com quem nada tem e restituir em bem, quatro vezes mais o mal que causamos a outros.
Se não perderemos nosso momento, perderemos nossa vez, e viveremos sempre no nosso ontem tentando chegar ao nosso amanhã sem passarmos pelo “hoje” que tudo muda.

Então , quando será o seu “hoje”?

Frei Bento, irmão menor e pecador.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Somos cegos como Bartimeu? O que queremos que Jesus nos faça?




Paz e Bem e bom dia a todos.

O texto do evangelho de Marcos 10, 46-52, que trata da cura do cego Bartimeu, e o seu similar Lucas 18, 35-43, o  texto do evangelho de hoje, nos falam da cura de um homem cego.
São Marcos escreve que a cura aconteceu quando Jesus saia de Jericó, Lucas dirá que foi quando Ele se aproximava de Jericó.
Onde Jesus estava realmente não tem muita importância. O que é importante é que Ele estava lá, onde os olhos do coração do cego O enxergaram.
O importante é que esse cego estava  sentado a beira do caminho, muitos de nós estamos como o cego , sentados à beira do caminho enquanto Jesus passa, e nem O vemos, porque estamos tão “cegos”... que nem sabemos distinguir se Ele aproxima-se de nós, ou se vai indo embora.
Mas Bartimeu ousa gritar,” Jesus Filho de Davi tem dó de mim!” E este grito dele ecoa por toda história da salvação.
Vemos esse mesmo tema no grito do sangue de Abel, no grito de Jó, no grito de cada pobre, excluído, sem ninguém, “sentado à beira do caminho”. É também o grito de Jesus na cruz, o grito dos mártires. Gritos de dor que perpassam toda a escritura.
E Deus ouviu o grito de Bartimeu, embora tantos o mandassem se calar. Quantos não nos mandam também calar? Abafar nosso gritos, amordaçar nossas bocas , almas e corações? Mas temos de gritar, nosso socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra, diz o Salmo.
Mas nossos gritos nem sempre são para fora de nós, são gritos de nossa alma, gritos mudos...
Os verdadeiros gritos são mudos.
Perceba que Bartimeu teve de jogar o manto fora, ele aprende que não é possível seguir Jesus sem deixar algo, sem arriscar a segurança humana para experimentar a mão de Deus.
E interessante, por que Jesus pergunta ao cego : "o que quer que faça por você"? 
Jesus sabia , era óbvio.
É que Jesus respeita nossa liberdade e não obriga ninguém a se libertar, muitos não preferem ficar “à beira do caminho”?
Note que Bartimeu não é o mesmo cego de S.João 9, o que nunca enxergara antes.
Bartimeu queria VOLTAR A VER.
Quantos de nós , porque perdemos a clareza da fé, precisamos ver de novo? 
É disso que o trecho de Marcos fala, do QUERER VER DE NOVO.
Então não era simplesmente curar um cego, Jesus iria fazer com que ele visse novamente.
Então , somos todos como Bartimeu.
Eu pelo menos sou, eu quero pedir a Jesus que eu O veja novamente, e renovadamente, e por toda a minha vida. Que eu nunca o perca de vista e que Ele nunca perca meu olhar.

Assim deixarei de estar á beira do caminho e estarei “a” caminho, como Bartimeu , que curado, se pôs a caminhar, seguindo Jesus pelo caminho.

Quando insistimos fervorosamente na nossa oração, detemos Jesus que passa, a se aproximar,  ou já indo embora?

Bento, frade míope, menor e pecador.

domingo, 14 de novembro de 2010

O Fim, ou um fim?


Paz e Bem bom Domingo a todos.

O Evangelho de hoje é o texto de São Lucas 21, 5-19, quando o Senhor dará um sentido escatológico para a Sua missão. Jesus fala do Fim das coisas e da "finalidade" dos homens.
O primeiro Fim é a extinção do Templo e de seus adornos, o segundo fim, é mais a finalidade para a qual fomos criados, não necessariamente o final dos tempos, o Fim do mundo tal como conhecemos.
Não, Jesus fala do nosso encontro com o sentido de nossa vida em Deus, na necessidade de permanecermos fiéis e da necessária força de nos mantermos afastados dos falsos Cristos, dos falsos pregadores do fim do mundo, das falsas doutrinas, dos falsos profetas.
Isto sempre aconteceu entre nós, desde o inicio do cristianismo a nossa Fé é marcada por longos combates contra as falsas doutrinas que sempre vieram para afastar o povo de Deus de seu Deus, as heresias e os falsos pastores sempre tiveram que ser combatidos pela Igreja desde o arianismo , do nestorianismo, do gnosticismo, passando por todos os “ismos” que a História nos apresentou, desde as falsas doutrinas, como as ditaduras de cunho totalitário, que escravizaram tantos às suas perversões e loucuras ideológicas. Até desaguar hoje  em dia , em  tantos outros mecanismos de alienação do verdadeiro Jesus e do verdadeiro sentido do Evangelho que para tantos, deixa de ser um instrumento de libertação , para ser usado como forma  de escravização de corações , mentes e bolsos...” Não sigam essa gente” é o alerta de  Jesus no Evangelho de hoje.
O sinais da natureza,  as grandes catástrofes naturais> terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, isto sempre aconteceu, e nem por isso o mundo  acabou.
Nações guerreando contra nações, sempre houve , e continua a acontecer, e nem por isso o mundo  acabou.
O alerta de Jesus é para que nos mantenhamos firmes na Fé que recebemos dos Apóstolos, que estejamos abertos à ação do Espírito Santo em nós, como o nosso Paráclito, Aquele que Jesus nos envia para nos defender e nos dar sabedoria para distinguir, o que é o fim das coisas e o que é a finalidade de nossa vida em Jesus.
O fim dos tempos, colocados como reflexão no Evangelho de hoje tem este sabor de renovação, e espera pelo Advento do Cristo, pois estamos a duas semanas do final do Tempo Comum, e ingressaremos justamente  no Tempo do Advento, quando então seremos convidados a refletir nas nossas vidas imersas no grande mistério da Encarnação do Verbo, o primeiro  grande e verdadeiro evento escatológico quer nos foi dado ver e do qual temos a certeza, juntamente com o segundo que foi a Ressurreição do Senhor.
Estes dois Tempos de Graça são nossas únicas certezas> que o Verbo se fez carne e habitou entre nós e que O Verbo de Deus ressuscitou dos mortos como primícias da nossa ressurreição.
Foram esses dois grandes momentos da História que nos dão o real sentido da nossa “finalidade”, tanto nos apontando para nossa ressurreição “final”no Cristo, como para a nossa “finalidade” que tem a ver com o sentido de nossa vida> o de testemunhar o Cristo diante dos homens, com a força que nos é dada pelo Espírito Santo, com a Sabedoria do mesmo Espírito, sem que nem um cabelo de nossa cabeça se perca.
 E nenhum inimigo nos surpreenderá , nem nos fará mal.
Vale-nos, então, o conselho da segunda leitura de hoje, 2Ts 3,7-12. Onde  São Paulo, nos pede  que vivamos decentemente, trabalhando pelo pão cotidiano, sem viver à toa, mas construindo a vida com a dignidade de cristãos. 

E assim ganharemos a vida, como a promessa do Senhor que lemos hoje.

Bento, frade menor e pecador.

sábado, 13 de novembro de 2010

Quem verá a Deus ....


Paz e Bem !



Eu inicio este Blog com as Bem Aventuranças, que foi o Evangelho do Domingo passado, e que considero uma boa forma de começar a falar de Jesus e de Seu Evangelho.

O texto foi retirado de São Mateus 5, 1-12 a. As Bem Aventuranças > SÃO o próprio Evangelho, em torno delas o Evangelho se estrutura, se desenvolve, elas são como que o projeto que Jesus nos PROPÕE, as condutas e as suas consequências. Sobretudo, são o caminho da santidade, nada mais próprio, portanto, de ser este o Evangelho desta Festa em que comemorarmos TODOS os santos, inclusive NÓS mesmos, porque todos nós somos chamados à este estado, a santidade> pelo batismo nos tornamos cidadãos do Reino de Deus, e o Reino de Deus é habitado pelos seus santos. Não falo somente dos santos, aos quais a Igreja reconheceu como tal, mas da multidão daqueles anônimos que estão aos pés do Trono de Deus, os que vieram da grande tribulação, os mártires que clamam pela justiça de Deus, conforme a segunda leitura de hoje, Apocalipse 7, 2-4.9-14. A Igreja sabiamente coloca juntas estas duas grandes festas, todos os santos e os fiéis defuntos, porque elas se entrelaçam, a segunda é conseqüência da primeira, a morte é a plenificação da santidade. O Senhor venceu por nós a morte, deixando a morte de ser nossa inimiga para ser o “lucro” de nossa vida , como São Paulo  diz > “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro “( Filipenses1,21), e, se o salário do pecado é a morte, o seu contrário é a recompensa pela santidade, é a visão de Deus, pois não existem mortos em Deus, porque nosso Deus é Deus de vivos ! (Mateus 22,32) Mas quem verá a Deus? Se as Bem Aventuranças são o centro do Evangelho de Jesus Cristo Salvador, o centro delas é a felicidade daqueles que têm o coração puro> “ pois eles verão a Deus !” Todas as demais Bem Aventuranças falam de consolo, de saciedade, de justiça, de misericórdia, de posse do reino. Mas o prêmio maior , a visão de Deus, o estar na presença de Deus, este é destinado àqueles e àquelas que têm o coração puro. Ser puro de coração... Para você, que quer ver Deus, o que é ser puro de coração? Todos os santos e santas de Deus intercedam por nós. Bento, um frade menor e pecador.