Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.
Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"Effathá", é para que possamos abrir nossos ouvidos ao silêncio, e para aprendermos a falar o que devemos.

Paz e Bem a todos !




O Evangelho  de São Marcos 7 , 31-37, nos fala sobre quando Jesus  cura o surdo-mudo em território dos pagãos.


E o caráter simbólico desta cura feita em terras estrangeiras, é demonstrar que o amor do Cristo vai além de todos os limites, percorre caminhos não imaginados para alcançar aquele que não pode ouvir e nem falar das maravilhas de Deus.

Um prenúncio da mensagem do cristianismo , que seria levado a todo mundo e alcançaria a todos os  que eram surdos e mudos para ouvir a boa nova e para proclamar esta mesma boa nova de justiça e paz.

Jesus acolhe aquele homem que foi levado a Ele pela caridade da multidão e o conduz ao seu secreto, isto é, afasta-se da multidão e no silêncio ordena que "Effathá" = Abra-te, ao dom de ouvir e de falar. 


Ao levar este homem anônimo  para longe da multidão para curá-lo, O Senhor nos ensina que é no secreto e no silêncio que  aprendemos a nos abrir também à escuta da Palavra de Deus, isto é, àquilo que devemos ouvir e ao que devemos falar.

E assim  Jesus coloca Seus desígnios da boca daquele homem.

Muitas vezes conosco é assim, o Senhor quer vir ao nosso encontro, nos levar para o nosso secreto e lá, no silêncio da Oração, nos ensinar a ouvir e nos ensinar a falar, abrir os nossos sentidos necessários para que possamos acolher o que Ele tem a nos dizer.

Vejo esta passagem como a excelência da vida da oração , quando os nossos ouvidos se abrem ao Deus que nos recolhe,  e o que aprendemos Dele na nossa intimidade orante e que passamos a proclamar de forma irreprimível.

E nos fica esta reflexão: o que nossos ouvidos ouvem e o que nossa boca proclama, vem do nosso secreto com o Senhor? Ou vem do raso dos que ouvem  mas não conseguem escutar bem, que falam , mas não sabem bem o que dizem ?


O que apreendemos ao ouvir nos grandes ruídos irá transparecer nos grandes ruídos de comunicação, nos quais tantos incorrem?



Bento, frade menor e pecador.

2 comentários:

  1. Que lindas palavras, Frei !
    Neste momento em que estou vivendo uma Perfeita Alegria precisava de alguem me me lembrasse que o Senhor me aguarda no Silencio e que a minha mente conturbada do jeito que está nao será capaz de ouvir o que Ele,com certeza, tem para me dizer.
    Eu que sou mulher de Oração e de Silencio nao estou conseguindo abrir espaço para Deus em meu coração!
    Obrigada e
    Paz e Bem !

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  2. Caríssimo Frei Bento

    Nesta página do Evangelho, Jesus, cumprindo o mandato que o Pai Lhe confiou, abre os ouvidos e solta a língua de um surdo-mudo.Neste gesto de Jesus, revela-se, de facto, esse Deus que não Se conforma quando o homem se fecha no egoísmo e na auto-suficiência, rejeitando o amor, a partilha, a comunhão. O encontro com Cristo leva o homem a sair do seu isolamento e a estabelecer laços familiares com Deus e com todos os irmãos.
    É curioso notar que, aparentemente, não é o surdo-mudo que tem a iniciativa de se encontrar com Jesus (“trouxeram-Lhe um surdo que mal podia falar”; “suplicaram-Lhe que lhe impusesse as mãos sobre ele” – vers. 32). O surdo-mudo, instalado e acomodado a essa vida sem relação, não sente grande necessidade de abrir as janelas do seu coração para o encontro e para a comunhão com Deus e com os irmãos. É preciso que alguém o traga, que o apresente a Jesus, que o empurre para essa vida nova de amor e de comunhão. É esse, na verdade, o papel da comunidade cristã. Os que já descobriram Jesus, que se deixaram transformar pela sua Palavra, que aceitaram segui-l’O, devem dar testemunho dessa experiência e desafiar outros irmãos para o encontro libertador com Jesus.
    De acordo com o evangelista Marcos, Jesus teria pronunciado a palavra “effathá” (“abre-te”), quando abriu os ouvidos e desatou a língua do surdo-mudo. Não se trata, contudo, de uma fórmula mágica, com especiais virtudes curativas. É, pelo contrário, um convite ao homem fechado no seu mundo pessoal a abrir o coração à vida nova da relação com Deus e com os irmãos. É um convite ao surdo-mudo a sair do seu fechamento, do seu comodismo, do seu egoísmo, da sua instalação, para fazer da sua vida uma história de comunhão com Deus e de partilha com os irmãos. O processo de transformação do surdo-mudo em Homem Novo não é um processo em que só Jesus age e onde o homem assume uma atitude de passividade, mas é um processo que exige o compromisso activo e livre do homem. Jesus faz as propostas, lança desafios, oferece o seu Espírito que transforma e renova o coração do homem, mas o homem tem de acolher a proposta, optar por Jesus e abrir o coração aos desafios de Deus.
    Esta página do Evangelho garante-nos, pois, e uma vez mais, que o Deus em quem acreditamos é um Deus comprometido connosco, continuamente apostado em renovar o homem, em transformá-lo, em recriá-lo, em fazê-lo chegar à vida plena do Homem Novo. Este Deus que abre os ouvidos dos surdos e solta a língua dos mudos é um Deus cheio de amor, que não abandona os homens à sua sorte nem os deixa adormecer em esquemas de comodismo e de instalação; mas, a cada instante, vem ao seu encontro, desafia-os a ir mais além, convida-os a atingir a plenitude das suas possibilidades e das suas potencialidades. Não esqueçamos esta realidade: na nossa viagem pela vida, não caminhamos sozinhos, arrastando sem objectivo a nossa pequenez, a nossa miséria, a nossa debilidade; mas ao longo de todo o nosso percurso pela história, o nosso Deus vai ao nosso lado, apontando-nos, com amor, os caminhos que nos conduzem à felicidade e à vida verdadeira.
    Então...e à guisa de conclusão (é pena que não possa aí chegar a música) apetece-me cantar, qual "surda" que precisa estar cada vez mais atenta à Palavra do Senhor: «Abre os meus ouvidos, abre à Tua Luz; abre os meus ouvidos, abre meu Jesus» !

    Um grande abraço para si, para a Rosana e restantes amigos que aqui se encontram

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