Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.
Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

domingo, 29 de abril de 2012

"Sou o Bom Pastor, ovelhas guardarei, não tenho outro oficio nem terei, quantas vidas eu tiver eu lhes darei"

















Paz e Bem !






Caríssimos, a Igreja neste IV Domingo da Páscoa celebra a festa do Bom Pastor, e no Evangelho que sempre lemos nesta data, S.João 10, 11-18 surge a figura do Cristo como o Bom Pastor.
Mas como esta festa se insere no contexto pascal que a liturgia nos apresenta viver?

É que Jesus, o Bom Pastor, deu a sua vida pelas suas ovelhas, ainda guardamos na memória as leituras do tríduo pascal onde o Cordeiro de Deus é imolado, Vitima e Sacerdote perfeito, o Cordeiro Puro sem manchas, o Belo Cordeiro que é ao mesmo tempo a Vitima e o Bom Pastor. Esta unidade íntima do Senhor da Vida, esta identidade sublime de Jesus ao mesmo tempo Vitima e Sacerdote, Cordeiro e Pastor, Ele a transfere para a Sua relação conosco. Sim, também conosco o Pastor é íntimo, nos conhece pelos nossos nomes, pelo que somos, e tem por nós este amor extremado que realiza o que Ele diz neste Evangelho de hoje >


O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas. 


O Pastor é tão amoroso que se transforma em Cordeiro que se dá. 



Ele cumpre a promessa de Deus > “Eu mesmo cuidarei do meu rebanho e o procurarei. Eu mesmo apascentarei o meu rebanho, eu mesmo lhe darei repouso” (Ezequiel 34,11.15). 



Qual a importância concreta deste amor imenso por nós? 



É que o próprio Deus cuida de nós. 



Deus já não é o Senhor distante envolto em nuvens, falando a um Moisés entre relâmpagos e trovões no Monte Sinai. 



Não, Deus agora é o Pastor, Ele caminha à nossa frente, à nossa retaguarda, Ele nos protege da voracidade do mundo-lobo que nos quer consumir, nos quer destruir. 



A Perfeição do Bom Pastor, a Beleza do Bom Pastor veio da Sua entrega de Seu sacrifício, de seu amor de loucura, e loucura de cruz. 



Sabemos que o Senhor é Bom porque nos ama, esta é a grande lição desta passagem, Ele nos conhece como o Pai O conhece e Ele conhece o Pai, surpreendente mistério, como somos amados por Jesus ao ponto de sermos imersos nesta profunda identidade entre o Pai e O Filho; já não somos ovelhas sem pastor, já não somos pobres ovelhas perdidas, temos um nome, que é conhecido por Aquele que nos guia que conhece intimamente o Pai, e por meio de Jesus é que alcançamos a esta filiação divina memorável,  que é o tema da segunda leitura de hoje, do mesmo João a sua 1 Carta 3, 1-2. 



E neste espírito de identidade íntima com o Bom Pastor, S.João nos recorda: Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus. E somos de fato. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele. Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é. 



Ouçamos a voz do Bom Pastor, do Senhor da Vida, não os ruídos do mundo em sua odisséia pela morte. 



E neste dia particular, em que rezamos pelas vocações religiosas e sacerdotais, peçamos ao Senhor da Messe que envie sempre operários á Sua Messe, pois ela é grande e poucos são os trabalhadores. Que sejamos muitos mais a estarmos prontos para dar a nossas vidas pelas ovelhas que o Senhor nos concedeu apascentar,  na Igreja que Jesus deu a Pedro com a Missão de cuidar. 



Frei Bento, frade menor e pecador. 





terça-feira, 24 de abril de 2012


Reflexões sobre o capitulo 6 do Evangelho de São João








Paz e Bem !


Caríssimos irmãos e irmãs, durante toda esta semana a Igreja nos propõe textos retirados do Capítulo 6 do Evangelho de São João, onde o Senhor nos fala da Eucaristia, nos declara ser Ele mesmo o Pão da Vida, que é o verdadeiro alimento, que nos sustenta e nos faz participantes do Seu Corpo.
O capitulo 6 de João é a continuidade da passagem do Evangelho  onde o Senhor realiza o sinal da multiplicação dos pães e dos peixes, a partir da generosidade de um pequenino.
Depois de ter alimentado a multidão e desta querer ter feito do Senhor um rei, Jesus se afasta. As multidões costumam querer fazer de rei àqueles que lhes dão comida facilmente, buscam ouvir e fazer reis àqueles que fazem coisas por eles, que lhe deixam na comodidade de receber benesses, a alguém que lhes exime de trabalharem e buscarem por si mesmos o alimento.
Jesus não é esse rei, e a multidão pela qual Ele compadecera, não compreendeu o cerne do grande sinal, que não foi receber pão e peixe grátis, mas foi receber o pão e o peixe pela generosidade de um pequenino. Por este motivo o grande milagre da multiplicação, foi antes o grande milagre da disponibilidade e da entrega do pouco que se tem, para alimentar a muitos.
E Jesus então se afastou, não era esse Messias que Ele veio ser. Desde o deserto , o maligno O tentara para transformar pedras em pão, mas Jesus respondeu ao demônio que nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que vem de Deus.
E esta palavra vem agora de forma tão clara e exigente no que Jesus diz sobre Ele ser o Pão Vivo que desceu do céu, que aquele que não comer da Sua carne que é Pão que Ele nos dá, não entrará na vida. Que Ele é o pão vivo que desceu do céu para que não tenhamos mais fome , nem sede. Pedem a Jesus > dá-nos sempre deste pão.
Jesus se apresenta como aquele que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Seus adversários não admitem que um homem possa ter origem divina e, portanto, possa dar a vida definitiva.
Mas Jesus insiste: Eu sou o pão vivo ; o maná que e os antigos comeram veio de Deus, eles comeram , mas morreram. Porém, todo aquele que comer do Seu corpo , este não morrerá , mas obterá a salvação.
Descobre-se aqui o sentido salvífico da Eucaristia, pois somente comendo do Pão da Eucaristia que para nós se transforma no Corpo do Senhor, alcançaremos a vida eterna. Caso contrário, receberemos nossa própria condenação, conforme nos diz São Paulo na 1 Corintios 11, 26-77 "Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignadamente será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Por conseguinte que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação"
E por fim, diante do escândalo que Suas palavras provocaram nos judeus “ isto é muito duro , quem poderá admitir?" , o Senhor não recua para agradar os ouvidos dos que se escandalizaram> Ele reafirma e vai mais longe, se voltando para os Doze, os desafia> “ E vós, quereis também abandonar-me?”
Simão Pedro, entretanto, fala em nome dele e dos demais esta profissão de Fé, que também deve freqüentar continuamente nossos corações e lábios: “A quem iremos Senhor, tu tens as palavras de vida eterna”


Frei Bento, frade menor e pecador

domingo, 22 de abril de 2012






Por que nossos corações ainda estão cheios de dúvidas?


Paz e Bem !

Retomando um pouco as reflexões sobre a liturgia da Palavra , temos neste 3º Domingo da Páscoa a narrativa de Lucas 24, 35-48, continuação e conseqüência da passagem conhecida como os Discípulos de Emaús.
O Evangelho começa por nos contar a reação de alegria e felicidade daqueles dois discípulos que experimentaram o encontro com o Ressuscitado no caminho que ia para Emaús, quando reconheceram Jesus ao partir do pão, um gesto eucarístico , que é onde o Senhor se revela por inteiro.
Encontramos os dois de novo aqui , falando para os Apóstolos reunidos “ com os que com eles estavam” nos diz São Lucas.
Todos receberam os que vinham de Emaús com uma proclamação de fé: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão.”
E ouviram a narrativa de Cléofas e de seu companheiro.
Neste momento o Senhor aparece em meio a eles, deseja-lhes a paz . Todos se amedrontam, afinal, o Senhor ressuscitara mas ainda não tinham recebido a graça do encontro com o ressuscitado, o encontro pessoal, aquele que nos muda totalmente.
Jesus não era um espírito, era um corpo em carne e osso, no qual podemos tocar e sentir.
O Senhor tem fome, dão lhe de comer.
O Senhor os conduz à missão de testemunhas da ressurreição por todo o mundo, anunciado a conversão e o perdão dos pecados a todos os povos .
Esta narrativa de Lucas está repleta do significados, ela nos conduz à reflexão que a ressurreição do Senhor não é um delírio apostólico, nem um fenômeno espiritual.
A ressurreição é um fato que atinge o próprio corpo, é o Senhor Jesus que venceu a morte e reaparece no seu próprio corpo como nós um dia vamos experimentar esta mesma graça, sendo nós mesmos, tendo em nosso corpo frágil e limitado a mesma experiência de Jesus.
E a nossa missão enquanto testemunhas deste ressuscitado é ressuscitar também os oprimidos, os pecadores, os famintos, os deserdados, os que têm medo, os injustiçados.
É para esta missão que o ressuscitado nos convida.
Mas para isto, devemos ter primeiro esta experiência profunda de fé que o Senhor realmente está vivo, e habita o nosso coração.
Não tenhamos medo de sermos testemunhas da vida , neste mundo , cada vez mais imerso na cultura e na apologia da morte.


Frei Bento frade menor e pecador