Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.
Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós.



Paz e Bem!

O livro do Gênesis e o Evangelho de João que lemos hoje, João 1, 1-18 >  têm um prólogo muito semelhante.


Em Gênesis lemos a criação do Mundo antes da revelação que o Evangelho de João traduz.

É que São João dá ao advento do Cristo um sentido de nova criação, porque de maneira única e inesperada, o Próprio Deus se encarna na nossa humanidade e se faz um como nós.

E  Deus se faz Homem em Cristo para que todos possamos ir até Ele sem nos sentirmos estranhos, sem nos sentirmos temerosos, porque Ele é Alguém como nós, em tudo semelhante ao homem, menos no pecado.
Em Cristo Jesus realizamos  plenamente o desejo de Deus em sermos Sua imagem e conformes à Sua Semelhança.

O texto do Evangelho de hoje, com o qual terminamos o Ano de 2010, nos fala do mesmo principio das coisas mas sob a ótica do verbo, da Palavra de Deus que já existia , voltada par ao Pai e sendo Sua Expressão eterna e invisível.

Ao se encarnar no nosso mundo então,  mediante O Filho ,  O Pai Se torna  visível,  e se vê totalmente no Filho, em perfeito diálogo e estreita comunicação.

O que é então o Verbo ?

Ele é a sabedoria de Deus vislumbrada nas maravilhas do mundo e no desenrolar da história, de modo que, em todos os tempos, os homens sempre tiveram e têm algum conhecimento dela. 
Jesus, Palavra de Deus, é a luz que ilumina a consciência de todo homem.

Mas, para onde nos conduziria essa luz?

A Bíblia toda afirma que Deus é amor e fidelidade. Levado pelo seu imenso amor e fiel às suas promessas, Deus quis introduzir os homens onde jamais teriam pensado: partilhar a própria vida e felicidade de Deus. E para isso a Palavra se fez homem e veio à sua própria casa, neste seu mundo.

A humanidade já não está condenada a caminhar cegamente, guiando-se por pequenas luzes no meio das trevas, por pequenas manifestações de Deus, mas pelo próprio Jesus, Manifestação total de Deus. Com efeito, Jesus Cristo, que é a luz, veio para tornar filhos de Deus todos os homens.

Um só é o Filho, porém, todos podem tornar-se bem mais do que filhos adotivos >  nasceram de Deus.

Deus tinha dado uma lei por meio de Moisés. E todos os judeus achavam que essa lei era o maior presente de Deus. Na realidade, era bem mais o que Deus tinha reservado para todos.

Porque Jesus, o Deus Filho, o verdadeiro e total Dom do Pai, é o único que pode falar de Deus Pai, porque comunica o amor e a fidelidade do Deus que dá a vida aos homens.

E muitos rejeitaram o Verbo, rejeitando assim a este amor e a esta fidelidade com a qual Deus nos presenteou em Cristo.  Primeiro os judeus, depois, tantos de nós....

Feliz ano de MMXI para todos os meus caríssimos amigos.

Frei Bento, irmão menor e pecador.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ana, a mulher no Templo e no tempo.





Paz e Bem !

O que lemos na liturgia de hoje é o Evangelho de Lucas 2,36-40, a parte final do Evangelho que  lemos ontem, aqui Lucas descreve com detalhes a figura de Ana  de Fanuel, da tribo de Azer, que já viúva e  idosa,  servia ao Templo e , igualmente a Simeão, fora movida pelo Espírito Santo para estar no Templo quando o Menino fosse levado até lá. Mas Ana diz pouco, e parece que é inserida no texto para nos contar que ela falava  das maravilhas do Menino a todos de Jerusalém que esperavam a libertação. Talvez ela soubesse que Aquele Menino iria dizer da mesma Jerusalém anos “ a cidade que mata seus profetas” E Lucas encerra seu texto usando as mesmas palavras que ele usou para falar sobre João Batista em Luc. 1, 80. Mas para Jesus ele acrescenta a “graça”>  “O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele”.


Na Sexta feira da paixão os católicos reverenciam  a data histórica da morte de Jesus na cruz, sinal maior do Amor DE Deus pro seus filhos. Os velhos sacrifícios da Lei foram substituídos pelo definitivo, o sacrifício do Cordeiro de Deus,

Antes de Jesus os cordeiros (animais) eram sacrificados pelos pecados de cada um. As pessoas de posses compravam cordeiros sem mancha e os levavam ao Templo de Jerusalém onde seriam sacrificados pelos pecados daquele individuo. E os sacerdotes faziam certos “descontos” quem não tinha $ pra comprar Bois,  carneiros, etc, eles aceitavam pombos também, como aqueles que José e Maria ofereceram na apresentação de Jesus ao Templo, que hoje concluímos a leitura. E  eles eram pobres.

Mas o importante é saber que, quando Jesus sobe à cruz ele se torna o verdadeiro Cordeiro, o Cordeiro de Deus, aquele que teve o maior valor entre os homens, o valor de ser o Filho de Deus dado em sacrifício.
Só que o sacrifício de Jesus foi destinado à Humanidade inteira, não era um sacrifício particular e individual, foi uma sacrifico abrangente e definitivo. Pagar nossos pecados pelo seu sangue, ele que é o Cordeiro sem pecado, sem mancha, o cordeiro santo do Senhor.
Mas o sacrifício de Jesus pelos Homens só se torna efetivo quando nós aceitamos ser parte da multidão dos remidos, daqueles que foram lavados no seu sangue e por isto mudaram suas vidas para serem pessoas melhores e amantes do bem e da graça de Deus.
Se não, vão continuar a sacrificar carteiras, dízimos, através dos novos templos, os que usam maquininhas débito automático etc... e tal.


Frei Bento, irmão menor e pecador.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Afinal, quem quer errar?




Paz e Bem !

Hoje a Igreja comemora a apresentação de Jesus ao Templo conforme lemos no Evangelho do dia, Lucas 2, 22-36.

A apresentação e a purificação de Maria faziam parte do ritual judaico que na leitura cristã significou a oferta de Jesus ao Pai, para que seu destino se cumprisse, marcando em conseqüência a aceitação por parte de Maria do que o Pai preparara para o fruto do seu ventre.

Os judeus da época exigiam vários rituais para comemorar este momento na vida de todo menino, ser apresentado ao Templo significava a circuncisão ou seja, a marca da antiga aliança, o que tornava alguém judeu, tanto na sua comunidade como na religião.


Mas o velho Simeão reconheceu naquele menino o Messias há tanto tempo esperado, profetizou o Seu destino, nas palavras de Lucas: "Este Menino será um sinal de contradição, para ruína e salvação de muitos em Israel".

Ruína dos pecadores e dos soberbos, aqueles que Maria cantou no seu Magnificat, "abate os poderoso de seus tronos e despede os ricos sem nada" e a Salvação de muitos em Israel. Muitos não quer dizer todos, e ai está a universalidade da missão do Senhor, ser a Salvação para muitos em Israel, a mesma palavra o Senhor repetirá na sua ultima ceia , ao consagrar como seu corpo e seu sangue , o pão e o vinho, Ele dirá, o sangue que será derramado por muitos.

Muitos não são todos, a Nova e Eterna Aliança que a última ceia proclamará é uma Aliança destinada para aqueles que comungarem desse amor incondicional de Jesus por muitos, por aqueles e aquelas que conformarem suas vidas ao Evangelho e para os que virem no Evangelho, não algo a ser pregado, mas algo a ser vivido, profundamente vivido, no amor e na caridade fraterna. Pois de nada adianta dizer-se do Evangelho se não se vive na forma do Evangelho.

E viver o Evangelho é reconhecer-se pequenino como uma criança, é ser presença no caminho do irmão que sofre como o Samaritano o foi, é ter confiança irrestrita na misericórdia de Deus e no fato de que o amor apaga uma legião de pecados.


E à Virgem Maria Simeão prediz que uma espada transpassaria sua alma para que se descubra os pensamentos de muitos corações.

Estranha essa profecia, uma espada passaria pela alma de Maria para revelar segredos de muitos corações. Corações cheios de vileza, cheios de péssimas intenções.

Talvez essa espada seja a enormidade das ofensas feitas à ela e enorme incompreensão por parte de muitos do seu papel na economia da salvação.

De qualquer forma, o Senhor nos é Apresentado, como o Messias de Deus, Aquele que tira os pecados do mundo. Se hoje Maria e José sacrificam um casal de pombos , no futuro eles sacrificariam Jesus , o Cordeiro imolado pelo nosso pecado.

E do Cordeiro Santo temos a circunstância de perdão dos pecados sim, mas com a condicionante dada àquela mulher adúltera a quem Ele perdoou os seus pecados porque ela muito amara:

"Vá e não peques mais".

Será que apenas seguimos nosso caminho , repetindo os mesmos ou outros pecados, indo e continuando a pecar?

Bem, quem vive o Evangelho de Jesus, e não somente o prega por ai, deve ter isso em mente, viver o evangelho é ser presença na pessoa do irmão que sofre e é procurar a vida sem o pecado, isto é, sem o erro.
Afinal, quem quer errar?

Frei Bento, irmão menor e pecador.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O quanto devemos ser pacientes com quem não sabe amar do jeito que Jesus amou.



Paz e Bem !

O Evangelho de hoje, Mateus 2, 13-18 eu já tive a oportunidade de comentar pois que foi o Evangelho da Festa da Sagrada Familia no Domingo passado.

Portanto,  aproveito o ensejo e o final do ano para uma palavrinha para os que agiram de formas a eu perder a minha conta no Yahoo Respostas, levando  muitos a fazer um mau juízo de mim quando me confundiram com os que fazem falcatruas para se manterem naquele jogo pérfido. Que deveria ser de perguntas e respostas , mas passou a ser de calúnias e difamações.

Então me lembrei do Fioretti da Perfeita Alegria, que já postei no Yahoo tantas vezes , e que o amigo Anderson postou recentemente no seu Blog irmão do meu: 


http://busquedeus.blogspot.com/search/label/S%C3%A3o%20Francisco

A perfeita alegria , portanto, é o  que Francisco explica a Frei Leão, dizendo ser a capacidade de nos conservarmos a paz , mesmo diante da maior adversidade e do maior desconforto, do corpo ou do coração.

Mas a perfeita paciência eu ainda não falei. A perfeita paciência constitui-se naquilo que Jesus ensinou, amai vossos inimigos e fazei bem aos que vos odeiam.

Difícil isto, muito difícil.

Especialmente quando tantos nos impelem à ira, ou  fazem mal pelo simples prazer de causar o mal  ao outro, ao que ameaça , ao que não se submete aos seus escárnios e  agressões.

Para encarar com perfeita paciência a quem procura nos causar tanto mal,  é portanto  necessário antes  entendermos a desordem de seus corações.

O quanto são incapazes de amar como Jesus amou, e, sendo assim, aceitarem o outro com as suas diferenças.

Porque foi esse o jeito que o Cristo ensinou em Lucas 6, 26 ss.

Em vez de ficar irado, que possamos procurar entender os lúgubres caminhos que trilham e que fazem seus corações serem tão maus e tão soberbos.

Quem poderá entendê-los,  quando seus atos os  fazem tão incompreensíveis?

Dedicado aos que me expulsaram do Yahoo Respostas e promoveram com isto,  este Blog.


Comemoração da memória dos Santos Inocentes.

Frei Bento irmão menor e pecador.



segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ele devia ressuscitar dos mortos ! Por que ?




Paz e Bem!

O Evangelho de hoje, data em que celebramos a memória de São João Evangelista, é o texto dele no qual narra a ressurreição de Jesus.

Neste texto não é contado que  Maria Madalena  vê  o Cristo ressuscitado, ela apenas vê o túmulo vazio e corre até os Discípulos e diz: “Tiraram do túmulo o Senhor, e não sabemos onde o colocaram.”

Será João e Pedro que correm até o local e constatam que ele estava vazio.

E será São João , o discípulo amado, que “viu e acreditou” porque os demais parecem ter-se esquecido do que a Escritura previra> “ Ele deve ressuscitar dos mortos”

Aqui na narrativa de João, não existem Anjos dizendo nada ,nem improváveis jardineiros , nem o "noli me tangere"; apenas um túmulo vazio, uns panos jogados no chão, e nada mais.

Apenas a Fé do Discípulo Amado no que estava escrito que o faz crer que Jesus vencera a morte.

E João torna-se assim o primeiro que acreditou, não porque o túmulo estava vazio, mas no que isso representa, o túmulo vazio não é uma prova,é um sinal.

O túmulo vazio como prova poderia ser uma frágil prova, afinal, poder-se - ia dar outra  explicação sobre o fato: roubaram o corpo, tiraram o corpo de lá, como nos é narrado o que Madalena entendeu.

Nem Pedro entendeu apesar de ter entrado no túmulo antes de João e de ter visto o sudário e as faixas no chão e o véu que cobria o rosto do Senhor à parte .

Foi São João que recordou o sinal, aquilo que o túmulo vazio significa para nos todos que cremos que o Senhor ressuscitou verdadeiramente, é lê que recorda as Escrituras, é João que sente pela primeira vez que Jesus venceu a morte e esta é a razão da nossa Fé.

E o capitulo 20 deste Evangelho de hoje, São João 20, 2-8, inicia por dizer: “ No primeiro dia da semana”...

João faz questão de dizer o dia, e faz questão de dizer o que aconteceu de fato no dia.
Assim, o primeiro dia é o início da Nova História, a nossa História enquanto seguidores daquele que não estava mais no túmulo.

E o túmulo estava vazio mas se encheu com nossa Fé, porque vã ela seria se Cristo não houvera ressuscitado.

Mas para nós, por que  o túmulo de Cristo está realmente vazio?

A ressurreição do Senhor da Vida promoveu em nós o que promoveu nos Apóstolos, uma verdadeira “metanóia” , palavra grega que significa conversão?

Muito dizem “me converti a Jesus e agora espero a sua volta”, então essas pessoas não vivem o Reino de Deus que está no meio de nós, não vivem as exigências evangélicas de amor ao próximo, de cruz , de um dia a dia vivido na caridade e na partilha de bens e de dons, vivem na contra-mão disto tudo, não vivem Cristo, vivem sua  imprecisa  volta... 

Ou outros dizem – me converti, “ mas , nem tanto”.

E para estes também, o Evangelho não é o que é, exigente e transformador.
É  apenas aquela leitura chata à  qual se segue um sermão do padre, igualmente chato.

Outros  dizem ainda,  não me converti, para mim o túmulo vazio tem outras explicações, roubaram o corpo.

Outros dizem, Jesus não morreu porque nunca viveu.

Assim sendo, o túmulo vazio nos divide. Como dividiu judeus de cristãos. Cristãos de mulçumanos, e por ai vai.

Mas este foi o Dia que o Senhor fez e o túmulo vazio de Cristo , se não for preenchido com  nossa Fé mais sincera, mais comprometedora, mais vigorosa, será apenas uma sepultura que não tem ninguém e este dia, será apenas um dia a mais, sem Cristo, sem o amanhecer para  um novo viver.

“Ele devia ressuscitar dos mortos”, para que todos cressem que as Escrituras se cumpriram e que enfim, o oitavo dia , o dia depois do descanso do Senhor, se tornasse a única obra que o Senhor não fizera na Criação, aquela que Javé reservou para nós, o dia que a vida venceu a morte.

Por que Jesus deveria ressuscitar? E o que você faz com essa ressurreição?

Festa de São João Evangelista.

Bento, frade menor e pecador.







domingo, 26 de dezembro de 2010

Todas as famílias são sagradas !





Paz e Bem !

Celebramos neste  Domingo,  na oitava do Natal,  a festa da Sagrada Família e o Evangelho que lemos é Mateus 2, 13-15. 19-23,  que nos conta porque um outro José vai para o Egito.

Desta vez é São José, esposo da Virgem Maria, que, sonhando os Sonhos de Deus,  leva o Menino e a mãe para a terra do Egito, diante da perseguição de Herodes .

Curiosa essa inversão, esse Êxodo ao contrário.

A terra prometida ao povo judeu se torna perigosa e eles encontram abrigo exatamente na antiga  terra da opressão, antiga terra da escravidão, de onde Javé havia retirado Seu povo séculos antes e os levado para a terra onde seriam alimentados com leite e mel....

Entretanto, a terra prometida se tornou a terra da opressão, e o Egito, de terra da escravidão , passou a ser terra de libertação.

Assim se dá na nossa vida, nem sempre a segurança está debaixo de nossos pés, nosso lugar no mundo te de mudar para que não pereçamos pela maldade e pela perseguição.

Todos nós temos um Egito particular, que tanto pode ser terra onde somos escravos de nossas vaidades e de nossos pecados, como pode ser um Egito onde somos libertos.

Nada costuma ser o que a primeira vista aparenta ser, sempre estaremos livres ou escravos , em qualquer lugar ou sentimento de vida , depende de nós, quando nos deixamos ser levados pela Mão de Deus, seja por Moisés, seja por São José.

São Mateus nos conta esta passagem e nos revela o valor da união da família, da importância de estarmos em família, é ela que nos abriga, e nela que mais pedimos perdão e mais somos perdoados.

Mas o mundo de hoje vai destruindo a família, o mundo em que vivemos  é um lugar de muitos Herodes, e , ao mesmo tempo, um lugar de tantos inocentes que são mortos, que tem tantos Herodes procurando tirar-lhes a vida. Até as mães se tornam “Herodes”, quando matam seus filhos nos seus ventres.

Estranho como tudo muda... Assim como o Egito deixou de ser terra de opressão para ser a terra da segurança, tantas mães  hoje em dia, não são mais as mães de Israel do tempos de Herodes, que viam cheias de pavor suas crianças serem mortas pelas espadas.

Hoje em dia, tantas mães, são a própria espada com que matam seus filhos na carnificina do aborto.

Isto é tão horrível e abominável como as tropas do rei caçando crianças pelo Israel dos tempos do Menino Jesus.

E continuando a ler o texto do Evangelho de hoje, São José sonha de novo os sonhos de Deus. Assim como o outro José, interpretava os sonhos do coperio, do padeiro e do  Faraó, o José de Maria interpreta os sonhos de Deus. 


E no sonho Deus lhe revela que volte para Israel,  porque Herodes havia morrido. Mas a opressão não morrera, ela continuava em Arquelau, sucessor de Herodes.


E São José vai para longe do poder , vai para a pobreza de sua Nazaré, perdida nos confins da Galiléia, de onde o Menino um dia viria, e cumpriria a profecia de ser chamado de Nazareno.

Assim foi aquela família, que Deus escolheu como Sua, e era dentro dela > no seu seio, que Jesus seria nutrido de leite e mel.  Onde Lucas escreveu que  Ele crescia em sabedoria e graça,  diante dos olhos de todos.

As  nossas famílias são o lugar onde também somos nutridos no amor , e onde também  nutrimos com amor , apesar de todos os Herodes que ainda hoje as ameaçam.

E em tudo sejamos fraternos, pois que para além de nossa família onde nascemos,  e onde  tantos vivem, existe a grande família do povo de Deus, onde somos todos irmãos,  filhos queridos do Mesmo > Pai  Nosso !

Frei Bento, irmão menor e pecador.







sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O povo que andava na escuridão, viu uma grande luz !



Paz e Bem !

E então é Natal...

A Vigília Solene do Natal da noite de 24 de Dezembro nos propõe o Evangelho de São Lucas 2, 1-14 , a narrativa do nascimento de Jesus.

Penso ser desnecessário comentar sobre este texto porque ele está de tal modo enraizado no nosso coração, é  tão familiar,  que todo cristão sabe ler São Lucas na cena da noite de Belém.   E que a catequese de  São Francisco, nosso pai seráfico,  traduziu de forma tão bela na representação do presépio. Porque, o presépio, assim como o crucifixo, são  Evangelhos que dispensam palavras.

Assim, olhar para o presépio é entender todo texto de São Lucas desta noite santa.
Nele se expressa  todo mistério da encarnação do Verbo. Lá está traduzido todo o Advento que esperávamos, é como um texto congelado no tempo, que traduz toda grandeza daquele momento único na História,  quando Deus se faz Um conosco, vindo a nós como um pobre, em uma família de pobres, em uma estrebaria,  deitado em uma manjedoura, somente  envolto em faixas, entre os animais .


"O magnum mysterium et admirabile sacramentum ut animalia viderent Dominum jacentem in praesepio. Aleluia !" ( Oh grande mistério , e admirável sinal, que até mesmo os animais puderam ver O Senhor, dormindo em uma manjedoura, Aleluia !)
Eis o Deus Absoluto, na nossa pobre humanidade.

Mas a primeira leitura , Isaias 9, 1-6 é o grande Evangelho desta noite, porque ele traduziu em palavras toda a esperança de um povo que se concretizaria em Jesus de Nazaré, um povo que andava nas trevas e pode ver uma grande luz, para os que estavam mortos renasce-lhes a vida , a alegria. Renasce a Esperança na Justiça quando os fardos da opressão e da iniqüidade são retirados dos ombros dos homens, assim como Maria proclamou  no Magnificat.

O Senhor vem como um menino.

Um filho  foi-nos dado.

“ Ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz. Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.

Esta para mim,  é a grande mensagem de Esperança que o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo consolidou.

Já não mais andamos nas trevas, nem nos oprime o jugo da iniqüidade. O pecado foi retirado do mundo, pois um filho foi-nos dado.

“ A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens”, nos recorda São Paulo na segunda Leitura , Tito 2, 11-14, e o Apóstolo prossegue recordando  a graça de Deus : “que nos  ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade.”

Este é o espírito do Natal, que nesta noite santa celebramos solenemente.


Um forte e afetuoso abraço em todos os meus queridos e queridas,  amigos e amigas,  que passam por aqui, e para os que  estão distantes , mas todos  presentes nas minhas orações.

Feliz Natal !

Frei Bento, irmão menor e pecador.




quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

E Maria disse....





Paz e Bem  !


No Evangelho de São Lucas de ontem,  lemos a narrativa da visita de Maria a Isabel.

Hoje a narrativa prossegue com o mais belo poema da Bíblia, o Magnificat de Maria.

Dentre todas as profecias que Maria proclama no seu canto , uma me encanta mais porque me desafia :

"Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso.
Depôs poderosos de seus tronos,e a humildes exaltou.
Cumulou de bens a famintos, e despediu ricos de mãos vazias".(Luc 1, 51-53)

Aqui, a Virgem de Nazaré profetizou o advento de um mundo de justiça e de fraternidade com o advento de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Mas muitos dirão: que nada, a fome , a injustiça, a miséria , os males do mundo estão ai do mesmo jeito, piores ainda.


Mas profecias não são mágicas, onde Deus agirá de modo espetacular e mirabolante.


Não, Deus não abaterá poderosos de seus tronos enquanto nós os colocarmos lá e nem despedirá os ricos de mãos vazias enquanto enchermos as mãos dos ricos de riquezas em detrimento da miséria do mundo.


A construção do Reino de Deus é a realização da justiça. 


E é tarefa nossa, de cada dia, em nossa sociedade construir a justiça.


Aquela tarefa que Jesus nos transferiu em Mateus 25, quando formos acolher o irmão que nada tem e saciar de bens os famintos.


Então Deus abaterá os poderosos  
de seus tronos, e os de coração soberbo,   e dirá a eles, ide para o fogo eterno, porque estava nos mais pobres dos pobres e não fostes capaz nem de ver-Me, nem  de socorrer-Me.

Este  o Reino de Deus, que Maria profetiza ,  se realiza em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Você constrói o Reino de Deus ou o reino dos homens?

Bento, frade menor e pecador.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A mãe de Nosso Senhor !




Paz e Bem !


Hoje,  a Igreja nos apresenta o relato singular de São Lucas 1, 39-45, que conta a visita de Maria a Isabel, e as conseqüências desta visita.
Lucas, detalhista como todo bom médico deve ser, adjetiva a atitude de Maria em visitar sua parenta Isabel com o adjetivo”apressadamente”. Maria tem pressa em ver Isabel, mas tem mais pressa ainda em poder ajudá-la, em estar a seu serviço , em ser companhia, por isto ela vai apressadamente. Uma viagem enorme, da Galiléia para a Judéia, uma viagem difícil e perigosa, Maria não tinha automóvel, nem avião, nem trem, tinha apenas o desejo imenso de servir.

Este mesmo desejo que Seu Filho e Nosso Senhor , colocará como centralidade na vida do cristão. Pois Ele mesmo é quem diz que veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão. ( Mateus 20, 28)

Tal Filho, tal mãe ?

E que coisa mais interessante que poucos percebem desta narrativa> Maria estava grávida de Jesus, mas ainda não havia contado para ninguém, nem para São José, pois a narrativa da visita à Isabel ocorre ato contínuo à Anunciação.
Ela trazia no ventre Jesus,  e no coração o Espírito Santo, vejam só, esta menina pobre de Nazaré da Galiléia, carregava dentro de si o Verbo de Deus e o Espírito Santo de Deus!!!

E este mesmo Espírito é quem comunica a Isabel o segredo de Maria, embora a Virgem já soubesse , pelo Anjo, do estado de Isabel.
E é o Espírito Santo que revela a Isabel, porque aquela menina  está lhe visitando, apressadamente, então Isabel proclama “em alta voz”, para que todos escutemos, pelos séculos afora > Bendito é o fruto do teu ventre.
E a criança de Isabel salta no ventre , tal como Davi dançava diante da Arca da Aliança, porque Maria é a Nova Arca da Eterna Aliança, e sua presença em Aim Karim, é a presença da alegria , a presença de Deus naquela casa dos idosos, Zacarias e Isabel.
Maria não é deusa, mas é a portadora de Deus, Maria não é o Espírito Santo, mas é aquela que trás o Paráclito, para que Isabel também se tornasse repleta Dele. Maria compartilha o Espírito Santo que informa Isabel>

Esta ai, é a mãe do teu Senhor.

E mais coisas lhe diz O Espírito Santo, diz que Maria é bem aventurada porque confiou , porque acreditou, porque pelo seu “Faça-se em mim” permitiu que a Salvação chegasse hoje a nós todos, porque ela “encontrou graça diante de Deus”(Lucas 1,30)

Como tu reagirias ao ver que te visita a “mãe de meu Senhor?” (Lucas 1, 43)

A chamaria de bem aventurada porque acreditou, e por isto mesmo é que se haverá de cumprir as coisas que da parte do Senhor foram ditas a ela( Lucas 1, 45) , e a receberia com um abraço de profundo amor?

Ou diria, ah , tu és apenas uma mulher qualquer, tudo bem, usada por Deus mas, depois caia fora, porque não tens mais valor algum !?

Se tu achas isto de Maria, certamente não receberia em tua casa a “mãe do teu Senhor”, infelizmente....E ela não estaria a teu serviço, como se pôs a serviço de Isabel.

E nem o Senhor entraria na tua casa e te faria saltar de alegria.

Frei Bento, irmão menor e pecador.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Por que a Virgem Maria é tão familiar?

Paz e Bem !

Hoje lemos o Evangelho da Anunciação de Maria , Lucas 1, 26-38, onde o Anjo do Senhor não saúda Maria pelo seu nome,  mas pelo que ela é > a Cheia de graça.


Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você

Antes mesmo de dizer a que veio, o Anjo diz a ela porque veio até ela  e não a  outra, porque era Maria a cheia de graça, independente do sim que ela daria , o Senhor a considerava já cheia de graça,  plena de santidade, reflexo da santidade de Deus.

Mas quem é essa mulher tão simples que o Senhor elegeu?

Karl Rahner , o jesuíta considerado um dos maiores teólogos católicos do século 20 nos dá a dimensão exata da figura de Maria na economia salvífica e no tempo. Sobre ela diz Rhaner:

"Maria é a concreta realização do perfeito cristão. Maria é como nós. Jesus Cristo é outrossim um como nós. Mas ele também é Deus. Maria é que é inteiramente uma entre nós. O que ela é nós devemos ser. É por isto que Maria é-nos tão familiar. É por isso que nós a amamos".

Exatamente por ser essencialmente humana e profundamente ligada o mistério divino que Maria sinaliza para Jesus e neste sentido nos apresenta e media , a Graça.
Sendo o ser humano que mais próxima esteve de Deus, ela é um eterno convite a que nos aproximemos de Jesus e o compreendamos, na nossa vida, assim como ela O 
com-preendeu na sua vida , de tal forma familiar , que se tornou a mãe.
Ela se torna o modelo, e modelos são paradigmas, aquela que nos baliza no caminho , nas estradas da Fé > rumo ao Senhor.

Temos  a coragem de ser o que ela é, ou não a amamos  porque não conseguimos ser como ela é?

Frei Bento, irmão menor e pecador.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sonhando os sonhos de Deus !




Paz e Bem !

Neste último Domingo do Advento,  iniciamos a celebração eucarística cantando a Antífona retirada do Livro de Isaias Profeta: “Desça o orvalho do alto dos Céus e as nuvens chovam o Justo. Abra-se a terra e germine o Salvador.

E será do mesmo Isaias , 7, 10-14, a primeira leitura que nos falará da profecia : a virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel”

O contexto histórico desta profecia insere-se na tentativa dos reis  de Israel e Damasco para destronarem o Rei de Judá:  Acaz.

Muito se discute sobre esta profecia, sobretudo se a tradução dos 70 alterou o termo “almáh” que quer dizer jovem para parthénos que significa virgem.

Entretanto,  o que dá sentido à profecia e a insere no contexto messiânico,  é o nome que o filho receberá , que é Emanuel, e não Ezequias, como de fato os judeus acreditam, porque o único Deus conosco é Jesus, o Filho de Maria, daquela que dirá  no Evangelho de Lucas  "como isto se fará se  não conheço homem”.

Assim, em Jesus,  e em Maria,   confirmamos Isaias, tanto na virgindade da Mãe como na Divindade do Filho.

Mas o que nos chama a atenção no Evangelho de hoje, Mateus 1, 18-24 é o fato de que  o Evangelista nos conta a encarnação do Verbo sob o ponto de vista de São José.

Toda a descrição de Lucas focando em Maria o mistério da encarnação, em Mateus passa por São José. É ele quem teme o que ocorrera a sua Maria, é ele que “secretamente” pensou em abandoná-la temendo a lei mosaica e suas conseqüências, temendo pela própria honra.

Mas Deus sonha junto com São José , e neste sonho, que tem caráter de intimidade, de vida interior, diz a José através do Seu  Anjo: “ José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo”.

Interessante é saber que a primeira vez que o Espírito Santo surge,  assim citado nas Escrituras,  é nas duas narrativas do nascimento do Cristo ( Lucas e Mateus),   como o Criador da Vida, o Mediador que nos faz nascer o Salvador, o Caráter Santo da encarnação do Verbo no seio de Maria. E assim.  de Jesus nos fala São Paulo na segunda leitura de hoje, Romanos  1, 1-7:

“ nascido da descendência de David, segundo a carne, mas, pelo Espírito que santifica, constituído Filho de Deus em todo o seu poder pela sua ressurreição de entre os mortos: Ele é Jesus Cristo, Nosso Senhor.

É pelo Espírito , que falou pelos Profetas, que se cumprem todas as vontades de Deus para seu povo. E é mediante O Mesmo Espírito,  que José se insere na verdade salvífica, acolhendo a  Mãe,  e protegendo o Filho, as duas personagens fundamentais de nossa salvação.

Deus faz Sua morada em Maria  e nela  se torna Um conosco.

O Senhor Jesus recebe de Maria a Sua humanidade,  e assim pode se tornar um conosco,  para que não nos sintamos estranhos ao chegarmos até Ele.

E São José , chamado de Justo,  que, despertando de seu sonho, “fez o que Deus lhe ordenara”

Que possamos também  sonhar como São José, o sonho de Deus conosco.

Frei Bento, irmão menor e pecador.




sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Quantas vezes nós traímos e somos nós mesmos as vitimas de nossa traição?!

Paz e Bem e bom dia a todos !




O Evangelho  de São João 13,21-33.36-38 nos fala  sobre as duas traições com as quais Jesus teve de lidar antes de Sua morte .

A primeira traição foi a de Judas Iscariotes.

Muito se tem escrito sobre a realidade desta traição, se Judas não teria sido um inocente útil, uma vitima e não o vilão, pois, se Judas não houvesse traído o Cristo, Ele não teria sido crucificado.

Será?

Judas não é um inocente pego a ultima hora para cumprir sua missão de trair o Filho de Deus, a trajetória de Judas nos Evangelhos, pelo pouco que sabemos dele, foi uma adesão a Jesus que significava para o Isacriotes, uma promessa messiânica de libertação política e de instauração de um Reino humano, onde Jesus seria proclamado Rei e expulsaria os romanos, e todos viveriam felizes para sempre.
Entretanto, não era esta a missão de Jesus.

A missão de Jesus se insere na corrente judaica chamada de Anawin , ou os pobres de Javé, que previam a vinda de um rei sim, mas um rei pobre, um Messias de dores, um messianismo espiritual.

A Virgem Maria pertencia a este grupo, tanto assim, que no seu Magnificat podemos ler traços desta esperança dos pobres no Menino, Maria profetiza que os soberbos serão retirados de seus tronos, e os humildes exaltados, que os pobres serão saciados, e os ricos despedidos de mãos vazias. Estas palavras não combinavam com a esperança dos fariseus de um Messias Guerreio e político, um Filho de Davi, um rei poderoso.

Mas Jesus vem a Jerusalém para conquistá-la, montada num jumentinho, não é um cavalo com arreios de ouro, de um conquistador , de um grande General.
Jesus vem montando numa “besta de carga”, não em uma “besta de guerra”.

Dede o discurso do Pão da Vida em São João 6, quando o Cristo se define como o Pão Vivo descido do céu, e que , quem não comesse de sua carne e bebesse do seu sangue não conheceria verdadeira bebida e a verdadeira bebida,  e os que não se conformassem com este Messianismo Espiritual que se retirassem

Judas Iscariotes  deve ter começado o processo de abandono de Jesus ali. 

No jantar na casa de Betânia, Judas é novamente questionado profundamente por Jesus, que ,  sabendo do processo  de Apóstolo para a Apóstata que se se passava em Judas, o questiona duramente  sobre a sua hipócrita preocupação com os pobres, visto que sendo o guardião da bolsa, dela roubava.

Apesar disto, Jesus nunca o diminuiu, sempre o conservou no grupo dos 12, e até na última ceia, ao “molhar o pão no molho” e dá-lo a Judas, o distinguiu entre os 12, pois este gesto de receber do dono da festa o pão molhado era sinal de grande consideração para com o convidado.

Assim sendo, todo processo de traição de Judas, foi uma pedagogia do Cristo, um ensinamento do Senhor, de que, a traição fere o traidor, nunca o traído.

E foi este o sentimento que matou Judas, a traição que ele fez voltou-se contra si próprio.

Quantas vezes nós traímos e somos nós mesmos as vitimas de nossa traição?

 Frei Bento, irmão menor e pecador.