Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.
Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

"Por que é que vocês pensam coisas más"?


Paz e Bem!

Meditando o Evangelho de hoje, Mateus, 9,1-8, quando por grandíssima fé, levaram a Ele um paralítico deitado em uma cama. O Senhor disse a ele: " Coragem, filho! Os seus pecados estão perdoados".
Mas ....os doutores da lei, os fieis à letra que mata, disseram: "Este homem blasfemou"
Jesus , sabendo de que o julgmento deles sempre procura a condenação, a maldade intrínseca de seus corações, (e são assim até hoje), lhes diz:" Por que é que vocês pensam coisas más? O que é mais fácil dizer: ‘Os seus pecados estão perdoados’; ou dizer: ‘Levante-se e ande" Pois bem, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem poder na terra para perdoar pecados - então disse Jesus ao paralítico: - "Levante-se, pegue a sua cama e vá para a sua casa." O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. Vendo isso, a multidão ficou com medo e louvou a Deus, por ter dado tal poder aos homens."
O perdão dos pecados não encerra a ação da graça, à graça recebida deve haver a correspondente atitude >o "levanta-te e anda ".
E São Mateus neste texto, menciona o que o povo pensou de Jesus, quando dizem: " Vendo isso, a multidão ficou com medo e louvou a Deus, por ter dado tal poder aos homens."
Esta frase, só encontrada no texto de Mateus, faz apresentação do poder de perdoar, que é entregue à comunidade da Igreja (cf. Mt 18,15-18).

Quando Jesus perdoa os pecados do pobre paralítico , Ele sabia que o que ele necessitava era da Graça. A Graça de poder se levantar depois de ser libertado dos seus pecados, mas quem não compreendia essa necessidade eram os doutores da lei, que se apegavam e se apegam ao rigorismo da lei, aos aspecto exteriores da fé, pensando sempre no que podem dizer para anular a misericórdia, em confronto com seus códigos de moral , sem Graça. Eles não compreendem que a Graça é maior que a Lei,
E isto é impossível de saber , para quem vive vidas tão "sem graça".

Por que tantos pensam tão mal sobre tudo?

Frei Bento, frade menor e pecador.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Jesus acalma suas tempestades?




Paz e Bem !

O Evangelho desta Terça Feira  é o texto de S.Mateus 8,23-27, quando uma súbita tempestade pega de surpresa o barco onde Jesus estava. Os Discípulos O acordam com medo e pedem : “Senhor, salva-nos, porque estamos afundando”, e Jesus lhes pergunta: Por que vocês têm medo, homens de pouca fé? E com um sopro acalmou a tempestade, e os discípulos ficaram maravilhados e disseram > “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem".

Assim é na nossa vida, quantas vezes sentimos que tantas tempestades estão a ponto de nos fazer em pedaços e Jesus nos convida à confiança, à Fé, e tudo acalma, e tudo serena?
Assim eu experimento esta presença salvadora, na contemplação do Cristo Eucarístico.
A serenidade que experimentamos diante da contemplação silenciosa da Eucaristia, a Presença Silenciosa de Jesus Vivo no Sacrário a nos desafiar na nossa pouca Fé.
Jesus está ali, mistério da Fé, um Deus tão imenso que se faz pequeno como nós, o servo de todos, o que desceu à nossa humanidade e que dá sentido e sabor , à minha a vida.
Fortalece a minha Fé.

A barca de Pedro é a figura da Igreja. Também a Igreja, quantas vezes está imersa no mar de tantas tempestades criadas por falsos ventos, quantos escândalos, quantos pecados de filhos da Igreja, quantas denúncias às quais nossos inimigos se apegam para gritar com a força de ódios imensos: 

Vi naufragar!
Vai acabar !
Vai submergir!

Mas nunca submergimos, nunca afundamos, nunca as tempestades nos destruíram porque Jesus está conosco, dia e noite , no sacrário, fiel Timoneiro para O qual as tempestades se sossegam pela autoridade , pelo poder apostólico conferido quem sabe neste momento da barca navegando para "o outro lado", que é o local do porto seguro para qual todos navegamos.

Frei Bento frade menor e pecador

sábado, 25 de junho de 2011

Sobre nossas cruzes, sobre nossos amores ...




Paz e Bem !

No Evangelho deste Domingo Mateus 10, 37-42  deparamos com um convite de Jesus que aparentemente nos deixa atônitos pois que O Senhor nos diz que quem não ao amá-Lo mais que aos nossos pais , mães, esposas, filhos, não é digno Dele.
Mas como pode ser isto?  O Senhor que é o Deus de Amor, O Cristo que nos manda amar o próximo como a nós mesmos, O Senhor que nos diz que ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seu amigo, agora nos vem dizer que se não amarmos mais a Ele do que aos outros, não somos dignos de Sua Presença.
E a tradução “amar mais” já é uma benevolência da tradução, pois que nos originais lemos: “quem não odiar...”
É que, no  Aramaico que Mateus escreveu seu Evangelho, por ser uma língua pobre em palavras, não tinha o superlativo, o máximo da expressão que os judeus usavam era repetir uma idéia para deixar clara a importância dela.
Assim vemos, por exemplo,  Jesus por vezes  dizendo “Em verdade, em verdade vos digo”, esta expressão , na nossa língua portuguesa é assim: “verdadeiramente vos digo”.
Então o nosso “odiar mais..” do texto do Evangelho de hoje, seria o nosso equivalente a “amar mais”.
Porque devemos amar a Deus como Criador, como o Salvador, como o Espírito de Amor, e amar as criaturas com o amor devido e derivado desse amor absolutizado pela presença imensa de Deus nas nossas vidas.
Mesmo porque,  o amor que devemos a Deus,  é o amor pedagógico que nos ensina a amar o próximo.
Dentro deste mesmo espírito encontramos o que O Senhor nos advertindo a seguir: “Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim. Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la”. 
Sim, perder a vida do “homem velho”, não colocar o vinho novo, que é o Evangelho, em nossos odres velhos, que não o suportariam.
Um Evangelho cheio de exigências e de cruzes, que o nosso “homem velho” se recusaria a assumir, por isto Jesus também nos pede para assumirmos nossas cruzes e moldarmos nossas vidas pela Sua, que foi uma vida que foi até a cruz, mas que ultrapassou a cruz e venceu a morte.
Perceba que Jesus não coloca a cruz no condicionante “ se tiveres uma cruz”.
Não !
Ele aponta para a nossa inevitável cruz, que temos de carregar, não para que sejamos seres sofredores, mas para nos dizer que após essas cruzes,  carregadas como homens novos, encontremos o desfecho que Jesus encontrou, a nossa ressurreição na Sua ressurreição.
Isto é salvação.
Assim, associados ao Cristo , amando a Deus acima de tudo e como homens novos , que não fogem das inevitáveis cruzes pessoais, é que chegaremos ao verdadeiro discipulado.

Então,  quem se deparar conosco pelas estradas da vida, verá que somos de Jesus, que amamos como Jesus, que como Ele abraçamos nosso inevitável sofrimento, mas que anunciamos a ressurreição, como recompensa de nossa adesão incondicional e primeira ao Senhor que nos precede.
Frei Bento , frade menor e pecador.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Reino de Deus está próximo, ou no próximo?


Paz e Bem !


O Evangelho de hoje S.Lucas 1- 57-66.80, nos trás a narrativa do nascimento de João, o Batista.
João nasce antes do Cristo, porque estava escrito que era ele que deveria preparar os caminhos do Senhor, e desde o ventre materno, ele exultou com a chegada do salvador da humanidade.  

Ambos , Jesus e João,  estão intimamente unidos no projeto salvífico de Deus. 
E muito tempo depois, João aparece, batizando no Jordão, batiza o Senhor e provoca a Teofania nos céus com a descida do Espírito Santo sobre o Cristo. Ali João entende que seu batismo nada valia, era ritual essênio, era humano. O batismo seria o de Cristo tanto é que ele diz que era Jesus que haveria de batizá-lo,  não o contrario.



Porque só   Cristo Jesus perdoa os pecados.


João é o último dos Profetas de Israel e o maior, porque os outros que vieram antes dele profetizaram que um dia viria o Messias. 

João, porém, profetizou e viu o dia .

E será ele que vai preparar os caminhos do Senhor. Dizendo que a salvação está próxima, a salvação vem pelo perdão dos pecados, até poder chegar a dizer: está ali a salvação, Jesus é a Salvação!

Mas nós também somos chamados a ser profetas, tal como João foi. Nós também temos de anunciar, ainda que nos nossos desertos, que o Reino de Deus está próximo, não no tempo, mas na nossa proximidade. 

É que o Reino de Deus não está próximo, ele está é no nosso próximo.

Naqueles que mais sofrem, que são os perseguidos, os pobres,os pecadores, os oprimidos, os que nada têm. Porque é neles que Jesus está.

Que Reino de Deus estamos a construir? Um Reino para nossas conveniências, ou um Reino onde sejamos servos uns dos outros, onde, para que sejamos os primeiros , temos de ser os últimos como São João se colocou, diminuindo –se para que Jesus apareça?

Solenidade da Natividade do Precursor- 2011-AD

Frei Bento, frade menor e pecador.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Deus que se apresenta como pão !




Paz e Bem !


O Evangelho desta Solenidade do Santíssimo Sacramento do  Corpo e Sangue  de Jesus Cristo, é o texto de João 6,  51-58 , quando Jesus se apresenta como o Pão Vivo que desceu do céu.

É um diálogo entre Jesus e os judeus,  que O criticavam por Ele ter dito ser o Pão Vivo que desceu do Céu .

Como Jesus pode se apresentar como Pão Vivo que desceu do Céu se eles conheciam seu pai José,  e sua mãe , Maria ?
Como Ele poderia ter descido do céu?

Mas Jesus lhes reafirma, “Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente”.

Os judeus não compreenderam porque não acreditaram, porque estavam , como muitos hoje, apegados a seus conceitos e preconceitos, aqueles que fazem tantos acreditarem num deus que construíram , à imagem e semelhança deles, não Neste Deus que se manifesta diferente, se manifesta como Pão, que se dá em alimento.
Aqueles que até hoje se escandalizam com a Eucaristia e não conseguem entender que a carne de Jesus é sua própria Pessoa, a Pessoa que cura, que liberta, que salva, que redime e que nos ressuscitará no ultimo dia.

Este Jesus Carne que se faz Pão,  é  quem nos alimenta nesta perspectiva > não de meramente imita-Lo, mas na perspectiva de fazer o que Ele fez,  dentro de nossos limites.
E o que Jesus fez se não ser desconcertante e paradoxal?

Mas Ele não era um desconserto desconexo;  o paradoxal em Jesus foi usar de misericórdia nas situações onde se esperava a aplicação de penalidades e de condenações.

É aí o foco principal de ser Pão Vivo, que desce do Céu e se torna alimento para toda uma vida, não somente para mitigar a fome de forma passageira como o Maná do deserto.

Sim, Jesus é o Pão Vivo e o Pão é sua Carne e sua Carne é sua Pessoa, é a misericórdia personalizada, para aqueles que a comerem, pela Eucaristia, se transformem em novos Cristos,  para tantos que têm fome e sede de justiça.

Este é o sentido que perpassa  todo o capitulo 6 de João.  Que começa com a partilha generosa de pães e peixes dados em gratuidade pelo menino,  e que termina no discurso do Pão da Vida, termina quando Jesus diz enfim o que Ele é.

Assim como O Senhor declara Seu Nome para Moisés no Sinai como “Eu Sou”, Jesus resumirá sua condição divina e humana quando diz também “Eu Sou”.

O que? “O Pão da Vida”!

Assim Ele respondeu aos murmúrios dos judeus que questionavam sua procedência divina.
E assim Ele nos responde com a missão que nos dá > compartilhar Sua Pessoa, mediante a Eucaristia para sermos novos Cristos nas vidas de tantos irmãos que têm fome de pão e de Deus.


Frei Bento , frade menor e pecador.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O que semeamos? A quem?




Paz e Bem  !

Disse Jesus: Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram.
Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda.
Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes.
Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram.
Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um.
Aquele que tem ouvidos ouça. (Mt 13 , 4-9)

O semeador da parábola de Jesus nem sempre encontrou sucesso em seu trabalho. Semeou em jardim espinhoso, em terra árida, à beira do caminho. Terrenos árduos e difíceis, como aqueles que encontramos dentro do coração humano, nosso maior desafio. Quantos corações duros e fechados à Palavra de Deus! Quantas vezes nós mesmos fazemos assim nossos corações! Quantos se fecham no seu egoísmo e julgam semear Cristo, mas semeiam a si mesmos.
Enfim, o que é que semeamos? Semeamos a discórdia ou a concórdia, semeamos a luz ou as trevas, jogamos sementes na pedra e no espinheiro, como perolas aos porcos? Ou quem sabe estamos semeando ódios em vez do amor? Então,  como podemos ser chamados de cristãos se não nos suportamos nos entendemos e nos amamos? Semeamos maldições e os nossos próprios interesses, ou semeamos o Reino que é de Bem-aventuranças? Ou pretendemos colher algo de bom,  no terreno árido da maldade e da agressão?

Anunciamos  Jesus que nos deu vida e vida em abundancia,  amor e serviço ao próximo? Ou um Jesus que inventamos para nós mesmos,  como projeção de nossos piores sentimentos desejos ?

A colheita dirá da semeadura ?

São Thomas Morus, mártir da Fé , cuja memória hoje recordamos, rogai por nós.

Frei Bento, frade menor e pecador.

terça-feira, 21 de junho de 2011

A porta é estreita? Ou somos nós que estamos muito largos para passar?


Paz e Bem !

No Evangelho de hoje, Mateus 7, 6.12-14 Jesus nos pede que não lancemos pérolas aos porcos,  ou seja, perder tempo com o que não é necessário, dentro daquele espírito que São Paulo nos confirma quando  escreve:
Mas evita questões tolas, genealogias, contendas e debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs. Ao homem faccioso, depois da primeira e segunda admoestação, evita-o.”(Tito 3, 9-10)


Nos resguardemos de qualquer imposição ao anunciarmos o Evangelho . O Evangelho, como dizia São Francisco, é para aceitar , ou rejeitar, não é para ser meio de desunião, se não causar a união pretendida.


A seguir, O Senhor nos pede para que façamos  aos outros aquilo que desejamos que eles nos façam. Esta é uma regra de ouro de Jesus, que nos obriga sempre ao bem querer, em relação ao outro.


E ,ao fim, Jesus nos pede: “Entrem pela porta estreita, porque é larga a porta e espaçoso o caminho que levam para a perdição, e são muitos os que entram por ela! Como é estreita a porta e apertado o caminho que levam para a vida, e são poucos os que a encontram!”

Mas como é que Deus, sendo tão misericordioso e Bom, iria criar uma porta estreita para nos impedir de entrarmos por ela até a Sua Presença? 

A resposta não está no tamanho da porta. Está no nosso tamanho, o quanto de sobrepeso que acumulamos através de nossas arrogâncias , das nossas intolerâncias, dos nossos preconceitos, dos nossos pecados, das nossas práticas de iniqüidades > tudo isto nos “engorda”, e nos impedirá de passarmos pela estreiteza da porta> que conduz à vida.

E muitos pedirão : “Senhor, abre a porta para nós . Nós comíamos e bebíamos diante de ti, e tu ensinavas em nossas praças!’ Mas ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês que praticam injustiça!’ 

Então Senhor, quem se salvará? 

A salvação significa poder lançar-se nos braços amorosos de um Pai e viver com Ele uma comunhão sem rupturas. 


Salvar-se é ver-se coberto com o manto do perdão e da misericórdia, e também cobrir o próximo com este mesmo manto. 


E crermos que não basta sermos filhos de Abraão, não basta termos decorado a Sagrada Escritura, se não vivemos aquilo que pregamos, se não usamos da misericórdia no trato conosco e com o próximo .

Porque o Reino é daqueles que souberam ser íntimos do Senhor no caminhar desta vida. Dos que souberam dar o sim incondicional, como o sim de Maria, o sim que muda nossa vida, e a conforma ao tamanho da porta que queremos cruzar para nos salvarmos.


Dos que souberam ser os últimos.

E então, nos fica esta reflexão do difícil texto de Mateus  de hoje > estamos pequenos o suficiente para passar pela porta estreita do Evangelho e suas exigências?


Frei Bento, frade menor e pecador.

domingo, 19 de junho de 2011

“Recorda-te, ó cristão, que não te foi revelado que o Pai é Deus, mas que Deus é Pai!”( S.Hilário de Poitiers)




Paz e Bem !

Celebramos hoje a Santíssima Trindade,  e o Evangelho que ouvimos é o texto de São João 3, 16-18, um texto pequeno mas repleto da revelação que João nos faz,  desde quando inicia escrevendo que:  “ Deus amou tanto o mundo”.
Diante desta revelação tudo mais se emudece. Palavras se tornam desnecessárias, isto sintetiza a relação de Deus conosco, eis que Deus ama no advérbio “tanto”. E como Deus é Eterno, o Seu modo de amar é,  igualmente,inextinguível.
E me recordo aqui de São Francisco quando por tanto tempo, orando,  só sabia dizer,   extasiado : "Deus meus et omnia" > Meu Deus e meu tudo!
Mas Deus entrou na nossa História enviando o Seu Filho, que é da mesma dimensão do Pai, do mesmo número do Pai , O Senhor Jesus Cristo é Um com o Pai. E este amor incomensurável de Deus para conosco é “tanto” que na plenitude dos tempos enviou o Seu Filho, para que todo aquele Nele creia, já não mais conheça a morte eterna, mas para que tenha a vida > eterna.
De fato, constata João, que o Filho veio não para julgar, mas para salvar o mundo, Salvar  a todos que reconheçam no Filho , a Presença do Pai, reconheçam que o Filho está no Seio do Pai e Dele tem a mesma Natureza e o mesmo Amor.
Eis o Nosso Deus, que de tão imenso é Trino, não se contém em Si e Se doa a nós através do Filho. E o Filho permanece conosco, até o fim dos tempos através do Amor do Espírito Santo, que é a forma com a qual o Filho exulta no Pai (conf. Lucas 10, 21).
Este é o Deus em eterno movimento, que jamais se cansará de amar "tanto"o mundo , de nos amar , não como um deus criado pela a nossa imaginação tão fértil, mas o Deus Abbá, o Pai, que Jesus, de maneira ousada nos revelou como luz,  na noite escura do Getsêmani.
Deus que á Amor intenso e que transborda Seu Amor no Verbo que está no Pai,  e no Espírito ,que  através Dele , e somente pelo Espírito Santo, podemos crer em Jesus.
Um Deus que é Pai, não somente o Pai que é Deus, conforme a frase de Santo Hilário de Poitiers. E aí está a essência trinitária que hoje comemoramos, para o nosso bem, sejamos salvos pelo Cristo que veio a este mundo , não para nos julgar, mas para nos salvar, “Pois por meio dele (de Cristo), nós, judeus e gentios, num só Espírito, temos acesso ao Pai” (Conf.Ef 2,18).

Festa da Santíssima Trindade, 2011 – AD

Frei Bento, frade menor e pecador.

sábado, 18 de junho de 2011

Não podemos servir a Deus e ao dinheiro.


Paz e Bem !

No Evangelho deste Sábado , S.Mateus 6,24-34, ouvimos:

"Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso eu vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com o vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa? Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros? Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso? E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Porém, eu vos digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé? Portanto, não vos preocupeis, dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir? Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso. Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia, bastam seus próprios problemas”. – Palavra da Salvação.

É o Senhor Jesus nos alertando sobre o valor da santa pobreza e da santa simplicidade, e sobretudo nos convidando a crer na justiça e na misericórdia de Deus.

E somos nós os agentes dessa justiça e misericórdia, na medida em que somos agentes de um mundo novo, em que construímos pontes entre a guerra e a paz, entre as injustiças e a justiça, para os que sofrem pela ganância de uns poucos,  e são humilhados em suas dignidades.

Na medida em que tiramos nossa Fé da Lei que a escraviza , e a inserimos nas Bem Aventuranças do Evangelho.

Você é instrumento da paz de Deus, levando amor, alegria,esperança, verdades,luz, onde há tanta treva?

Ou você coopera para que o dinheiro seja o grande ídolo dos nossos tempos?

Frei Bento, frade menor e pecador.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A imensa liberdade da Fé .





Paz e Bem !

A fé não é da ordem da razão e da inteligência, nem uma receita. 

É a experiência íntima do ser amado por Deus. 

Essa experiência de ser Seu filho e Sua filha que cada um de nós pode fazer simplesmente “se recolhendo em seu secreto”, como diz o evangelho de Mateus 6 que estamos lendo esta semana : “Teu pai te vê no teu secreto...”, encontrando-se no fundo de seu coração.

A fé é como o amor, ela é sensível, experimental. Quanto mais se acredita, mais se compreende e quanto menos se acredita menos se compreende. 

Portanto, não há uma razão para se crer, mas existem milhões de formas de se exercitar a Fé.

E cada uma delas é preciosa aos Olhos que enxergam  no "secreto".

Nenhum de nós tem poder para dizer a Deus o que, como, onde e quando fazer algo.
Muito menos partindo-se de uma arrogante, preconceituosa e intolerante interpretação da Palavra de Deus , segundo nossos próprios interesses.

Poucos hoje em dia deixam Deus ser Deus.

E muitos tomam Seu lugar.

Frei Bento, frade menor e pecador.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

“Senhor , ensina-nos a rezar !” Já aprendemos realmente?

 

Paz e Bem!

O Evangelho que lemos e hoje é  o texto de Mateus 6, 7-15, quando Jesus ensina-nos a rezar  : “ Quando vocês rezarem, digam: PAI NOSSO que estais no céu, santificado seja o vosso nome, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.  O pão nosso de cada dia nops dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal"

Aqui existe uma novidade . 

Vemos que os atributos que se invocam de Deus, no Velho Testamento, são o Seu poder e Senhorio e as Suas ligações com o povo de Sua escolha como Defensor do mesmo contra seus inimigos. Nestas orações encontramos muito de retórica, exclusivismos e até mesmo desejos de vingança contra inimigos, bem longe da simplicidade do Pai a quem nos dirigimos todos como filhos sem distinção.

Porque Jesus aqui nos pede que dirijamos nossas orações a Deus , chamando-O simplesmente de Pai. E também nos faz Seus filhos, somos agora uma família, não uma nação, uma raça, exclusiva, mas uma grande e faminta família, com fome de pão e de afetos, que nos será suprida pela oração, que é como os pedidos de um filho ao seu pai são feitos. Jesus nos insere na intimidade de Deus. O mesmo Deus, tão amigo, que por insistência nossa, nos dará os 3 pães que importunamente vamos buscar pela madrugada na Sua casa.

O Pai que ao ver a fome do filho, não lhe dará um escorpião ou uma serpente, para comer.

E mais, a oração a Deus, que antes poderia ser até um desejo pessoal , por vezes de vingança contra o inimigo, se torna, nos lábios santos de Jesus, uma oração de partilha, onde o pão que pedimos é para nós todos, não só para mim, para matar minha fome, mas para que ninguém tenha mais fome. E o inimigo, do qual Deus antes vingava , nas palavras de Jesus agora somos libertados .

Segundo Tertuliano, o Pai Nosso é a síntese do Evangelho, pois a oração de Jesus nos coloca frente à frente a um Pai, que é a revelação que Jesus veio anunciar e propagar a todos os homens. Viver a filiação era viver a oração do Pai Nosso e era viver a essência do Evangelho, na intimidade com a divindade, e na fraternidade com a humanidade.

E nós, já aprendemos a compartilhar o Pai e o Pão > em fraternidade?

Frei Bento, frade menor e pecador.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Superando a justiça dos hipócritas.




Paz e Bem !

O Evangelho lido hoje é Mateus 6,1-6 quando o Senhor nos diz que ao jejuarmos e fizermos penitência e a caridade, as práticas da cristãs por excelência, sejamos discretos, para que o que fizermos surja aos olhos de Deus, não os olhos do mundo.
Por que?
Porque o que fizermos de bem a um desses pequeninos será a Deus que faremos, e o mesmo Deus que nos sonda, vê no nosso secreto.
É um alerta para aqueles que fazem grandes estardalhaços em sua pregações e orações “cristãs” , mas que no fundo são vazias porque apenas são feitas para serem vistas aos olhos alheios.
Ao nos convidar para orarmos e praticarmos o jejum , a penitencia pelos nossos pecados e caridades no nosso secreto, Jesus nos ensina no Evangelho de hoje, que assim construiremos a verdadeira Paz, aquela Paz que o mundo não pode roubar de nós, porque nos é dada por Deus, como recompensa pelo nosso agir  invisível.
Este agir no secreto  nos remete aos 40 anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto até a terra prometida, mas também nos recorda os 40 dias de jejum e retiro do Senhor no deserto, onde Ele foi tentado e venceu o mal.
O povo israelita venceu o deserto porque deixou-se guiar por Deus que  caminhava à frente deles como uma coluna de fumaça; e Jesus venceu o demônio porque é Deus, e está escrito que não tentarás o Senhor teu Deus (Mt 4, 7).
Nós somos convidados a vencer nossos demônios pessoais, ou seja , tudo aquilo que nos afasta do verdadeiro Deus, nos assumindo como peregrinos nesta terra, e nos deixando conduzir pela mão do Senhor, sendo fraternos com os nossos irmãos que nada têm, e construindo juntos o Reino de Deus que é a Paz > que é fruto da Justiça.
Somos chamados a reconstruir nossa sociedade com valores cristãos de solidariedade e fraternidade, e esta é a grande resposta para esse desafio > construir a Fraternidade como o grande valor que a nossa sociedade precisa.

Nós estamos a construir fraternidade entre os irmãos ou só vivemos para pregar a divisão e o egoísmo e.  com isso , tornamos nossa sociedade mais insegura e miserável?

Frei Bento, frade menor e pecador.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Seja como o Sândalo, que perfuma o machado que o fere.




Paz e Bem  !

Essa frase estava em um quadrinho de madeira na casa da vó, quando eu era menino.
Era a figura de uma madeira com o machado enterrado nela e essa frase em cima "Seja como o Sândalo,  que perfuma o machado que o fere".
Esta frase  traduz bem  aquela outra , que Jesus nos diz no Evangelho de hoje, Mateus  5, 43-48 > amai os vossos inimigos, e rezem pelos que vos perseguem.
Esta proposta de Jesus parece inverter por completo toda a lógica dos sentimentos humanos. Jesus nos pede para que façamos o bem, abençoemos, rezemos e perdoemos precisamente a quem nos odeia, amaldiçoa e nos cobre de injúrias !
Amar o nosso inimigo e fazer bem ao que nos odeia,  é precisamente o que diferenciava os cristãos dos pagãos, dos gentios, dos seus algozes romanos. Foi agindo assim  que os Apóstolos e os mártires construíram a Igreja de Cristo no mundo.
Me incluindo entre aqueles que não cumprem esse preceito, porque talvez seja o mais difícil de todos, então posso entender o quanto é difícil para um não cristão compreender e aceitar Jesus Cristo, porque nosso testemunho não condiz com aquilo que o Cristo pregou e viveu.

É que somos cada vez mais o machado,  e cada vez menos o sândalo.



Frei Bento, frade menor e pecador.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O “Doutor Evangélico”.





Paz e Bem !

Hoje celebramos a memória de Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua, um dos maiores Santos franciscanos de todos os tempos.

A devoção popular o identifica com várias superstições que nada têm a ver com a pessoa do seráfico irmão.

Santo Antônio era chamado por São Francisco de: "meu Bispo". Ele foi admitido na Ordem Seráfica  como grande teólogo e pregador, e deixou a Ordem Agostiniana em Portugal, onde era professo, para seguir São Francisco na pobreza evangélica, amando intensamente os menores de sua época.

Ele nos fala das feridas de seu tempo, manifestando um amor profundo à Igreja e ao Evangelho, semeando a esperança, lutando contra as heresias, acreditando que é dentro da própria Igreja que ele ama com ternura e paixão, que se há de se operar a renovação e a mudança. 

Santo Antônio vê a Igreja como "Povo de Deus", como "Casa do Pão", como "Cidade de Deus". 

Há na sua pregação inconformismo, mas também compreensão e um veemente apelo à conversão, como regresso à vivência pessoal com Cristo. 

O Santo propõe um Evangelho redescoberto nas suas linhas mestras de liberdade, fidelidade, pobreza, fraternidade, justiça, respeito pela pessoa e serviço aos irmãos. 

O Papa Pio XII o declarou Doutor da Igreja, e o chamou de Doutor Evangélico.

Isto exprime não só a tonalidade bíblica da sua pregação, mas também a opção evangelizadora da sua vida. A obra escrita confirma a sua formação bíblica e muitos testemunhos históricos referem a eficácia da sua ação e da sua palavra junto da sociedade do seu tempo, pela sensibilidade aos anseios dela, pelo acertado diagnóstico das suas carências, pela adequação da sua linguagem, e sobretudo pelo testemunho do seu próprio modo de viver.


Na celebração da sua memória – 2011 - AD

Frei Bento, frade menor e pecador.

domingo, 12 de junho de 2011

De Babel ao Cenáculo, a História de reconciliação com o projeto de Deus.





Paz e Bem !
Hoje,  a Igreja celebra a Festa do Divino Espírito Santo, o  Pentecostes.  O Evangelho que ouvimos é S.João 20, 19-23, quando o Senhor aparece aos discípulos que estavam no Cenáculo e sopra sobre eles o Espírito Santo e os envia com a missão de curar os corações feridos, as almas machucadas, as dores do mundo. Tudo isto o Senhor faz com um sopro, o mesmo sopro com o qual, no Gênesis, o Criador infunde a vida nos Homens. E este sopro, esta vida, é o Espírito Santo.
Na segunda leitura de hoje, I Coríntios 12, 3b-7.12-13, São Paulo nos dirá que somos todos membros do mesmo corpo cuja cabeça é Jesus e que bebemos todos do mesmo Espírito.
Este sentido de pertinência nos envolve todos numa única realidade: somos todos membros do Corpo onde o Cristo é a cabeça. E este corpo é a Igreja, solenemente ungida pelo Espírito Santo naquele momento histórico do Cenáculo que nos fala a 1ª leitura , Atos 2, 1-11, onde o Espírito vem como um vento impetuoso e desce sobre cada um dos apóstolos e de Maria Santíssima, e torna clara todas as coisas quando dá a todos o Dom do entendimento. Muito mais que glossolalia, dá a eles a capacidade de falar e serem ouvidos , de ouvir  e compreender.
Podemos fazer então o paralelo entre Gênesis 11, 1-9, onde é contada a passagem da Torre de Babel e o Cenáculo.
Na  atemporal Torre de Babel, lemos que todos os homens falavam a mesma língua e se puseram a construir a famosa torre que atingiria o céu. E Deus lhes confunde as línguas e os dispersa sobre a terra, pois tal projeto , porque absurdo, não possuía a sabedoria que só o Espírito poderia lhes dar.
No Pentecostes,  Deus os reúne novamente, o Cenáculo é a nova Babel, mas desta vez o projeto é santo porque vem do Céu e não dos homens.  Se no Gênesis o Espírito era de confundir as línguas dos homens, no Pentecostes o Espírito é de esclarecimento: as línguas dispersas na Babel , são de novo reunificadas , os homens re-adquirem a capacidade de compreender o outro,  e de o serem, por todos, porque são mediados pela Sabedoria do Espírito que vem do Alto.
Este é o Espírito que faz novas todas as coisas antigas , que renova a face da terra e a vida daqueles todos que estavam reunidos e amedrontados, e que de súbito tudo compreendem e passaram a anunciar o que deveriam.
O Espírito Santo é a alma da Igreja, e também da nossa vida. Sem Ele, construímos torres de Babel geradoras de discórdias , não nos encontramos, nossos projetos são apenas projetos humanos, nossa sociedade se perde na confusão de sons que não produzem harmonia.

No Cenáculo Deus nos reconciliou com Seu projeto. Mediante o Espírito Santo Ele santifica nossas ações, nos concede os Dons que nos potencializam  para sermos criaturas melhores, cidadãos  do Reino de Justiça e de Libertação.



E então nos ficam essas reflexões: o que estamos a construir é obra do Espírito, ou apenas novas torres de Babel,  onde nem mesmo nós nos entendemos e nos encontramos em unidade?

Construímos Justiça e Libertação no Espírito , ou acentuamos as nossas discórdias e nossa nova escravidão, ao pecado e à opressão, às ações daquele que divide ?



Frei Bento, frade menor e pecador.

sábado, 11 de junho de 2011

O Espírito Santo se chama azeite, vinho e pão !




Paz e Bem !

Na véspera da solenidade de Pentecostes e ante-véspera do dia  de nosso querido Santo Antonio,  reflitamos com o “Doutor Evangélico”, sobre o seu sermão de pentecostes há  800 anos atrás:

“O Espírito Santo também se compara ao trigo, porque alimenta e conforta os que caminham. Chama-se vinho, porque alegra nas tribulações; chama-se azeite, porque cura dos males”.

Os dons divinos que ardentemente aspiramos em Pentecostes são dados pelo Espírito Santo, mas são igualmente do Pai e do Filho derramados para o bem e a vida de todos nós, a comunhão e santificação da Igreja, a salvação e cura dos pecadores e pobres deste mundo. Com seus dons afáveis, o Espírito é o Pater Pauperum (Pai dos Pobres) que sara os corações, o Consolator Optime (Extraordinariamente Consolador) que, como hóspede da alma, é doce alívio e acalma, “no labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem (Seqüência da Missa)”.


Os dons do Espírito Santo, que são muitos e diversos e destinam-se a tudo que deve ser para o bem, sempre a favor de mais vida, da salvação, da inclusão e comunhão, podem ser comparáveis a muitas coisas, como por exemplo ao trigo, vinho e azeite. 

Nos ensina Santo Antônio que estes dons divinos são para alimentar, alegrar e curar e, por isso, assemelham-se a coisas bem concretas como alimento, bebida, remédio.


Meus caríssimos, para bem celebrar a festa litúrgica de Pentecostes, desejo que o Divino Espírito Santo derrame em seus corações, os dons e carismas que alimentam, alegram e curam, à semelhança do vinho  azeite e pão .

Que a Santíssma Virgem Maria, como dela dizia nosso Pai São Francisco, “filha e serva do altíssimo Rei e Pai celestial, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e Esposa do Espírito Santo”, permaneça em nosso meio, sempre rezando conosco e por nós, como no dia de Pentecostes. Amém. 

 

Frei Bento, frade menor e pecador.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Seremos salvos, quando nos tornarmos essencialmente humanos.




Paz e Bem !

Todas as ações de Jesus Cristo apontam para resgatar nossa humanidade,  para nos tirar daquelas situações que nos impedem de nos tornarmos humanos.
Assim sendo, os exorcismos, as curas, o perdão dado a tantos  por Nosso Senhor,   são gestos salvadores que devolvem às pessoas a sua plena capacidade de humanidade.
Assim eu entendo esta palavra tão misteriosa e controversa, tenho o sentido que me norteia no que seja realmente a salvação operada por Cristo em nós.
Salvação não é apenas o resgate de nossa natureza corrompida pelo pecado adâmico, é muito mais que isto. A salvação  é dom, acréscimo, dádiva, graça, excesso, abundância.
Jesus não refaz a trajetória humana, não olha para o nosso passado, para o nosso  pecado, mas potencializa nosso futuro, chama os homens e as mulheres para se tornarem aquilo  a que foram chamados a ser: humanos.
Porque Ele foi tão perfeitamente humano que só poderia ser divino, e este é o Seu convite que nos é feito:
"Sede perfeito como vosso pai do céu é perfeito" (Mt 5,48). 
Jesus, ao cruzar o caminho entre o divino e o humano,  nos inaugura a possibilidade de sermos humanos  em plenitude, com efeito, é Jesus que nos revela o que é o humano, ou para dizer de outra maneira, o que significa ser humano neste mundo.
 A compreensão do ser da humanidade, neste sentido, não parte de minha experiência de humanidade, uma experiência fragmentada e incompleta, mas sim da vida de Jesus, o novo Adão, isto é, o fundador da nova humanidade e, por isso, revelador do ser humano.
O que faremos de nossa humanidade definirá nossa salvação, ou seja, nossa capacidade de nos tornarmos verdadeiramente humanos.

E, no entardecer da vida,  seremos julgados pelo amor !

Frei Bento, frade menor e pecador.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A todos é dado uma segunda chance !



Paz e Bem!

Hoje gostaria de refletir sobre o Evangelho de Lucas 13, 1-9, que  nos fala sobre a misericórdia de um Deus que é exigente .

Ele pode ser dividido em duas partes:

A primeira nos fala daqueles que costumam ver nas tragédias humanas > castigos de Deus, quando contam a Jesus que Pilatos mandou assassinar galileus que faziam ofertas nos Templo, e quando Jesus fala sobre a queda da Torre de Siloé , que havia causado a morte de 18 pessoas. E Jesus pergunta aos que viam nesses acontecimentos castigos de Deus pelos pecados dos que morreram. Jesus lhes perguntará se os que morreram seriam mais pecadores do que aqueles que os julgam como tal, aqueles que sempre enxergam nas tragédias a ira de Deus atingindo sem distinção  a justos e pecadores.

Esta era a mentalidade dos fariseus daquele tempo, e do nosso....Os que vêem nos grandes desastres a manifestação da ira divina, quando na verdade é a própria ira pessoal de quem assim pensa que está prevalecendo.

Jesus diz a eles , e a nós também que Deus não age assim, que aqueles acontecimentos, antes de serem vistos como manifestação da  ira divina , devem ser visto como oportunidades de conversão,  porque todos somos pecadores.

Hoje em dia poderíamos compreender isto se também nós no reconhecermos pecadores, tanto quanto os milhares que morreram no terremoto do Haiti, ou os que morreram na tragédia do Tsunami do Japão, ou na tragédia da Teresópolis e Friburgo, etc.

Ou tantas outras tragédias pessoais, anônimas, que para muitos parecem ser absolutamente incompreensíveis.

Esses eventos  não falam da ira divina, eles nos falam à nossa consciência, eles são apelos a que sejamos solidários com a dor alheia.

Esses acontecimentos trágicos falam antes da necessidade de compartilharmos a dor do irmão que perdeu tudo e não para que sejamos seus juízes e acusadores, como muitos fizeram... São momentos que exigem de nós >conversão, mudança de atitudes, de meros acusadores para irmãos no sofrimento alheio.

Para os que não se convertem , na segunda parte do texto>  Jesus nos conta a parábola da figueira estéril , aquela que durante 3 anos não deu frutos, mas que o agricultor, que é Jesus, pede ao Vinhateiro > que é o Pai, que deixe a figueira por mais um ano, por mais um tempo, que Ele a adubará e quem sabe ela possa dar seus frutos?

O texto não fala se a figueira deu frutos depois, porque cabe a nós terminar a parábola da figueira estéril, se nós, como figueiras estéreis , plantados que estamos na vinha do Senhor, conseguimos dar frutos, mercê da Graça de Deus que sempre espera mais um pouco, que sempre demonstra que além de ser  um Deus exigente, sabe ser um Deus paciente e amoroso, sempre a esperar que possamos dar frutos, ainda que fora do tempo.

E nós, somos os fariseus que sempre enxergam nas tragédias castigos pelo pecado alheio?
Ou somos como o Cristo quer, pessoas que se convertem diante da dor humana, e que dêem  frutos de conversão, de amor fraterno, de justiça, de misericórdia uns com os outros ?  Jesus Cristo que é a Misericórdia de Deus , que sempre nos espera, que sempre nos dá uma segunda chance !

Frei Bento, frade menor  e pecador.