Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.
Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

domingo, 27 de novembro de 2011

O Advento do Cristo Esperado nos prepara para o Cristo In-esperado.




Paz e Bem e bom Domingo a todos !

Começamos hoje o período do Advento que irá se prolongar até o Natal do Senhor.

Na leitura do Evangelho de hoje, temos a passagem de Marcos 13,33-37, onde o Senhor nos pede para vigiar porquanto o Senhor voltará e não nos deve encontrar dormindo.

Fazendo um paralelo entre o Advento do Senhor que já veio e que há-de vir (parusia), nos encontramos diante do mesmo Cristo, o que era esperado e veio no Natal e o Cristo inesperado, o que pode voltar a qualquer momento.

Esse tema é difícil quando nos confrontamos com tantas crenças arrebatadoras, que marcam para depois de amanhã a volta de Jesus e nada de Jesus voltar.

Outros ganham rios de dinheiro prometendo lugares nas nuvens arrebatatórias, cujo bilhete de entrada é o custo do total domínio de suas consciências criticas.

O fato é que a segunda vinda do Cristo é um mistério escatológico que escapa ao nosso entendimento, é uma Fé que se baseia na Esperança, mas que deve ser vivida na Caridade, conforme lemos Domingo passado em Mateus 25, 31-46.

O Senhor, quando voltar, não nos perguntará quantos versículos decoramos, ou o quanto demos em dinheiro para nossas igrejas, ou o quanto de adeptos arrumamos para nossas formas de pensar.

Ele nos pedirá contas é do amor que demos, ou não demos, aos pequenos deste mundo.

Mas essa “casa” para a qual o Senhor retornará, é nossa vida, e esse retorno de Jesus para nossa vida é o retorno Daquele que é inesperado, porque Deus age inesperadamente.

Ele agiu assim, inesperadamente, com Abraão, com Moisés, com Noé, com todos os Profetas, Reis, com Maria Santíssima, com os Apóstolos, com todos que, repentinamente, tiveram suas vidas transformadas pela chegada de Deus nelas.

Um Deus que não avisou que chegaria, mas certamente chegou e transformou tudo em todos eles.

Assim eu vejo a volta de Jesus, como um retorno do Mesmo , a volta de Deus que nunca esteve ausente, porque está sempre aqui, no nosso agora, porque Ele é Emmanuel, que significa Deus conosco.

Mas se não vigiarmos nossa casa, se dormirmos, então perderemos o Inesperado.

Vigiar é orar!

Você vigia a sua casa ou adormeceu sua Esperança?

Deus, in adiutórium meum inténde. Dómine, ad adiuvándum me festína.


Frei Bento , frade menor e pecador

sábado, 19 de novembro de 2011

“Senhor, quando foi que te vimos....”?






Paz e Bem e bom Domingo a todos !!!

O Evangelho deste Domingo é Mateus 25, 31-46 > o grande texto da teologia da caridade, que encerra o Tempo Comum, onde o Senhor dirá que tipo de Reino Ele pretende. 


Daí a pouco , diante de Pilatos , Jesus dirá “meu Reino não é deste mundo”.

Mas de que mundo é o Reino de Jesus?

Jesus nos conta:

O Reino de Jesus é habitado pelos doentes, pelos pobres, pelos perseguidos, pelos que não tem o que vestir, o que comer, o que beber, pelos que têm fome e sede de justiça.

E Jesus diz mais !

Ele nos dirá que esses habitantes mal cheirosos, desempregados, desdentados, famintos, escravizados, os pequeninos, os humilhados, os perseguidos, etc. São Ele mesmo !!!!!!

Vejam só !!! Um Deus com a aparência do menor , um Deus parecido com aquela mulher que remexe os lixões das nossas cidades, procurando os nossos restos.

Deus está neles !!!!!!!

Isto assusta realmente a quem persegue as riquezas do mundo.

Um Deus que desce aos porões do mundo !

Deus não nos quer miseráveis, pobres, famintos, mas Deus nos quer fraternos com os que assim vivem. Uma fraternidade que desafie a nossa soberba.

Uma fraternidade que nos comprometa até a alma.

E o que fizermos em paz e bem a um desses menores do Reino, será ao Rei que faremos.

Mas, em contrapartida, o que NÃO fizermos em paz e bem a um desses pequeninos, será a Ele que não fizemos.

E seremos deixados fora desse reino, porque não nos adequamos a ele, nos auto-excluímos porque não tivemos a grandeza para sermos pequenos.

Não tivemos amor suficiente para amar o Rei , porque não amamos o suficiente a quem deveríamos amar: aqueles que não são amados !!!

Não há Fé sem Cristo, mas não há Cristo sem amor ao irmão, principalmente ao mais pobre.

Qual seria a resposta do Rei se você um dia perguntasse a Ele:

- Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?

Solenidade de Cristo, Rei do Universo – MM XI – AD.


Frei Bento, frade menor e pecador

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Seguir Jesus depois de nossa cegueira.





Paz e Bem !

O texto do evangelho de Marcos 10, 46-52, que trata da cura do cego Bartimeu, e o seu similar Lucas 18, 35-43, o texto do evangelho de hoje, nos falam da cura de um homem cego.
São Marcos escreve que a cura aconteceu quando Jesus saia de Jericó, Lucas dirá que foi quando Ele se aproximava de Jericó.
Onde Jesus estava realmente não tem muita importância. O que é importante é que Ele estava lá, onde os olhos do coração do cego O enxergaram.
O importante é que esse cego estava sentado a beira do caminho, muitos de nós estamos como o cego , sentados à beira do caminho enquanto Jesus passa, e nem O vemos, porque estamos tão “cegos”... que nem sabemos distinguir se Ele aproxima-se de nós, ou se vai indo embora.
Mas Bartimeu ousa gritar,” Jesus Filho de Davi tem dó de mim!” E este grito dele ecoa por toda história da salvação.
Vemos esse mesmo tema no grito do sangue de Abel, no grito de Jó, no grito de cada pobre, excluído, sem ninguém, “sentado à beira do caminho”. É também o grito de Jesus na cruz, o grito dos mártires. Gritos de dor que perpassam toda a escritura.
E Deus ouviu o grito de Bartimeu, embora tantos o mandassem se calar. Quantos não nos mandam também calar? Abafar nosso gritos, amordaçar nossas bocas , almas e corações? Mas temos de gritar, nosso socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra, diz o Salmo.
Mas nossos gritos nem sempre são para fora de nós, são gritos de nossa alma, gritos mudos...
Os verdadeiros gritos são mudos.
Perceba que Bartimeu teve de jogar o manto fora, ele aprende que não é possível seguir Jesus sem deixar algo, sem arriscar a segurança humana para experimentar a mão de Deus.
E interessante, por que Jesus pergunta ao cego : "o que quer que faça por você"?
Jesus sabia , era óbvio.
É que Jesus respeita nossa liberdade e não obriga ninguém a se libertar, muitos não preferem ficar “à beira do caminho”?
Note que Bartimeu não é o mesmo cego de S.João 9, o que nunca enxergara antes.
Bartimeu queria VOLTAR A VER.
Quantos de nós , porque perdemos a clareza da fé, precisamos ver de novo?
É disso que o trecho de Marcos fala, do QUERER VER DE NOVO.
Então não era simplesmente curar um cego, Jesus iria fazer com que ele visse novamente.
Então , somos todos como Bartimeu.
Eu pelo menos sou, eu quero pedir a Jesus que eu O veja novamente, e renovadamente, e por toda a minha vida. Que eu nunca o perca de vista e que Ele nunca perca meu olhar.

Assim deixarei de estar á beira do caminho e estarei “a” caminho, como Bartimeu , que curado, se pôs a caminhar, seguindo Jesus pelo caminho.

Quando insistimos fervorosamente na nossa oração, detemos Jesus que passa, a se aproximar, ou já indo embora?

Frei Bento, frade míope, menor e pecador.

sábado, 12 de novembro de 2011

Quando o Filho do homem vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?







Paz e Bem !


O Evangelho que proclamamos neste Sábado Lucas 18, 1-8, Jesus termina com essa pergunta intrigante>

Quando o Filho do homem vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”

Mas o texto do Evangelho nos fala essencialmente do valor da oração.



O Senhor nos pede neste texto para > “Rezar sempre, sem jamais desistir”.

E nos conta a parábola de um juiz injusto, e da viúva que persiste > tentando que ele lhe faça justiça.
E no final o juiz a atende para se livrar dessa “inoportuna”

Ora se até um juiz iníquo, pode praticar a justiça, o que poderá fazer por nós Aquele cujo nome é Justiça?

O valor da oração está na perseverança, aguardar a ação de Deus no tempo Dele, não no nosso. Não somos nós que “determinamos” que Deus faça isso ou aquilo nas nossas vidas, isto não é orar em nome de Jesus.

Orar em nome de Jesus, é orar como Jesus orou, com os sentimentos do Cristo, com as atitudes e a Esperança do Senhor na Vontade do Pai.

A Esperança que não O fez deter na derrota da cruz, mas que superou, chegando à Vitória da Ressurreição.

A oração tem esse sentido, nossas cruzes pessoais não nos podem derrotar , porque somos herdeiros da Ressurreição do Cristo.

A oração é o grande exercício da Esperança , da confiança, do abandono á Vontade de Deus.

É a oração da Virgem Maria: “faça-se se em mim , segundo a tua palavra”, e eu ousaria completar> ainda que tudo possa parecer impossível...

E então voltamos para o texto da pergunta que eu também me faço , e me permito refletir com vocês :

A Fé , que Jesus pode não encontrar quando vier, não será porque a oração tem se transformado num dossiê de nossas demandas reprimidas> que exigimos que Deus atenda?

Quando o Pai, através de Jesus, atende nossos pedidos, deverá ser como queremos ou como Ele quer nos dar?

Será que Jesus irá encontrar em nós a fé > para reconhecer o dom e sermos agradecidos?



Frei Bento , frade menor e pecador.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O zelo pela tua casa me consome!

Archibasilica Sanctissimi Salvatoris - São João de Latrão



Paz e Bem !


Esta frase está no Evangelho desta Quarta-Feira , S.João 2, 13-22, quando Jesus vê os mercadores no Templo e se revolta contra aqueles que fizeram do local sagrado um antro de ladrões.

A Bolsa de NY e as demais Bolsas de Valores do mundo não são exatamente um local sagrado, mas é onde os novos mercadores atuam e como vemos nesses dias, promovem a crise financeira que arrasa o mundo inteiro, mostrando a fragilidade e a incosequência do capitalismo, que fabrica ilusões, falsos ídolos personificados em riquezas inexistentes,que quando cai a máscara revela toda a podridão dessa forma de mercado que enriquece substantivamente uns poucos e ilusoriamente a tantos.

Esses são os novos mercadores, aqueles que deveriam ser expulsos pela prática da falsidade financeira e por causar a ruína de tantos no mundo.

É por causa desse cassino financeiro destinado ao enriquecimento ilícito que tantos irmãos nossos vivem nas piores condições de vida nos países de terceiro mundo, por causa de um sistema econômico criado para enriquecer a poucos em detrimento da miséria de muitos. E velhas nações da Europa são arrastadas para o fundo do poço fiscal.

É essa a grande injustiça do mundo moderno.

E Jesus dirá que aquele templo que compactuava com toda a corrupção seria destruído e reconstruído em três dias, e São João mesmo nos diz que o que Cristo disse é a metáfora da Sua ressurreição.

O Cristo que reconstruiria o verdadeiro Templo em Si, um Templo que seria a centralidade de um mundo em que o Reino de Deus seria a tradução da Justiça e da Equidade.

Hoje Jesus certamente iria se insurgir contra esse sistema econômico que viola a misericórdia e a justiça do Pai.

Mas nós temos nossa parte nesse sistema excludente e pernicioso, na medida em que compactuamos com a exploração do pobre e do oprimido, na medida em que nossas ideologias travestidas de "religião" apenas colaboram para manter esse novo templo cheio de ladrões e corruptos, estejam eles nos púlpitos ou nas tribunas políticas , porque somos nós que os elegemos, nós que passamos um cheque em branco para eles fazerem da "Casa do Pai" que é a casa do irmão pobre , desempregado e faminto, um covil de ladrões que os roubam com o nosso consentimento.

O Reino de Deus é Justiça e Fraternidade, quem não constrói esse Reino, constrói a infelicidade do irmão e colabora para sua indigência.

Quantas vezes deixamos de re-construirmos os nosso templo à imagem do Templo que o Cristo reedificou n’Ele, o Templo que é o coração do Homem, o Templo que é a justiça e a paz?

Solenidade da dedicação da Basilica Latreanense, MM XI AD.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Apenas um servo inútil





Paz e Bem !

Evangelho de São Lucas 17, 7-10:

Naquele tempo, disse Jesus: “Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’ Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso poderás comer e beber?’ Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”.

Quem és Tu, dulcíssimo Deus e Senhor meu?

E quem sou eu, desprezível verme da terra e inútil servo? Senhor, sou todo teu. Bem sabes que não tenho mais que o meu hábito e a minha vida e mesmo estas coisas são todas tuas.



Muitos me atribuem virtudes que não possuo. Na realidade, sou apenas um servo inútil que diariamente se surpreende com o bem que Deus faz através dele.

Quem bem me conhece sabe do meu lado obscuro e das coisas que eu lamento... Mas tudo foi em vista da vocação que eu, sem merecer, recebi de Deus, o que me faz ser-lhe mais grato ainda, pois, decorridos tantos anos, continuo sendo um pobre pecador.

Tendo isso em conta, compreende-se que minha crítica a pessoas e opiniões que, segundo minha convicção, representam um perigo para o Reino de Deus, não decorre de presunção, mas de um anseio muitas vezes impotente de cumprir a vontade de Deus e de ser um fiel filho da Igreja.




Frei Bento, frade menor e pecador.

sábado, 5 de novembro de 2011

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.




Paz e Bem!

O texto do Evangelho deste Domingo, Solenidade de Todos os Santos é São Mateus 5, 1-12 a. 

As Bem Aventuranças > SÃO o próprio Evangelho, em torno delas o Evangelho se estrutura, se desenvolve, elas são como que o projeto que Jesus nos PROPÕE, as condutas e as suas consequências. Sobretudo, são o caminho da santidade, nada mais próprio,  portanto, de ser este o Evangelho desta Festa em que comemorarmos TODOS os santos, inclusive NÓS mesmos.   Porque todos nós somos chamados à este estado, a santidade> pelo batismo nos tornamos cidadãos do Reino de Deus, e o Reino de Deus é habitado pelos seus santos. 
Não falo somente dos santos, aos quais a Igreja reconheceu como tal, mas da multidão daqueles anônimos que estão aos pés do Trono de Deus, os que vieram da grande tribulação, os mártires que clamam pela justiça de Deus, conforme a segunda leitura de hoje, Apocalipse 7, 2-4.9-14. 
A Igreja sabiamente coloca juntas estas duas grandes festas, todos os santos e os fiéis defuntos, porque elas se entrelaçam, a segunda é conseqüência da primeira, a morte é a plenificação da santidade. 
O Senhor venceu por nós a morte, deixando a morte de ser nossa inimiga para ser o “lucro” de nossa vida , como São Paulo diz > “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro “( Filipenses1,21), e, se o salário do pecado é a morte, o seu contrário é a recompensa pela santidade, é a visão de Deus, pois não existem mortos em Deus, porque nosso Deus é Deus de vivos ! (Mateus 22,32).
 Mas quem verá a Deus? 
Se as Bem Aventuranças são o centro do Evangelho de Jesus Cristo Salvador, o centro delas é a felicidade daqueles que têm o coração puro> “ pois eles verão a Deus !” Todas as demais Bem Aventuranças falam de consolo, de saciedade, de justiça, de misericórdia, de posse do reino. 
Mas o prêmio maior , a visão de Deus, o estar na presença de Deus, este é destinado àqueles e àquelas que têm o coração puro. 
Ser puro de coração... Para você, que quer ver Deus, o que é ser puro de coração? 

Todos os santos e santas de Deus intercedam por nós. 

Frei Bento, um frade menor, desobediente   e pecador.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sabemos administrar bem a própria vida?




Paz e Bem !

No Evangelho desta Sexta-Feira, Lucas 16, 1-13 Jesus nos conta uma parábola sobre um administrador incapaz de administrar os bens do senhor e os dissipou, e por este motivo veio a ser dispensado. > “já não podes administrar meus bens” .
E para evitar cair na miséria , esse administrador se envolve com os credores de seu senhor, propondo a eles diminuir suas dividas em troca de um futuro melhor.

A parábola fala deste Administrador, um homem que recebeu a tarefa de administrar bens alheios, mas, no entanto, sua administração mostrou-se fraudulenta e digna de censura.

E Jesus, então, nos diz: “Os filhos deste mundo são mais prudentes e astutos que os filhos da luz”.

Jesus, certamente, não está elogiando a desonestidade daquele administrador , mas a sua prudência e inteligência ao procurar garantir a futura manutenção da própria vida após ser demitido.

A fraude não é nunca motivo de elogio, mas a esperteza para garantir e prover o futuro é o que Jesus elogia.
De fato, eles são mais esforçados e dedicados no praticar  o mal , do que os “filhos da luz” em praticar o bem.
Qual de nós, que vivemos na luz do Evangelho, dedica tanto tempo e fadiga, esforço e empenho para conseguir os bens espirituais e eternos?

Nesta parábola, existe ainda uma palavra de Jesus que podemos considerar difícil de entender se estivermos procurando numa Parábola, fatos reais. A Parábola é a forma de passar um ensinamento moral , não os detalhes da narrativa.

Mas é isso que Jesus nos diz:

“Portanto, se não fordes fiéis quanto ao dinheiro iníquo, quem vos confiará o verdadeiro bem? Se não fordes fiéis em relação aos bens alheios, quem vos confiará o que é vosso?” (Lc 16, 11-12).

Isto quer dizer, se não somos capazes de administrar e cuidar bem da nossa riqueza que não é o dinheiro,é a vida, e a vida do espírito, quem nos confiará a nossa própria riqueza? Como administraremos bem a nosso próprio tesouro, nossa própria vida? Como Deus nos confiará tal riqueza?

O Senhor Jesus nos ensina a administrar bem a própria vida, sendo Vida para os que nos cercam. Essa é a nossa grande função como “administradores” da graça e da bênção de Deus. Essa é a nossa maior riqueza.
São João Crisóstomo nos fala sobre esta Parábola: “Cristo é a nossa única riqueza porque é a nossa vida. Por isso, colocamos nossa esperança e nossa riqueza apenas nele, pois ele é a nossa verdadeira riqueza. Desse modo, usamos os bens transitórios para adquirirmos os bens eternos; usamos o material para alcançarmos o espiritual”.

É dentro desta perspectiva que podemos compreender o que Jesus nos diz ao concluir a parábola:
“Fazei amigos com o dinheiro da iniqüidade, a fim de que no dia em que faltar, eles vos recebam nas tendas eternas” (Lc 16, 9).

O dinheiro da iniqüidade são os bens tansitórios , que estão aqui , à nossa volta, temos de conviver com eles, ainda que seja iníquo, diante do valor justo dos bens que não passam, aqueles que receberemos no dia em que nos faltar o que passa, para que alcancemos o que não passam -> os tabernáculos eternos, a casa derradeira, a vida plena.

Frei Bento , frade menor e pecador.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã a Morte corporal.




Paz e Bem !


São Francisco escreveu por toda sua vida o Cântico das Criaturas, conhecido também pelo Cântico do Irmão Sol.

Estando prestes a morrer, Francisco arremata o cântico da sua vida, louvando a Deus pela irmã  morte.

O desapego às coisas da vida era tão grande no seráfico pai que até a morte ele entendeu ser uma irmã, uma criatura de Deus, porque para ele a morte é a transformação da vida, como está na Oração Eucarística de hoje, a vida será transformada, porque de inimiga do homem, a morte passa a ser o segundo parto, por isto dizemos que quando alguém morreu ele partiu, é o verbo partir no futuro, usamos ele no presente quando a mãe deu à luz um filho.

Assim, o partir é o futuro de todo parto, passagem que Jesus nos abriu na Sua Gloriosa ressurreição dos mortos, abrindo para nós as portas da eternidade, antes fechadas pelo pecado de Adão.

Neste dia em que recordamos mais especialmente os nossos mortos na presença de Deus, lembremos que eles nos precederam neste parto definitivo, que o dia de finados não é evocação ou invocação de pessoas mortas, nem mesmo que estamos celebrando a tristeza


O dia de Finados é o dia de celebrar a esperança , a grande festa que acontece no céu quando um de nós alcança a misericórdia de Deus, conforme nos conta o Evangelho de hoje, João 6, 37-40, onde Nosso Senhor nos diz:

"Todos aqueles que o Pai me dá virão a mim; e de modo nenhum jogarei fora aqueles que vierem a mim. Pois eu desci do céu para fazer a vontade daquele que me enviou e não para fazer a minha própria vontade. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum daqueles que o Pai me deu se perca, mas que eu ressuscite todos no último dia. Pois a vontade do meu Pai é que todos os que vêem o Filho e creem nele tenham a vida eterna; e no último dia eu os ressuscitarei.

Na cruz, o malfeitor à direita do Cristo pediu-Lhe que se lembre dele no Reino , ao que o Senhor responde, que hoje mesmo ele estaria no paraíso.

Este Hoje é a-temporal, porque trata-se de uma realidade além de nosso entendimento, a vida eterna é um conceito que nossa vida limitada não compreende perfeitamente.

É necessário que entendamos que este "Hoje" para o bom ladrão, será o nosso hoje , amanhã.


Louvado sejas, meu Senhor,

Pela  nossa irmã a Morte corporal,

Da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrerem em pecado mortal!

Felizes os que ela achar

Conformes á tua santíssima vontade,

Porque a morte segunda não lhes fará mal!

Frei Bento, frade menor e pecador.

Todos Santos !




Paz e Bem  !

O Evangelho de hoje, festa de todos os santos,é o texto de São Lucas 14, 15-24

Todo os santos que celebramos hoje, não são apenas os santos canonizados > reconhecidos pelas suas virtudes heróicas na Fé, na Esperança e na Caridade.

Não!

O dia de todos os santos é também o nosso dia, porque todos nós somos convidados à santidade, sem a qual ninguém poderá ver Deus . (conf. Hebreus 12, 14).

Neste sentido o texto do Evangelho de hoje nos aproxima daqueles para os quais, o Senhor mesmo considera como os convidados privilegiados do Seu banquete >”os pobres, os aleijados, o mancos e os cegos. Isto é, todos os que estão à margem da vida, os que não possuem os privilégios daqueles que se julgam merecedores de ocupar os primeiros lugares, os fariseus e os hipócritas..

E Jesus nos convida também> para darmos a primazia nas nossas vidas, a esses pequeninos, assim nos tornaremos, nas palavras de Jesus > “Então você será feliz! Porque eles não lhe podem retribuir. E você receberá a recompensa na ressurreição dos justos.”

Nestes dois pequenos versículos estão contidos todos os santos, os que são excluídos e marginalizados por serem diferentes, incômodos, rejeitados, e os que são “felizes”, porque ao acolher esses pequeninos, que não podem nos recompensar em nada, nem em dinheiro, nem em fama, nem em poder, mas que poderão garantir a recompensa ressurreição dos mortos,> a salvação > ao acolhermos esses menores, estaremos acolhendo o próprio Jesus, presente e sofredor , em cada um desses pequeninos que acolhemos em Seu Nome > conf.S Mateus 25, 44 -45 : porque

"Perguntar-lhe-ão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber, nu e te vestimos, peregrino e te acolhemos, enfermo ou na prisão e te fomos visitar? Responderá o Rei > Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes".

Estes são os santos, os acolhidos e os acolhedores, estes são os justos, > todos os santos.

Nós estamos entre eles?

Todos os santos e santas de Deus, intercedam por nós.

Frei Bento, frade menor e pecador.