Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.
Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Totus tuus ego sum Maria et omnia mea tua sunt .

Paz e Bem !

A Imaculada Conceição  morena, pintura do teto da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto-MG, obra de Mestre Ataíde



O Anjo Gabriel não te chamará pelo teu nome, mas pelo que tu és.


Cheia de graça = Kecharitoménê”;


Onde   Kecharitoménê  é o particípio passado do verbo grego > "charitóô", que vem de  "Cháris" e que é empregado na Sagrada Escritura para designar a graça em seu sentido pleno, não no sentido de gratuidade, de  “presenteada”, ou de apenas > "agraciada”, como lemos na nunca terminada edição de João Ferreira de Almeida.


Salve cheia de graça, e Maria é assim chamada ANTES da encarnação do Verbo.

Ou seja, não é porque ela seria mãe do Redentor que ela é cheia de graça, mas porque Deus assim a fez > Kecharitoménê .

E quem está cheio de graça, não está no pecado, porque a graça é a ausência do pecado. E Deus não habita no pecado.

Mas Deus “concebeu” Maria como sem pecados, em previsão dos méritos vindouros de Seu Filho , Nosso Senhor, semente da mulher conforme  Gênesis 3, 15.

A mulher e sua semente salvífica , em oposição à serpente, e à semente dela, o mal.

Por este motivo, ANTES da encarnação do Verbo o Anjo lhe anunciou que “O senhor é contigo” (Lucas 1, 28), e onde Deus É, não há tempo nem espaço nem pecado, pois Deus não habita nas trevas e sim em luz inacessível > ( 1 Tim.6, 16.) Pois lemos que – “Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas “(I João 1,5)

E ao vir ao mundo e habitar entre nós a luz inacessível onde Deus é,  resplandeceu no útero imaculado de Maria, fazendo- a bendita entre as mulheres iluminando-a com sua luz a todo aquele ou aquela que ama e guarda a Palavra, e o Pai e o Filho virão para  este e esta e farão sua morada ( João 14, 23).

Foi através do gesto da mulher Eva, que a desobediência a Deus entrou na Historia humana, e até hoje faz seus estragos.

Mas , ao ato simbólico de comer do fruto proibido, sucede-se o ato da nova mulher,Maria, que aceita plenamente a Deus e que concebe o Bendito Fruto no seu ventre.
No ventre puro de Maria gerou-se o fruto bendito que é Jesus,

E assim como uma árvore má, deu seu fruto para corromper; da árvore sã , nasceu o fruto Salvador.

Árvores, frutos sementes, tudo isto está narrado no Gênesis 3, 15, símbolos poderosos para narrar a intervenção de Deus na História.

Disse Jesus: Uma árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto . Porquanto cada árvore se conhece pelo seu fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas dos abrolhos. (Lucas 6, 43-44)

Por isto o Espírito Santo fala pela boca de Isabel e diz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” Lucas 1, 42.

Esta árvore boa,  que nos deu o bom fruto, é Maria, aquela que não propagou o pecado original, mas o derrotou, quando disse>” faça-se em mim segundo a sua palavra”( Lucas 1, 38)

Por este motivo, és mais que qualquer adjetivo, Bendita, Bem Aventurada, Cheia de Graças,  Mãe de Deus,  etc, .

Tu  és Maria, entre as mulheres, e só por  seres quem tu és,  és  tudo para mim.

Totus tuus ego sum Maria et omnia mea tua sunt .


Solenidade da Imaculada Conceição de Maria- 2010-AD.

Frei Bento, filho de Maria, muito pobre e pecador.




segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Jesus , o Bom Pastor.

Paz e Bem !



Nesta Terça Feira  o Evangelho que lemos é o texto de São Mateus  18, 12-14.

Nele, Jesus recorre a um simbolismo muito compreensível na sua terra, para o seu povo.Ele se comparara  ao pastor . Um trabalhador simples, homens pobres, que viviam uma relação de interdependência com seus animais de criação. Elas eram seu sustento, o pão de cada dia deles, e eles as amavam. Dariam suas vidas por causa delas. Mas era também um trabalho difícil, tinham de segui-las por toda a parte, cuidar para que os ladrões, ou os lobos vorazes não as atacassem.

Levá-las para verdes pastos, onde pudessem descansar , e as conduzirem para as águas puras ....

Mas e as ovelhas?

São animais predadores como seus inimigos os lobos vorazes? São animais idiotas que se deixam assaltar pelos ladrões ?

Bem, pode  ser que  algumas até sejam... Mas aí é que está ->o caráter da ovelha reflete o caráter do pastor, elas também poderão ser “ovelhas negras”, se os pastores são lobos vorazes que as seduzem; podem ser predadoras, se os pastores forem como ladrões que as assaltam.

Mas as ovelhas do Cristo devem ser como Ele; se parecerem com Ele; serem misericordiosas como Ele; serem mansas como Ele; serem humildes como Ele; serem pacificas e pacificadoras, como Ele É .
E delas o Senhor cuida, e elas somos nós.
Ele não deixará que nenhuma se perca, o Bom Pastor vai atrás da ovelha perdida, porque assim é o Pai, que não quer que nenhum pequenino se perca.

Frei Bento, irmão menor e pecador.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Arrancando os telhados que nos impedem de ver Jesus , Caminho, Verdade e Vida.

Paz e Bem, boa semana a todos !








No Evangelho desta Segunda Feira , São Lucas  5, 17-26, chegaram a Jesus com um homem paralítico em seu leito, o local estava tão cheio de gente  que só puderam fazer o doente entrar descendo sua cama pelo teto.
O Senhor nada pergunta ao paralítico, nem este pede nada. A reação de Jesus é dirigida àqueles que agiram de forma diferente para que o doente encontrasse o Senhor, é pela Fé destes que o Evangelista nos diz que Jesus curou o pobre homem preso à sua cama, pois, “Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse: «Homem, seus pecados estão perdoados.”
Aqui neste texto somos defrontados com a forma que os antigos viam a doença, como algo que se originava do pecado, as pessoas padeciam fisicamente daquilo que praticaram em iniqüidades.
Jesus não esclarece esse equívoco, aliás, em todas as curas os doentes eram considerados ou possessos de espíritos malignos, ou doentes por causa dos seus pecados.
Mas importante é perceber que todos esses milagres de cura estão carregados de um caráter simbólico, os cegos que voltam a enxergar, os cegos que “querem ver de novo” como Bartimeu, a prostituta carregada de demônios que se liberta de sua prisão aos desejos dos homens , os leprosos de alma que são limpos, os paralíticos , que como este do Evangelho de hoje, a quem Jesus ordena: 
Levanta-te e anda !
E ele se levantou e saiu  louvando a Deus.
Jesus os liberta a todos sim, de seus pecados, porque cada uma dessas personagens carregavam o simbólico de nossos vícios , de nossas imperfeições.
Todos somos um pouco (ou muito) cegos, tantos de nós somos paralisados no nosso conformismo, somos mudos porque nos recusamos a falar o que devemos e apenas repetimos   o que nos dizem que deves ser dito. Tantos de nós somos leprosos de alma, quando vamos perdendo os sentidos humanos mais simples > o amor e o temor a Deus, o amor e o acolhimento do irmão, sobretudo o mais pobre, somos leprosos de alma na medida  que perdemos a capacidade de sermos sensíveis ao bem e a ele renunciamos,  e abraçamos o mal.
Então essa curas do Senhor são pedagógicas, são sinais, para que os tenhamos como balizas de nossa estrada, e para que recorramos ao Senhor da vida quando evitamos insistir em ver Jesus, ainda que seja necessário , arrancar os telhados que nos separam Dele.

Frei Bento, quebrador de telhas , menor e pecador.






Por quais desertos temos caminhado?

Paz e Bem e bom Domingo a todos!



Hoje é o II Domingo do Tempo do Advento, e hoje lemos o Evangelho de São Mateus 3, 1-12, que nos fala de João Batista, a voz que clama no deserto. 


A voz que confirma Isaias Profeta : “Preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas veredas”.

Esta era a esperança do povo judeu , diante da dominação romana, um povo sedento de liberdade e de justiça, que ansiava pela libertação.

E João clamava pelo arrependimento dos pecados, pela penitência.

Estas palavras hoje em dia nos soam estranhas, nosso século de hedonismo, nossa sede de riquezas, não combina com a pregação de João. Nem mesmo temos consciência e assumimos que pecamos. 

Quantos dizem: “Nem existe pecado !”

Nossas montanhas de orgulho e arrogâncias estão altas demais, nossos vales de infidelidades são muito profundos, nossos caminhos se perdem na falta de rumos.


Advento é o tempo da conversão, é tempo de endireitar nossos caminhos da fidelidade ao Evangelho , endireitar nossos passos, para a chegada Daquele que sempre vem, que é Eterno e sempre Novo, mas sempre nos surpreende, porque nos vem encontrar, de forma sempre tão inesperada, na forma de um menino pobre, nascido num estábulo, envolto em faixas e deitado em uma mangedoura.

O Cristo que vem estar conosco, ser o Emmanuel.

Porém, muitos de nós preferem caminhar em estradas nas estradas sem saída do pecado, se cansarem nas altas colinas da arrogância, se aprofundarem nos vales sombrios das infidelidades.

E se perderem no deserto da indiferença.

Em que desertos caminhamos ?


Bento, um irmão menor e pecador.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Enviai Senhor operários à vossa messe!

Paz e Bem!





Lemos no Evangelho deste Sábado > Mateus 9,
35-38-10,1.6-8,   que o Senhor expulsa um demônio de um mudo e ele volta a falar.

Os fariseus, como de hábito, acusam o Senhor de expulsar o tal de demônio pelo poder o dito cujo.

Uma atitude que vemos até hoje nos julgamentos que os neo-fariseus fazem das intervenções de Deus que se realizam fora das supostas, que dizem que acontecem, nos seus quadrados.

Mas , a título de esclarecimento, e contextualizando, as doenças daquele tempo sem a medicina do século XXI, eram consideradas como possessões demoníacas, e suas curas, consideradas libertação das pessoas do encardido, como dizia o saudoso padre Leo.

Mas a seguir , o Senhor "percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor".

E Jesus então pede aos discípulos que peçam o Pai que envie operários para ajudar na colheita do Senhor, porque a colheita e grande e poucos são os operários.

E este é o sentido de toda pastoral vocacional da Igreja, que tem isto como o lema , a oração "Enviai Senhor operários à vossa messe."

Mas a vocação não é apenas religiosa ou sacerdotal, a vocação do leigo é tão importante quanto na Igreja dos nossos tempos.

A Igreja Católica precisa de pessoas engajadas na missão de semeadura e de colheita as seara do Senhor.

Quantas pastorais, tão importantes para o nosso povo, carecem de gente que se entregue ao trabalho em promoção do irmão que sofre e que é carente !

Quantas novas comunidades de leigos de vida consagrada nasceram das sementes do Concílio Vaticano II.

Ouçam vocês também esse apelo de Cristo, dê de graça aquilo que recebestes de graça, a vida, o amor , a Palavra de Deus.

Devemos retribuir o Senhor semeando e arando Seus campos.

E se Deus te chama para o compromisso mais exigente, o da vida religiosa e/ou sacerdotal, procure atender o chamado de Jesus, tome sua cruz e siga-O.

Aceite o convite, o Senhor nunca decepciona.

A Igreja precisa de braços, para amparar e proteger o irmão que é o próprio Jesus, vivendo nele.

Você que ainda não é, poderia vir a ser mais um operário para a messe do Senhor?



Frei Bento, irmão menor e pecador.

É preciso crer para ver e então poder anunciar a Boa Nova.


Paz e Bem !










Nesta Sexta-Feira lemos o Evangelho de Mateus 9, 27-31, quando Jesus , após levantar o paralítico, após comer com os pecadores, após ensinar aos fariseus que havia vindo a este mundo para os que padecem, não para os que se julgam sadios, Jesus caminhava...
E neste caminho era seguido por dois cegos que gritavam como todos os cegos daquela terra> Jesus filho de Davi, tem piedade de nós.
O nosso grito também, enquanto cegos que enxergam mas não vêem, nós que tantas vezes somos inertes paralíticos quando o Senhor passa por nós , e também nos provoca>  Levanta e anda...
Aqueles dois cegos foram curados porque acreditaram no poder de ver que Jesus nos confere.
Jesus pergunta a eles > vocês acreditam que eu posso fazer isto por vocês?
E esta pergunta também nos fala ao coração, nós também realmente cremos que Ele possa fazer com que vejamos o que não queremos ver?
Temos a graça da Fé para crermos firme e retamente que Jesus é o Amor que recupera nossos olhos que se esvaziam de esperança?
A resposta dos dois cegos seria a nossa resposta também ao Senhor que passa> “Sim Senhor, responderam eles”Sim Senhor, nós cremos que o Senhor nos devolve a visão das coisas que não estamos vendo ao nosso redor, sim Senhor , nós cremos na grade missão que é segui-Lo, às vezes como paralisados pelo nosso comodismo, às vezes entorpecidos pelos nossos pecados, as vezes sangrando pelas nossas dores , às vezes aparentemente mortos, como a menina que Jesus levantou.
E O Senhor lhes tocou os olhos e eles puderam ver pelo poder da Fé que manifestaram em Jesus Cristo, Salvador do Mundo.
E embora o Senhor tenha dito em “tom severo” que não contassem a ninguém o que lhes ocorrera, O Senhor também os fez falar, e o texto termina dizendo que os dois cegos “espalharam a noticia” , por toda a região.
É que , aqueles que são tocados pela Fé no Senhor sempre haverão de Evangelizar, porque é esta a nossa missão , a missão dos cegos que passaram a ver o Senhor no Evangelho do dia-a-dia.

Frei Bento, frade menor e pecador.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Uma segunda e definitiva vez.

Paz e Bem !





Nesta Quarta Feira no Evangelho de Mateus 15, 29-37  veremos Jesus no território dos gentios repetir , ou re-fazer,  o milagre de multiplicar poucos pães e peixes para alimentar uma multidão da qual Ele se compadecia.
Apenas os Evangelhos de Marcos e Mateus repetem a narrativa da multiplicação dos dons. Mas tanto a primeira como a segunda multiplicação foi um “sinal” tão extraordinário na vida dos Apóstolos e discípulos que se torna a única narrativa comum dos 4 evangelhos.
Precisamente porque é este o grande sinal da partilha, o grande sinal dado á comunidade dos primeiros cristãos da necessidade de compartilhar tudo que possuímos, para que não haja necessitados entre nós, como lemos na descrição de Atos 4,32.
Quando  a primeira multiplicação ocorre entre os judeus, Mateus monta o cenário descritivo que nos lembra o fim das profecias, pois a narrativa se insere logo após a morte de João batista, o  final dos tempos > a noite que vinha chegando, a hora que já havia passado, representando a lei e os profetas que deram lugar ao Cristo , o aparente conflito entre o que os Apóstolos aconselham Jesus a fazer > “Despede esta gente para que vá comprar víveres na aldeia “ e o que Jesus lhes contrapõe com uma sentença: “ Daí-lhes vós mesmos de comer”.

Mas agora, na segunda vez que o Senhor compartilha o alimento, Ele o faz em terras de gentios, na nossa terra, após  constatar que a fé da mulher cananéia era tão grande, após nos curar de nossos pecados de sermos inertes , de sermos mudos , de sermos cegos, Ele se compadece de nossa inanição espiritual e reparte conosco o pão com as mesmas palavras que hoje a Igreja repete na Oração Eucarística , “tomou o pão e o partiu” , “e o deu aos  seus discípulos”.
Resta-nos completar o dom eucarístico , tomando e comendo todos nós, porque este pão assim compartilhado, é o próprio Cristo que a Si mesmo nos dá.

E a multidão sentada na relva é a própria Igreja, à qual  pertencemos pela graça do nosso batismo.


Frei Bento, irmão menor e pecador.