Paz e Bem !
A Parábola que o Evangelho nos conta neste Sábado, é a belíssima Parábola do Filho Pródigo,, ou que também é chamada pelo seu outro Grande Protagonista> A Parábola do Pai e de seus dois filhos”
É o texto de São Lucas 15, 1-3.11-32 .
Para fazermos uma leitura orante deste belo texto da humanidade, devemos primeiro contextualizar, entender para quem ela foi contada.
E São Lucas nos diz> “Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram perto de Jesus para o ouvir. Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo: - Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles.”
Para responder-lhes, Jesus contou então a Parábola, que todos sabemos, seu início, meio e fim, ela faz parte de nosso imaginário, a expressão “Filho Pródigo” representa todo aquele que volta após se perder nos descaminhos da vida.
É sim, uma estória de retornos e de perdão.
Sempre me encantei com essa narrativa, me debruçado sobre os seus significantes que vão muito além do literal.
Sempre me encantei com essa narrativa, me debruçado sobre os seus significantes que vão muito além do literal.
Ela , junto com a Parábola do Bom Samaritano e a Parábola do Rei em Mateus 25, são três grandes rotas para seguirmos o Cristo.
A do Filho Pródigo nos apresenta a Graça de Deus, sempre pronto a nos receber de volta quando nos perdemos em descaminhos, a do Samaritano nos explica quem é o nosso próximo e o que devemos fazer por ele, a do Rei em Mateus 25 é a concretização do reino, a excelência da caridade, a ética profunda do cristianismo em alteridade.
Mas no texto de hoje nos são narradas duas , não só uma volta, não um só retorno.
Existe, claro, o retorno do filho mais moço com toda a beleza da conversão, e a maravilha da Graça operante.
Mas existe o outro retorno, o do filho mais velho, que estava no campo e, "quando voltou", ouviu musicas e danças e perguntou ao servo o que seria aquilo.
Ao saber do que se tratava foi tomado de ira porque se julgava justo, cumpridor das leis e dos mandamentos e, no entanto, nunca recebera nem um cabrito para festejar com seus amigos. Mas o irmão que gastara tudo que tinha recebido por herança antecipada, voltou e recebeu uma festa.
Quantas vezes somos o filho mais velho, pensamos que temos direito ao amor incondicional do Pai porque cumprimos suas leis, seus mandamentos? E somos incapazes de perceber o sentido da “festa” que o Pai oferece para receber aquele que se perdera no mundo, no avesso da misericórdia.
No relato, São Lucas não diz se o filho mais velho participou da festa e acolheu seu irmão, ele reduz a participação do filho mais velho à sua amargura.
Não sabemos o que aconteceu depois, na vida do filho mais novo, nem na vida do mais velho. Porém sabemos do que aconteceu ao Pai, porque a misericórdia de Deus não se extingue.
Para receber a misericórdia do Pai não é necessário apenas cumprir as leis e os mandamentos, é necessário saber acolher e saber perdoar, muito além de condenar e, sobretudo : saber voltar , estar em festa,e compartilhar da alegria por aquele que , “estava morto e agora reviveu, estava perdido e foi achado.”
E foi para estes : os publicanos e os de “má fama” , segundo os critérios dos fariseus, que Jesus contou esta Parábola.
E nós?
Qual dos dois filhos somos nós, nessa festa?
Frei Bento, frade menor e pecador.
Frei Bento, frade menor e pecador.
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