Paz e Bem!
Alguns de nós estamos retornando de retiros e de experiências de oração durante o período do Carnaval.
Outros estão vindo das baladas do Carnaval.
Mas nesta Quarta-Feira, chamada de cinzas, nos encontramos todos, e nos deparamos com a nossa própria fragilidade, pois, simbolicamente, somos lembrados de que somos pó e ao pó retornaremos.
Seria uma vida inútil , não fora o outro convite que a Igreja nos faz quando nos impõe as cinzas > “Convertei e crede no Evangelho ! ”
Sim, porque pelas palavras do Santo Evangelho somos purificados de nossos pecados mediante uma íntima conversão, um abandono irrevogável de nossa condição de pecadores, e uma busca sincera do perdão de Deus > que nos vem através do sacramento da confissão.
Assim sendo, a Quaresma, o Tempo Litúrgico que agora iniciamos, é um convite a mais para que nos re-aproximemos do Cristo, que nos diz palavras de vida eterna, que nos salva , mediante reconhecermos que somos pecadores e tão necessitados de Jesus, presença real na Eucaristia.
Mas a Quaresma é também um tempo de exercício da fraternidade, que nos alerta para o outro compromisso salvífico> o de perdoarmos os que nos ofendem, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
É o que rezamos no Pai Nosso, mas pouco praticamos no dia-a-dia.
Portanto meus caríssimos, a Quaresma é um tempo de desafios> de lembrarmos da nossa condição de mortais, da nossa condição de pecadores, o tempo de buscar o perdão de Deus e o tempo de libertarmos de nosso> “Egito pessoal.”
A Igreja no Brasil nos convoca também a meditar neste tempo de fraternidade em 2011 sobre a questão da Ecologia, por isso cita este trecho da Carta de São Paulo aos Romanos 8, 19-22, como o tema central deste encontro fraternal > Ecologia e vida no planeta.
Um encontro com a nossa irmã a terra maternal, cuja ganância e a exploração humana vai se transformando > de um Jardim primordial , idealizado por Deus > em um deserto seco e infértil, ou vitimando tantos em decorrência das mudanças climáticas que causamos.
Quem não crê no Evangelho, quem não pede e dá o perdão, quem não se dá conta que é pó e ao pó retornará: vive essa relação predatória com o Planeta, projetando na Natureza, a profunda incapacidade de viver de forma harmoniosa consigo mesmo.
A natureza geme como que em dores de parto.
Reparem que não é como a mulher que geme em dores para dar a vida.
A nossa irmã a natureza geme “como que” em dores de parto, porém, de um parto que não ocorrerá, pois ela geme em dores de morte.
E recorro por fim ao Pai Seráfico São Francisco, que no Cântico do irmão Sol nos ensina a louvar a Deus pela maravilha da Natureza que Ele nos deu, louvando ao Altíssimo ,Onipotente e Bom Senhor > pela irmã água, que é muito humilde preciosa e casta, mas que estamos maculando e a transformando em esgotos fétidos. Louvo pelo irmão o vento e o ar o sereno e todo o tempo, que estamos poluindo e envenenando. Louvo pela a nossa irmã : a mãe Terra, com a qual Ele nos sustenta e nos governa, mas da qual estamos a virar meros predadores.
A Terra mãe que produz frutos e flores de variadas cores, mas que vamos destruindo, e assim , vamos nos auto-destruindo , com num suicídio lento e doloroso.
Por isso é que a Fraternidade > é a única possibilidade de vida no Planeta.
Frei Bento, frade menor e pecador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário