Paz e Bem!
Daqui a pouco dias estaremos solenemente celebrando a maior festa da cristandade > a Páscoa, o Oitavo e definitivo dia da criação, o primeiro dia da nossa Fé > a ressurreição de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Toda nossa Fé gravita em torno desse acontecimento, a ressurreição do Senhor, o Kerigma Apostólico faz sentido a partir desse momento singular na Historia> tudo só faz sentido se crermos e pregarmos que Jesus ressuscitou verdadeiramente e apareceu aos discípulos e nas nossas vidas.
Mas em nossa caminhada quaresmal, pautada por desapegos e renúncias , pela conversão e penitência, nos deparamos com este formidável momento, no qual Jesus re-vive Lázaro de Betânia,
O Evangelho deste Domingo é o texto de João 11, 1-45 , onde o Discípulo Amado , com a força de suas revelações contundentes, nos apresenta este texto com duas grandes mensagens centrais.
A primeira delas diz respeito às nossas dores e como Deus age diante delas.
Vejam que João nos conta que Jesus amava Lázaro, que soube que ele havia adoecido, que era chamado a Betânia .
Entretanto, Jesus ainda se demora dois longos dias, até ir à casa de Lázaro .
E podemos nos ver também na situação de Lázaro de sua família : quantos de nós que ficamos doentes, ou nossos familiares e amigos estão também sofrendo, em agonia, e clamamos por Deus...e Ele parece demorar tanto para chegar ...
É que o tempo de Deus não é o nosso, os planos de Deus são Seus, mas mesmo assim, quando Ele chega até nossa agonia, Ele se compadece, Ele chora por nós, como Jesus chorou pelo amigo .
E aí se encontra a primeira grande lição deste Evangelho de hoje, nosso Deus não é tapa-buracos; jamais compreenderemos seu modo de agir! Ele nos ama, Ele é fiel, Ele se preocupa conosco, Ele conhece nossas dores. Mas, jamais compreenderemos Seu modo de agir no mundo e na nossa vida!
Uma coisa é certa: se crermos, veremos sempre a glória de Deus, em tudo no mundo e em tudo na nossa vida Deus será glorificado!
E é nesta linha que se dá a segunda parte deste texto > o diálogo entre Jesus e Marta no qual Jesus lhe revela algo extraordinário, e ainda dá a Marta a liberdade de crer !
“Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto? ( vv 25-26)
Eis o mistério revelado, a ressurreição já não é uma promessa que Marta vagamente acreditava .
Não! A ressurreição tem agora um Nome > tem um Rosto > a ressurreição não é mais uma promessa > uma esperança > ela é uma Realidade palpável > é uma Pessoa > A ressurreição é Jesus!
Esta será também a nossa ressurreição, que se projeta no nosso dia a dia, na nossa esperança concretizada em Jesus, e a nossa garantia de que , se morremos em Cristo, Nele ressuscitaremos, e já não mais morreremos, nem dormiremos eternamente, mas estaremos com Cristo, vivos e participando de sua eternidade.
Porque nosso Deus não é um Deus de mortos, nem dos que dormem. É o Deus dos vivos, dos que creram Nele e Nele foram justificados.
Ser justificado é se tornar justo, é receber a graça de vencer a morte e participar do banquete celeste, que o Sacramento da Eucaristia prenuncia.
Jesus não ressuscitou Lázaro , ele o fez reviver, o texto de João aponta para este acontecimento > A VIDA , que o Cristo nos trás e que desconhece as amarras da morte, mesmo daqueles que estão mortos e nem perceberam...
Não nos esqueçamos que é para que tenhamos a vida que Jesus se entregou por nós: “morto na carne foi vivificado no Espírito Santo pela sua ressurreição “(cf. 1Pd 3,18).
Resta-nos então desafiar a morte , como São Paulo > "Onde está ó morte, a tua vitória?” ( l Cor15, 55).
Frei Bento, frade menor e pecador.
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