Paz e Bem !
Estamos todos muito tristes com a tragédia da escola do Realengo no Rio.
Estamos chorando aqueles pequeninos como se fossem nossos parentes, nossos filhos, sobrinhos. Enfim, mais uma tragédia que nos irmana, e que tem este lado salvífico de nos transformar em um só coração , em uma dor só, em uma só Esperança: a de que aquelas meninas e meninos mortos no Rio, estejam com o Cristo.
Porque Ele mesmo quem nos disse em Marcos 10, 14 : "Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham"
Em Mateus , como lemos, Jesus nos pede para nos transformarmos como pequeninos, mas Jesus vai mais além: pede para que nos tornemos como elas, nós que perdemos a doçura do mundo, imersos que estamos no espanto diante de tanta amargura.
O assassino de ontem, não procurou os maiores, não procurou os mais fortes; ele procurou os mais fracos porque ele era espelho da conduta da nossa sociedade que massacra os menores, que covardemente os persegue e lhes nega direitos fundamentais.
Quantos meninos e meninas vemos nas ruas, pedindo esmolas , ou vendendo balas, chicletes, cujo dinheiro nem mesmo vai para elas e sim para algum “organizador” que as explora ?
Quantos meninos e meninas são recrutados como “aviõezinhos” no trafico de drogas, e crescendo se corrompem mais ainda?
Todos esses que fazem isso a um desses pequeninos, fazem ,de certa forma, o que o criminoso de ontem fez, destroem os seus sonhos, o seu direito a serem pequeninos.
Nós não estamos nem nos transformando e nem nos tornando, como um desses pequeninos. E por não estarmos nos assemelhando a elas, ou seja, por não estarmos purificando o coração e buscando a santidade, sem a qual ninguem poderá ver Deus (cf. Hebreus 12,14), é que não estamos nos tornando como elas, e agora choramos o que a nossa sociedade lhes fez.
Ser um pequenino é buscar ser santo, uma busca que muitos de nós nem sequer cogita .
Então perdemos o Reino, perdemos o rumo, perdemos a visão de Jesus, perdemos a semelhança dos pequeninos e nos tornamos grandes demais para passar pela porta estreita que nos conduz à vida.
Elas, as crianças mortas no Realengo, conseguiram ver Jesus , isso pelo menos nos reconforta.
Frei Bento, frade menor e pecador.
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