Paz e Bem !
No Evangelho de hoje, Sexta-Feira, Marcos 12, 28-34 > Jesus irá aprofundar a questão da Lei em relação à Graça de Deus.
No Evangelho da Quarta-Feira ouvimos o Senhor a nos dizer que não veio abolir a Lei , mas leva-la à perfeição.
Hoje Ele nos diz claramente o que significa isto, ao nos dizer que toda a Lei e os profetas estão contidos em dois únicos mandamentos > " Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E aqui está o segundo, semelhante a este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.”
Portanto os dois mandamentos onde estão contidos toda lei e os profetas , são mandamentos que se iniciam pelo verbo amar, e São Paulo nos dirá, em Romanos 13, 10, que : “amar é cumprir a lei inteira”.
Eis, ao meu pobre ver, o sentido de Jesus nos dizer que veio levar a Lei à perfeição. Sendo que a perfeição, é o amor: a Deus , e ao próximo como a nós mesmos.
A discussão entre a lei mosaica e o Evangelho de Jesus, não resulta em um antagonismo entre os dois. Decorre antes da questão da interpretação da Lei , como faziam os fariseus e os doutores da lei, os incansáveis perseguidores de Cristo, que O perseguiam , não por causa dos Seus milagres ou do seu poder diante das multidões, mas pela incapacidade deles em cumprir a lei de Deus com senso de misericórdia e justiça.
É que eles não se amavam, apenas repetiam velhos rituais e obras da lei no intuito de se aproximarem de Deus.
Quando São Paulo nos diz que as obras não nos salvam, somente a Fé em Jesus, essas obras que o Apóstolo menciona, não são a caridade fraterna, o amor ao próximo, a doação de si mesmo. Ele está tratando de obras decorrentes da prática da Lei sem a perspectiva da justiça e da misericórdia.
Por isto, para Jesus, aproximar-se de Deus exige de nós senso de justiça e misericórdia, que é como Deus nos ama; que é como devemos amar o próximo.
Mas aqui o Senhor nos aponta mais uma forma desse amor > o amor a nós mesmos.
Para amar a Deus sobre todas as coisas, e amar o próximo por consequência, é necessário antes que nós nos amemos , que nos aceitemos como campo da misericórdia de Deus, onde deve ser feita a obra do Senhor.
É em nós, na nossa fragilidade que Deus quer ser louvado, ser glorificado através de nossa vida, através da nossa mudança, e da conversão diárias > o que nos desafia a sermos melhores a cada passo, nos desafia no nosso senso de caridade.
Ninguém poderá dizer que ama a Deus, ou ama ao próximo , se primeiro não se amar, não se respeitar, não se perdoar.
Caso contrário, não conseguiremos amar o irmão, sobretudo ao mais pobre e abandonado, pelo amor de Deus, que é o que ele espera, e precisa, de nós.
Frei Bento , frade menor e pecador.
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