Paz e Bem !
O Evangelho que lemos hoje, Marcos 5, 21-43, nos trás duas narrativas de curas feitas por Jesus.
Esses milagres operados pelo Senhor têm um sentido maior do que simplesmente a cura física das moléstias das pessoas, eles apontam para uma realidade transcendental.
O Evangelho de São João chama os milagres de Cristo de sinais, rumos que devemos tomar, indicações de caminhos a serem percorridos para alcançarmos a misericórdia do Senhor da Vida.
No texto de hoje vemos que Jairo, o oficial romano, suplica ao Senhor pela vida de sua filha, e , enquanto Jesus se dirige à casa de Jairo, uma mulher interrompe a multidão com a certeza que se apenas tocasse as roupas de Jesus ficaria curada do sangramento que ninguém curava.
As mulheres com corrimento , tanto menstrual quanto de outro tipo, eram naquele tempo evitadas pela sociedade , eram consideradas impuras, assim como os leprosos, os coxos, os paralíticos, as prostitutas, enfim, todos aqueles que não faziam parte do modelo ideal que a Lei previa.
A mulher então dá um passo além da fé e passa para a certeza, ela tem certeza de que ao tocar o manto de Jesus se curaria.
E esta força , baseada na certeza que suplanta a Fé , que Jesus sente sair Dele mesmo.
Ora, temos uma fé vacilante . Não temos a certeza santificante. Aquela que nos eleva a um patamar maior na vivência da espiritualidade > quando abandonamos a Fé > para termos a certeza de que o Cristo nos liberta de nossas enfermidades , físicas ou espirituais.
E quando rompemos nosso medo, e passamos a ter certeza, então é que passamos a fazer parte dessa estranha energia que desprende-se do Senhor, que eu chamo de Misericórdia e da qual, a Eucaristia é o maior sinal.
Enfim, Jesus chega à casa de Jairo, e a menina que estava adormecida, que estava des-animada, é re-animada, re-adquire sua alma vivente e se põe de pé e anda, e tem fome.
E Jesus manda que dêem a ela de comer.
Assim como mandou os Apóstolos darem de comer às multidões famintas, no milagre da multiplicação de dons e de peixes e pão.
O Evangelho de Marcos não trás a bela frase que o centurião diz em São Mateus 8, 8,quando narra sobre a cura do servo do soldado romano> Senhor Eu não sou digno de que entreis em minha casa”, a mesma frase que dizemos na Santa Missa quando nos é apresentado o Cordeiro de Deus.
Sim, nenhum de nós é digno de romper as multidões, de tocar Jesus, de ter Jesus dentro de nossas casas, mas, Ele está sempre em meio de nós, sempre a nos desafiar: não tenham medo, aproximem, tenham fé.
Não nos desanimemos , nem nos intimidemos com a multidão de nossos pecados, aproximemos do Cristo Jesus, Ele está no meio de nós, Ele é o Cristo Eucarístico.
Maior milagre que a Eucaristia, não há.
Frei Bento, irmão menor e pecador.
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