Paz e Bem!
O Evangelho de hoje, data em que celebramos a memória de São João Evangelista, é o texto dele no qual narra a ressurreição de Jesus.
Neste texto não é contado que Maria Madalena vê o Cristo ressuscitado, ela apenas vê o túmulo vazio e corre até os Discípulos e diz: “Tiraram do túmulo o Senhor, e não sabemos onde o colocaram.”
Será João e Pedro que correm até o local e constatam que ele estava vazio.
E será São João , o discípulo amado, que “viu e acreditou” porque os demais parecem ter-se esquecido do que a Escritura previra> “ Ele deve ressuscitar dos mortos”
Aqui na narrativa de João, não existem Anjos dizendo nada ,nem improváveis jardineiros , nem o "noli me tangere"; apenas um túmulo vazio, uns panos jogados no chão, e nada mais.
Apenas a Fé do Discípulo Amado no que estava escrito que o faz crer que Jesus vencera a morte.
E João torna-se assim o primeiro que acreditou, não porque o túmulo estava vazio, mas no que isso representa, o túmulo vazio não é uma prova,é um sinal.
O túmulo vazio como prova poderia ser uma frágil prova, afinal, poder-se - ia dar outra explicação sobre o fato: roubaram o corpo, tiraram o corpo de lá, como nos é narrado o que Madalena entendeu.
Nem Pedro entendeu apesar de ter entrado no túmulo antes de João e de ter visto o sudário e as faixas no chão e o véu que cobria o rosto do Senhor à parte .
Foi São João que recordou o sinal, aquilo que o túmulo vazio significa para nos todos que cremos que o Senhor ressuscitou verdadeiramente, é lê que recorda as Escrituras, é João que sente pela primeira vez que Jesus venceu a morte e esta é a razão da nossa Fé.
E o capitulo 20 deste Evangelho de hoje, São João 20, 2-8, inicia por dizer: “ No primeiro dia da semana”...
João faz questão de dizer o dia, e faz questão de dizer o que aconteceu de fato no dia.
Assim, o primeiro dia é o início da Nova História, a nossa História enquanto seguidores daquele que não estava mais no túmulo.
E o túmulo estava vazio mas se encheu com nossa Fé, porque vã ela seria se Cristo não houvera ressuscitado.
Mas para nós, por que o túmulo de Cristo está realmente vazio?
A ressurreição do Senhor da Vida promoveu em nós o que promoveu nos Apóstolos, uma verdadeira “metanóia” , palavra grega que significa conversão?
Muito dizem “me converti a Jesus e agora espero a sua volta”, então essas pessoas não vivem o Reino de Deus que está no meio de nós, não vivem as exigências evangélicas de amor ao próximo, de cruz , de um dia a dia vivido na caridade e na partilha de bens e de dons, vivem na contra-mão disto tudo, não vivem Cristo, vivem sua imprecisa volta...
Ou outros dizem – me converti, “ mas , nem tanto”.
E para estes também, o Evangelho não é o que é, exigente e transformador.
É apenas aquela leitura chata à qual se segue um sermão do padre, igualmente chato.
Outros dizem ainda, não me converti, para mim o túmulo vazio tem outras explicações, roubaram o corpo.
Outros dizem, Jesus não morreu porque nunca viveu.
Assim sendo, o túmulo vazio nos divide. Como dividiu judeus de cristãos. Cristãos de mulçumanos, e por ai vai.
Mas este foi o Dia que o Senhor fez e o túmulo vazio de Cristo , se não for preenchido com nossa Fé mais sincera, mais comprometedora, mais vigorosa, será apenas uma sepultura que não tem ninguém e este dia, será apenas um dia a mais, sem Cristo, sem o amanhecer para um novo viver.
“Ele devia ressuscitar dos mortos”, para que todos cressem que as Escrituras se cumpriram e que enfim, o oitavo dia , o dia depois do descanso do Senhor, se tornasse a única obra que o Senhor não fizera na Criação, aquela que Javé reservou para nós, o dia que a vida venceu a morte.
Por que Jesus deveria ressuscitar? E o que você faz com essa ressurreição?
Festa de São João Evangelista.
Bento, frade menor e pecador.
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