Francisco de Assis e sua aventura com Deus há 800 anos fascina o mundo.
É como uma estória de um cavaleiro medieval que finalmente encontrou seu santo Graal, seu cálice sagrado, a busca de uma vida inteira.
Jesus no Evangelho nos desafia: segue-me, largue tudo que te pesa nos ombros, deixa teu coração pesado e venha depositar seu coração no meu, manso e humilde, meu fardo é leve, meu jugo é suave, mas meu caminho é de cruz!
Este Jesus de fardo leve e jugo suave e de caminho de cruz, encantou Francisco que nos reportou este encontro e re-novou este apelo, tornado-o sempre novo, porque Cristo é o mesmo hoje e sempre, nós é que estamos nos tornando velhos...
Mas me permitam falar de São Francisco neste dia tão feliz.
É que o pai seráfico foi atingido tão vigorosamente pelo Sermão da Montanha do Senhor que viveu essas bem-aventuranças na essência dessas duas palavras> a docilidade.
Francisco é o cristão que encarna as bem-aventuranças como se fossem ditas para ele, e as procurou viver de forma generosa e alegre.
Quer algo mais absurdo que as Bem-Aventuranças? Elas vão contra todo senso da razoabilidade> felizes seremos se formos pobres, quando o mundo idolatra o deus mercado. Felizes seremos se formos perseguidos ! Ora , que absurdo, como alguém pode ser feliz sendo perseguido? Felizes nós seremos quando nos odiarem! Mas que contra senso!
O Evangelho não é razoável, o Evangelho é exigente, é uma cruz, é um desafio de todo dia.
A graciosidade de São Francisco foi ter percebido toda essa irracionalidade aparente do Caminho de Jesus, tendo-a vivido de forma leve e mansa, humilde e pobre, confiando que toda essa loucura evangélica, leva ao céus, o lugar onde a Utopia abraça a realidade.
Francisco ameniza o Evangelho, vivendo sua realidade com alegria e cordialidade.
Ele des-polariza o pecado e a punição, através a vida fraterna como ponte entre as durezas do caminho de Jesus e a nossa fragilidade humana
E se torna então irmão, dos passarinhos, das estrelas, do sol, das nuvens, do sereno, das flores, da terra, até chegar ao ponto ser irmão da morte, que ele derrotou.
Cristo a derrotou na Ressurreição, Francisco derrotou a morte tornando-se seu irmão.
E por fim , São Francisco é eternamente novo, porque confiou no ser humano como criatura do Deus Altíssimo, que de tanto que foi amado, só pode ser amado também.
Que novidade é essa? Quando tantos hoje em dia degradam o homem como predador e lobo de si mesmo ! É que Francisco nos entende como campos férteis para a misericórdia do Pai .
Esta confiança irrestrita na Misericórdia de Deus é que foi o Santo Graal de Francisco, o Cálice Santo que ele encontrou, na pobreza de Jesus, nas exigências transformadoras do Evangelho , lido em doçura.
Solenidade de São Francisco de Assis - MM XI AD
Frei Bento , frade menor e pecador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário